Lee Marvin e Robert Forster a partilhar a tela com Chuck Norris e Steve James; só isso já justificava o preço do bilhete. Uma freira que quer ir para o céu; só não quer é voar nele, nem com o padre do George Kennedy ao lado. Um avião comercial com destino a Nova Iorque sequestrado por libaneses logo após a descolagem de Atenas e todo um contexto motivacional político e religioso muito mais denso do que seria de esperar num filme de acção da Canon. Para muitos terá funcionado - é uma das obras mais reconhecíveis da lendária produtora no reinado do israelita Golan -, mas para mim acaba por ser essa semi intelectualização rudimentar e inesperada que desvirtua o caminho explosivo natural que o filme realizado pelo próprio Golan devia ter seguido muito mais cedo, roubando-lhe demasiado tempo nos primeiros dois actos para se perder em incontáveis chamadas telefónicas estratégicas e tácticas amorfas de espionagem - o padre barbudo e o seu confessionário ou botijas de oxigénio amarelas florescentes, quando o objectivo era a camuflagem na noite escura. Quando finalmente arranca para a batalha palpável entre o "bem e o mal", entre os americanos e todos os outros, entre o Chuck Norris numa mota com mísseis e terroristas sem dois dedos de testa, cumpre os mínimos. Sempre de mota, que há que aproveitar o gadget.
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