domingo, outubro 30, 2005

Perdão, como disse?!? (I)

Apocalipse Now , por David Santos em Cinefilosofia

"Heart of Darkness – Apocalipse Now : entre Conrad e Coppola, no eixo negro em que nos moveremos nesta breve reflexão, ocuparnos-nos-á apenas e tão-somente o que de nodular diz respeito aos filigrânicos matizes e poliédricos cintilares que mais nos parecerem relevantes no trânsito tantas vezes crítico de duas obras que metafisicamente nos parecem ponto sintomático (...) mas certamente gravitando em torno do mesmo coronário e violento centro que as determina em direcção à rumorosa escuridão fechada do mais imo do Ser e seu retirar-se para a presença do ente no seu todo. (...) A dilaceração originária do quase-nada que é tudo, de Kurtz, surpreende-se exactamente no facto de que ele, como infinito se torna finito enquanto objecto do sacrifício (...) A queda para o ser-aí da consciência tética de si mesma é o núcleo vazio e negro do que imóvel se doa apenas no seu retirar-se para a sua morte em poema. Kurtz é o Deus que lê poesia, a estranha sobrevalorização da sua voz e da sua eloquência são tradução da absolutidade da sua vontade criadora ; a selva olha os vagabundos que a penetram – este autoposicionamento na finitude é um instalar-se conquistador na feminina e caótica fissura que em verdade impulsiona este ser-posto. O caminho do rio, o caminho por um simbólico originário panta khorei nada mais é senão o caminho do ser sobre si mesmo, é o arrancamento em instâse da consciência natural: o perder-se para a morte colossal de Deus corresponde ao acto de Horror metafísico da auto-limitação do ser, do seu sacrifício primordial para que de novo a mentira habite o possível. (...)

http://cinefilosofia.com.sapo.pt/artigos/conteudo/apocdavid.htm

1 comentário:

Carlos M. Reis disse...

Teste Dois Mais Comprido bla bla bla!

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