
O que farias se pudesses receber um milhão de dólares, limpos de impostos, tendo apenas que carregar num simples botão que mataria um estranho, em qualquer parte do mundo? A premissa de “
The Box”, inspirada num episódio televisivo de “
Twilight Zone”, era filosoficamente interessante e promissora. No entanto, o que resultou em pouco mais de trinta minutos memoráveis na década de oitenta – episódio vinte da primeira temporada, denominado “
Button, Button” -, revelou-se um autêntico desastre nas mãos de Richard Kelly, jovem realizador que tanto nos abalou positivamente com o inteligente e negro “
Donnie Darko”, hoje filme de culto, como nos desiludiu com o malogrado “
Southland Tales”. Porque um trailer fantástico não chega.
Com um elenco respeitável, mas cujas interpretações foram infelizmente reduzidas a personagens ordinariamente estereotipadas, da vítima indefesa (Cameron Diaz) ao absurdamente misterioso vilão (o admirável Frank Langella), “
Presente de Morte” é, brincando com as palavras, um presente que não deve ser aberto. Um par de sustos bem orquestrados, se bem que algo non-sense, e uma mensagem diferente do habitual não justificam um visionamento de quase duas horas de uma narrativa confusa, quando o episódio original pode ser visto no
Youtube, a qualquer altura. E vale muito mais a pena.
8 comentários:
Quando vi que tinhas feito a critica a este filme pensei, lá vou eu ser novamente contrariado no que toca a opiniões, mas foi com grande satisfação que vi que não foi o único a achar este filme uma valente perda de tempo. Vi o trailei, adorei a ideia, estava todo entusiasmado e odiei o filme.
Os pseudo criticos dos jornais andam a dar a isto 4 estrelas... ser pago para isso também eu gostaria.
Eduardo, eu também concordo plenamente com a crítica do Miguel. E concordo vivamente contigo quanto aos pseudo-críticos dos jornais...
Alguém ainda me há-de dizer que qualificações é que eles têm para lá estarem. Os do Público então... "Inception" o máximo que teve foi 1 estrela, "Toy Story 3" duas... Mas depois dão ao "Salt" quatro estrelas. Está tudo doido? Ou será que foram comprados pelas distribuidoras de filmes? Hmm devia-se investigar.
Quanto ao filme... "The Box" não é mau, é um thriller engraçado mas não mais que isso. Nas mãos de outro realizador e com material um pouquinho melhor, teria sido algo com mais qualidade. Assim... é o que temos. Nota: B-
Abraço,
Jorge Rodrigues
http://dialpforpopcorn.blogspot.com
Concordo.
Classificações do Público não vale muito a pena. Ainda continuo com uma crítica que eles fizeram ao DUAS MULHERES (João Mário Grilo) atravessada, que aquilo faz do filme uma obra de arte, quando é mau, mau, mau.
Adiante: não vi o filme, não acho muita graça à premissa, e as críticas que já ouvi vão todas de encontro à tua, pelo que não me surpreendeu.
Abraço.
Opinions, opinions... cada um dá a importância que quer. Eu deixei de ler críticas e ligar às pontuações nos jornais quando fui ao visionamento de "A Serious Man", dos Coen, vejo sair lá um crítico de um jornal de referência nacional a dizer que foi o pior filme que viu nos últimos dez anos, o pior de sempre dos Coen, e depois quando compro o jornal na semana seguinte vejo que deu DUAS estrelas (não bola preta, não uma estrela).
Ou seja... ah e tal, filme nomeado aos Óscares, dos Coen, se lhe aniquilar vai parecer mal e que não percebo nada de cinema... e quando assim é, perdeu-se o objectivo e a razão de ser crítico de cinema.
Cumprimentos a todos!
Compreendo. Provavelmente não percebeu o filme, não o soube decifrar, em termos narrativos e visuais. Não digo isto por ele dizer que não gosta, cada um tem o direito à sua opinião. Digo isto por haver uma discrepância tão grande, realmente.
De qualquer forma, admito que eu próprio, às vezes, não consigo formular uma opinião concreta do filme, imediatamente a seguir à visualização, pelo que o que disser sobre ele na primeira hora pode ser completado ou alterado por uma maior reflexão ou, e acho que acontece com todos nós, por uma segunda visualização.
Lamento, mas essa é boa.
Aqui a grande maioria não gostou logo não percebeu o filme?
Só por à partida um realizar, ou argumentista, tentar fazer algo complexo isso não faz do produto algo mais elevado, essa noção é absolutamente errada.
Isso é uma gigantesca armadilha tentar enganar o espectador porque pode sair extremamente bem e ser muito bom, ou sair extremamente forçado, que foi o caso deste filme, e não passar de uma tentativa triste.
O que eu me ri mais foi com o tipo que disse que isto tinha um quanto de Hitchcock.
Esta é uma discussão tão complicada e com tantas atenuantes e excepções... que não me apetece entrar nela :P Mas estão à vontade ;)
Cumprimentos Eduardo e Diogo.
Enviar um comentário