terça-feira, abril 10, 2007

Enquanto estive fora...

Qualquer cinéfilo que se preze (ou, de forma mais lata, qualquer espectador minimamente interessado) encara o Cinema (também) como uma busca. Quer dizer, olha para as imagens em movimento que fazem o Cinema ser Cinema não como acto final ou absoluto mas como caminho. Numa outra formulação, porventura mais evidente, poder-se-á afirmar que o compromisso de sermos espectadores de Cinema é, desde logo, um compromisso de participação e de diálogo com as imagens que recebemos. Esse diálogo com as imagens só existe, no entanto, em sentido pleno, se buscarmos nelas alguma coisa (que, à partida, pode ser tudo, pois o Cinema é a Arte de todas as possibilidades).
João Ricardo Branco em Claquete

Sim, este é mais um filme para levar alguns histéricos a gritar “é a morte do Cinema! É a morte do Cinema!”. A esses aconselho um copinho de leite morninho e cama. 300 não é a morte do cinema; é, juntamente com a outra adaptação de uma obra de Frank Miller, Sin City, o nascimento de toda uma nova arte. Ambos os filmes quebram a barreira entre artes tão nobres como o cinema e a banda desenhada, criando algo de novo.
Nuno Markl em Há Vida em Markl

Dois realizadores canadianos tiveram a ideia de criar um filme biográfico sobre Michael Moore. O problema é que o realizador de Bowling for Columbine e Fahrenheit 9/11 não pôde ou não quis dar-lhes atenção, alegando falta de disponibilidade. Assim sendo, Debbie Melnick e Rick Caine, o dito casal de cineastas, decidiu utilizar o método do próprio Moore: segui-lo por todo o lado, montando uma verdadeira vigia com direito a câmara e microfone. Aquilo que podia ser uma homenagem a Michael Moore vinda das mãos de dois fãs pode bem ter-se tornado no maior ataque feito contra ele e contra a sua imagem. O documentário já começou a ser exibido em alguns festivais americanos revelando fortes críticas a Moore.
Inêsgens em Elite Criativa

E o Royale with Cheese fez três aninhos. Três anos de muito cinema, naquele que é um dos meus favoritos indiscutíveis. Que venham muitos mais grande Dermot.

3 comentários:

Francisco Mendes disse...

A citação do Markl é prodigiosa. Mai nada! :)

Abraço!

inêsgens disse...

Ena, que honra! :)
A citação do mestre Markl é, de facto, um bom conselho para muitos dos senhores que escreveram algumas coisas que li ao longo fim-de-semana.

beijinhos

Carlos M. Reis disse...

Não é a primeira vez que o Markl acerta na mouche. E com um toquezinho de humor :) Cumprimentos Inês e Francisco!

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