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Apesar de muitos, como eu, nunca terem lido as obras literárias de Rowling, ninguém hoje duvida que Harry Potter é um dos grandes fenómenos do início do milénio e que continua a mover multidões, ainda hoje, após quatro filmes e seis livros. Repleto de magia e de imaginação, este “Harry Potter and the Sorcerer’s Stone” dissipa um clima bem inglês por todos os poros, começando desde de logo pelo elenco - que até se dá ao luxo de conter John Hurt e Julie Walters em papéis ultra-secundários – e acabando, como é óbvio, na contextualização situacional das personagens. Com a árdua tarefa de agradar a fanáticos e de introduzir o “mundo mágico” de Hogwarts e a história pessoal de Harry a leigos, Chris Columbus consegue, através de um produto claramente familiar e não restritamente infantil, satisfazer e contentar ambas as partes.
Politicamente correcto, mas raramente enfadonho, “Harry Potter e a Pedra Filosofal” peca por alguma falta de densidade dramática nos seus acontecimentos basilares. Jogando pelo seguro, sem truques nem riscos que pudessem colocar em perigo a coerência incoerente do tudo quanto vemos na tela, Columbus volta a erguer uma obra que certamente irá perdurar no tempo, depois de realizar os míticos “Home Alone” e ser o argumentista de “Gremlins” e “Goonies”, tudo filmes marcadamente destinados a uma faixa etária inocente e pueril. Aqui, mais do que realizador, é um maestro que unifica as demais variáveis da obra literária de Rowling, de forma equilibrada e suficiente.
Em suma, “Harry Potter and the Sorcerer’s Stone”, sem inovar por aí além, acaba por ser um filme que transborda magia e competência. Estampando esperança nos sonhos dos mais pequenos, tanto o elenco como a equipa técnica não deixam ficar mal a espantosa máquina promocional que foi montada à volta deste filme de estreia, e que o transformou, na altura da sua estreia, como um dos filmes mais rentáveis de sempre. Pena que a literatura seja, sempre e sem excepção, um campo decididamente mais fértil para a imaginação sem limites.
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10 comentários:
Beeeemmmm... se dás 4 estrelas a este "Harry Potter", o Azkhaban merece, no mínimo... 8!
Abraço.
E o Calice de Fogo umas 11...
Calma malta, sejam brandos comigo. Ainda só vi este primeiro, e foi ontem :) Mas espero bem que sim, que os próximos sejam melhores :)
Cumprimentos Bracken e Sérgio!
Columbus apostou, como dizes, num ambiente que não inova muito... Uma narrativa pueril e pouco inovadora...
Em termos visuais este filme deixa muito a desejar, ainda que seja claro, um filme mágico para toda a família...
Fico à espera das análises aos restantes... O 2 tem basicamente os mesmos pontos fracos que este, mas a partir do 3 notou-se uma grande melhoria... Tudo graças a Cuáron, que foi para mim, a mente mais importante nas aventuras do jovem Potter no grande ecrã!
Os livros não são os "melhores do mundo" mas gostei deles... Acho que este filme faz juz à primeira aventura, ainda que me pareça, pelos trailers, que o que vai sair em Julho se torne no melhor...
Sim, tambem me parece q o ultimo venha a ser muito bom... Ate porque o livro também o é...
RJ, vou esta noite ver o segundo, talvez amanhã deixe por cá a minha opinião. Espero que não me desiluda, até porque estou com vontade ver agora agora os 4 pela primeira vez, de uma assentada. Um abraço.
Sérgio :) Cumprimentos!
O segundo segue muito o mesmo estilo do primeiro, e os dois têm aproximadamente a mesma qualidade (o segundo é um pouco melhor, já que a história é em si também ela melhor que a do primeiro filme). O terceiro é adorado por muitos e considerado o melhor da saga (eu, pessoalmente, considero-o o pior da saga... é um filme horrivelmente apressado, por vezes com um melodramatismo irritante). O quarto é, na minha opinião, o melhor da saga.
É óbvio que (e isto vai soar a cliché), sendo eu um enorma fã da saga... os filmes não chegam aos calcanhares dos livros ( apesar de achar que nestas ocasiões os filmes devem ser avaliados como filmes, e não como adaptações).
Vê os filmes, e depois lê os livros ;)(aproveita, que o sétimo e último capítulo da saga sai em Julho).
Um abraço, Knox! (e onde é que está essa crítica ao Homem-Aranha 3? Não me obrigues a enviar um email!)
Não me parece que vá ler os livros caro Gonçalo, porque não fazem o meu estilo de literatura. Sou bastante selectivo no que a ler toca (ao contrário do cinema, que vejo de tudo um pouco). Quanto ao Homem-Aranha 3, lá para o fim da semana passa por cá ;) Um abraço!
Os livros são bem melhores que os filmes. E o primeiro filme é o "pior" de todos... não sei como podes dar 4 estrelas :p
Só vi mesmo o primeiro caro Nuno. Talvez depois de ver os outros, arrependa-me destas quatro estrelas. A descobrir daqui a uns dias :)
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