É preciso gostar muito de Woody Allen para gostar deste Allen. Não porque seja mais extravagante que os restantes; exactamente pelo motivo oposto, aquela sensação de piloto automático sem nenhuma grande reviravolta ou cena marcante. Mas o que eu gosto do estilo narrativo de Woody, da forma como constrói todo um enredo cheio de pequenos nadas em volta do tudo que é a vida, com tantas personagens importantes sem que nenhuma se atropele ou se perca na confusão. O Chalamet que ama o monóxido de carbono de Nova Iorque e personifica o realizador - até nos tiques vocais durante a narração -, a Elle Fanning do campo, a Selena Gomez da cidade, o Jude Law que trai mas não pode ser traído, a Rebecca Hall do casaco amarelo e um minuto de tela, o Diego Luna galã, o Liev Schreiber realizador, a Kelly Rohrbach acompanhante de luxo e a Cherry Jones do segredo inesperado. O tempo que voa em classe económica, a ansiedade e o amor de mãos dadas, naquele que foi o último filme de Allen antes de quase todo o mundo - parte do elenco incluído - se virar contra ele.
Sem comentários:
Enviar um comentário