terça-feira, maio 01, 2007

Batman Begins (2005)

Debilitado pelo sentimento de culpa mas fortalecido pela raiva inerente à morte dos pais, Bruce Wayne serve-se da sua principal fraqueza para combater os corruptos e criminosos de Gotham City que ameçam destruir o honesto e sincero legado deixado pela sua família. A sua arma é a sua fraqueza: o medo. Da frustração de uma vingança impossível, às privações auto-infligidas, tudo no “blockbuster” de Cristopher Nolan é um puzzle de fácil manuseamento e encaixe. Fácil mas com resultados eficientes e satisfatórios.

Em “Batman – O Início”, Nolan vê o Homem-Morcego com alguém extraordinário num mundo vulgar e sujo, numa valentia realista que retrata a inserção de uma das personagens mais marcantes da banda desenhada mundial, num mundo físico e humano. Não há poderes especiais, apenas explicações tecnológicas. É esta atitude de conformismo com o real que transforma “Batman Begins” no melhor capítulo da já longa saga.

Apesar dos vilões nunca assumirem um papel de elevado protagonismo, tal como acontecera nas obras anteriores, ao filme de Nolan não faltam motivos de interesse. Desde o excelente trabalho de Bale – que é, de longe, o melhor Batman cinematográfio da saga – ao elenco de excepção composto pelos excelsos Gary Oldman e Michael Caine e pelos não tão exorbitantes Morgan Freeman e Tom Wilkinson, tudo é articulado de forma equilibrada, com a clara sensação de que nunca o herói escondido por dentro da capa negra havia sido tão importante para o desenrolar da fita. Infelizmente, os complementares Cillian Murphy e Liam Neeson não estiveram à altura da restante comitiva.

Em suma, o Batman de Bale e Nolan é forte, duro e bem mais energético do que os anteriores. O que lhe falta em gótico e fantástico (numa alusão clara a Tim Burton, porque os de Joel Shumacher roçaram o rídiculo), esbanja em realismo. No fim, o resultado é muito mais consensual do que pessoal, superando todas as expectativas com brilhantismo. Esperemos que a sequela na altura descaradamente sugerida na cena final, e agora já confirmada cumpra de igual forma o desafio estimulante que “Batman Begins” deixou nos mais fanáticos da personagem.

11 comentários:

Luís A. disse...

Concordo Knox. Depois do algo desapontante Insonia, Nolan começou a recuperar a boa forma de Memmento com esta energética prequela e especialmente com um dos últimos grandes filmes que vi, The Prestige. Abraço

Anónimo disse...

n sei pk mas nunca consegui acabar de ver este filme pela segunda vez... mt gente adora este filme, mas por vezes o filme consegue ser um pouco maçante

abraço

Anónimo disse...

Concordo contigo Knox: Batman Begins é o melhor da saga, embora dos dois primeiros filmes tenham, para mim, uma mística muito especial.

Sempre fui um fã acérrimo de Batman e este filme dá um novo vigor às adaptações cinematográficas do cavaleiro negro.

Um abraço!

Carlos M. Reis disse...

Luís, o The Prestige é, de facto, um filmalhão. Que venham mais de Nolan :) Um abraço.

Dreamweaver, eu também achei a primeira metade mais bem conseguida do que a segunda metade do filme, mas de qualquer das formas é um filme que se vê bem muito bem até ao fim. Um abraço.

Simão, os filmes de Burton são mais Burton do que Batman. Isso não é mau, muito pelo contrário, mas prefiro o de Nolan. Um abraço!

S.B. disse...

A humanidade revelada de um super-herói (que não tem super poderes) é sempre bom de se ver, e Nolan é bom em humanidades... É um reverso da medalha que enriquece a personagem, por isso também gostei muito deste filme.

Anónimo disse...

É estranho e curioso, pois neste momento estou a ver o Batman de Tim Burton. Sejamos honestos. Este Batman é mais fiel à história, este Alfred é melhor, o Gordon é melhor, Bale é o melhor Batman, mas... Batman, não existe apenas e só desde que Frank Miller lhe meteu os dedos em cima. Se esta história é mais semelhante ao que Miller fez, o Batman de Burton é infinitamente melhor a nível visual e sonoro. A mistura de cores, a cidade suja e sombria dita gótica, o carro (que este novo não lhe chega aos calcanhares), aquele Joker, o reiventar daquele Joker... Enfim, gostei muito deste Batman Begins, mas não consegue (no meu gosto pessoal) superar o primeiro ou mesmo o segundo Batman. O Cavaleiro das Trevas é suposto ser tenebroso, agir e viver na escuridão. Esse conceito foi bem entendido por Burton, não tão bem entendido por Nolan, que usa e abusa da luz. Um filme destes não necessita de ser tal e qual a BD. Spiderman não o é, e é um sucesso. Gostei, mas prefiro os dois primeiros. Abraço

Gonçalo Trindade disse...

Enfim... sempre me vi como uma das poucas pessoas que pura e simplesmente não gostou do filme (e as discussões em que eu já me meti por causa disso!). A primeira meia-hora é excelente (um Bruce Wayne mais negro... e está ali o Liam Neeson! Num filme do Batman!!). Mas depois o filme perde-se numa história repleta de clichés, terríveis cenas de acção (mas será que o raio da câmara não podia ficar quieta?)... e para piorar tudo, ainda ali tinham a Katie Holmes. Fiquei algo desiludido, quando o vi. Mas consigo perceber perfeitamente porque é que os fãs gostam do filme... é sem dúvida um adaptação fiel do universo deste super-herói. Imagino que os fãs possam ter ficado algo desiludidos com os dois filmes do grande Tim Burton (filmes esses que eu adoro), já que eram mais Burton do que propriamente Batman. Mas raios... aquele Batman Returns é verdadeiramente magnífico, e sempre considerei os dois filmes do Burton como as melhores daptações do universo BD jamais feitas em cinema.

Carlos M. Reis disse...

S.B, obrigado pela visita e pelo testemunho. Um abraço.

Ricardo, completamente justificado. Um abraço.

Gonçalo, também gostei mais da primeira meia hora do que do resto, mas mesmo assim consegue aguentar-se até ao fim. Um abraço.

Anónimo disse...

Também gostei bastante, é bem capaz de ser o melhor filme sobre o homem-morcego, mesmo não sendo excelente.

Carlos M. Reis disse...

E isso vindo de quem não gosta de Nolan por aí além :D Um abraço Gonçalo.

Rui Francisco Pereira disse...

pessoalemte,gostei muito do final
adoro esse género de finais
um grande abraço!
JB

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