segunda-feira, novembro 10, 2008

Jovens Realizadores: Spike Jonze (II/II)

Queres Ser John Malkovich? foi uma pedra no charco em Hollywood. Ninguém duvidava do talento técnico de Jonze, mas nem os mais chegados acreditavam que o mesmo conseguisse surpreender – e conquistar - meio mundo com a sua estreia no mundo onde não existem barreiras nem fronteiras. Com um argumento singular e existencial de Charlie Kaufman – também um semi-novato no ramo na altura e amigo de longa data de Jonze -, Being John Malkovich era refrescante, único, inteligente e, acima de tudo, uma profunda meditação sobre a identidade, a fama e a realidade. E mais uma vez, no seu debuto, Jonze recebeu uma nomeação para às mais conceituadas estatuetas da indústria: a de Melhor Realizador para a Academia de Hollywood. Veio o mérito, os aplausos e... o casamento com Sofia Coppola, realizadora de The Virgin Suicides e Lost in Translation. Uma relação que duraria apenas quatro anos.

Em 2002, chegou aos cinemas Adaptation, o seu segundo e último filme até ao momento, mais uma vez fruto de uma colaboração com Kaufman. Como descrever Inadaptado? Usando as palavras de muitos: uma comédia que comove, um drama que faz rir. Uma nova investida existencial, com alma e criatividade, sustentada numa interpretação magnífica de Nicolas Cage enquanto... Charlie Kaufman e Donald Kaufman. Cooper levou o Óscar para casa, Cage, Meryl Streep e os Kaufman uma nomeação na carteira. Jonze esse, desiludido ou não por ter ficado de fora das escolhas dos jurados, voltou a dedicar-se à realização de videoclips, apostando por fora no cinema. Ou seja, a nível de produção. E de muita palermice e maluqueira, nas suas colaborações constantes com Johnny Knoxville, Steve-O e camaradas nas epopeias mentecaptas dos Jackass.

O futuro de Jonze na Sétima Arte tem, de momento, um epíteto: Where the Wild Things Are, a concretização de um desejo antigo de Jonze, com estreia prevista para os últimos meses de 2009. A adaptação de um clássico infantil de Maurice Sendak sobre um rapaz que cria o seu próprio mundo, onde é rei e senhor de todas as criaturas que lá existem. Pela primeira vez sem Kaufman como guionista – Jonze assume esse papel juntamente com Dave Eggers -, resta esperar que a longa espera traga frutos tão deliciosos como todos aqueles que Jonze já ofereceu aos cinéfilos deste planeta. Com Gandolfini e Catherine Keener, não há razão para claudicar.

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