Filho do célebre realizador eslovaco Ivan Reitman, responsável por clássicos da comédia como “Ghostbusters” (1984), “Twins” (1988) ou “Junior” (1994), Jason Reitman é, aos seus trinta anos de idade, um dos mais promissores realizadores norte-americanos da actualidade. Nascido na cidade de Montreal (Canadá), Jason foi criado na Califórnia, junto de Hollywood, devido à caprichosa carreira cinematográfica do seu progenitor. Com uma paixão enorme pela Sétima Arte, aos quinze anos decide, juntamente com uns colegas de secundário, filmar um anúncio escolar sobre a SIDA, usando os materiais de realização do seu pai. A inocente produção ganha asas - passa inclusive numa televisão pública - e Reitman e colegas são inesperadamente premiados com várias distinções de renome. De um momento para o outro, Jason recebia chamadas de velhos colegas do seu pai, que se demonstravam disponíveis a participar em futuros projectos do miúdo maravilha. Jason, pouco iludido com o momento e com receio de que todo o louvor fosse obra do pesado apelido que carregava consigo, respeitosamente rejeitou. E, renegando o seu talento e a vontade dos seus pais, vai três anos mais tarde para a Universidade de Nova Iorque estudar medicina.
No entanto, nada corre como planeado e Reitman não consegue concluir com sucesso o seu primeiro ano lectivo académico. Desiludido, volta para Los Angeles e ingressa numa conceituada escola de cinema, onde escreve, realiza e interpreta “Operation”, a primeira curta-metragem da sua carreira. Continua os estudos e na viragem do milénio dirige “In God We Trust”, uma pequena pérola artística repleta de boa disposição e tremendamente eficaz na criação de espaços funcionais narrativos – os mais curiosos podem encontrá-la no serviço Google Videos. Sem surpresas, conquista inúmeros prémios em vários festivais independentes de cinema e é convidado para trabalhar numa empresa de publicidade, onde acabará por orquestrar anúncios para a Heineken, BMW, Nintendo, General Motors ou Burger King, entre outros. Com vinte e poucos anos, começam a chover propostas de várias produtoras para Reitman considerar a realização de uma longa-metragem. Sereno e sensato como sempre, chega a recusar um alvitre milionário por “Dude, Where’s My Car?”. Jason queria, tal como o pai, deixar uma marca única e particular nas suas obras. A fita de estreia seria fundamental para a sua credibilidade na indústria.
N.d.r: Artigo publicado na Revista Take.
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