Nascido na Malásia em Fevereiro de 1977, James Wan emigrou ainda miúdo, juntamente com os seus pais, para Melbourne, na Austrália. E foi já por terras australianas que Wan foi pela primeira vez ao cinema, com sete anos, para dar uma olhadela a uma das obras mais assustadoras da história do cinema. Nada mais nada menos do que Poltergeist, de Tobe Hooper – o que é que é feito dele, já agora? – película que o apaixonou por bonecos, fantasmas e palhaços assustadores e que deu origem à sua fixação pelo horror, pela arte de assustar o espectador, deixando-o inquieto e desconfortável nas noites que se seguem, na sua própria cama. Estranhamente viciado no género, e com o apoio da mãe - que também era uma aficionada pelo pavor atroz da arte -, começou a organizar, na sua própria casa, sessões de filmes de terror, que o deleitavam durante horas e que acabaram por influenciar a sua vida e a sua carreira.
Confesso admirador de David Lynch e de Dario Argento, ingressou alguns anos depois na “Royal Melbourne Institute of Technology”, uma das mais conceituadas escolas de Cinema e Comunicação Social do país. Sendo o mais jovem aluno do seu curso, Wan era olhado pelos professores e colegas como um prodígio misterioso, cujo talento e engenho quebravam barreiras, através de várias curtas-metragens premiadas nos mais distintos festivais australianos. Com alguma notoriedade adquirida no meio, foi convidado para realizar vários anúncios televisivos. No entanto, acabou por ser o factor cunha, tal como o próprio reconhece, que o atirou para as bocas do mundo. Isto porque depois de vários investidores australianos – inclusive o próprio Ministério da Cultura - terem recusado financiar um projecto algo gore com o nome “Saw”, foi uma conhecida de Wan, que acabou por se tornar na sua agente, que contactou um colega em Los Angeles e deu-lhe a conhecer o guião. E em nome da amizade, lá surgiu uma luz no fundo do túnel.
N.d.r: Artigo publicado na revista Take.
Sem comentários:
Enviar um comentário