sexta-feira, setembro 03, 2010

The Box (2009)

O que farias se pudesses receber um milhão de dólares, limpos de impostos, tendo apenas que carregar num simples botão que mataria um estranho, em qualquer parte do mundo? A premissa de “The Box”, inspirada num episódio televisivo de “Twilight Zone”, era filosoficamente interessante e promissora. No entanto, o que resultou em pouco mais de trinta minutos memoráveis na década de oitenta – episódio vinte da primeira temporada, denominado “Button, Button” -, revelou-se um autêntico desastre nas mãos de Richard Kelly, jovem realizador que tanto nos abalou positivamente com o inteligente e negro “Donnie Darko”, hoje filme de culto, como nos desiludiu com o malogrado “Southland Tales”. Porque um trailer fantástico não chega.

Com um elenco respeitável, mas cujas interpretações foram infelizmente reduzidas a personagens ordinariamente estereotipadas, da vítima indefesa (Cameron Diaz) ao absurdamente misterioso vilão (o admirável Frank Langella), “Presente de Morte” é, brincando com as palavras, um presente que não deve ser aberto. Um par de sustos bem orquestrados, se bem que algo non-sense, e uma mensagem diferente do habitual não justificam um visionamento de quase duas horas de uma narrativa confusa, quando o episódio original pode ser visto no Youtube, a qualquer altura. E vale muito mais a pena.

8 comentários:

Eduardo Castro Fonseca disse...

Quando vi que tinhas feito a critica a este filme pensei, lá vou eu ser novamente contrariado no que toca a opiniões, mas foi com grande satisfação que vi que não foi o único a achar este filme uma valente perda de tempo. Vi o trailei, adorei a ideia, estava todo entusiasmado e odiei o filme.

Os pseudo criticos dos jornais andam a dar a isto 4 estrelas... ser pago para isso também eu gostaria.

Jorge Rodrigues disse...

Eduardo, eu também concordo plenamente com a crítica do Miguel. E concordo vivamente contigo quanto aos pseudo-críticos dos jornais...

Alguém ainda me há-de dizer que qualificações é que eles têm para lá estarem. Os do Público então... "Inception" o máximo que teve foi 1 estrela, "Toy Story 3" duas... Mas depois dão ao "Salt" quatro estrelas. Está tudo doido? Ou será que foram comprados pelas distribuidoras de filmes? Hmm devia-se investigar.


Quanto ao filme... "The Box" não é mau, é um thriller engraçado mas não mais que isso. Nas mãos de outro realizador e com material um pouquinho melhor, teria sido algo com mais qualidade. Assim... é o que temos. Nota: B-


Abraço,

Jorge Rodrigues
http://dialpforpopcorn.blogspot.com

RC disse...

Concordo.

DiogoF. disse...

Classificações do Público não vale muito a pena. Ainda continuo com uma crítica que eles fizeram ao DUAS MULHERES (João Mário Grilo) atravessada, que aquilo faz do filme uma obra de arte, quando é mau, mau, mau.

Adiante: não vi o filme, não acho muita graça à premissa, e as críticas que já ouvi vão todas de encontro à tua, pelo que não me surpreendeu.

Abraço.

Carlos M. Reis disse...

Opinions, opinions... cada um dá a importância que quer. Eu deixei de ler críticas e ligar às pontuações nos jornais quando fui ao visionamento de "A Serious Man", dos Coen, vejo sair lá um crítico de um jornal de referência nacional a dizer que foi o pior filme que viu nos últimos dez anos, o pior de sempre dos Coen, e depois quando compro o jornal na semana seguinte vejo que deu DUAS estrelas (não bola preta, não uma estrela).

Ou seja... ah e tal, filme nomeado aos Óscares, dos Coen, se lhe aniquilar vai parecer mal e que não percebo nada de cinema... e quando assim é, perdeu-se o objectivo e a razão de ser crítico de cinema.

Cumprimentos a todos!

DiogoF. disse...

Compreendo. Provavelmente não percebeu o filme, não o soube decifrar, em termos narrativos e visuais. Não digo isto por ele dizer que não gosta, cada um tem o direito à sua opinião. Digo isto por haver uma discrepância tão grande, realmente.

De qualquer forma, admito que eu próprio, às vezes, não consigo formular uma opinião concreta do filme, imediatamente a seguir à visualização, pelo que o que disser sobre ele na primeira hora pode ser completado ou alterado por uma maior reflexão ou, e acho que acontece com todos nós, por uma segunda visualização.

Eduardo Castro Fonseca disse...

Lamento, mas essa é boa.
Aqui a grande maioria não gostou logo não percebeu o filme?

Só por à partida um realizar, ou argumentista, tentar fazer algo complexo isso não faz do produto algo mais elevado, essa noção é absolutamente errada.

Isso é uma gigantesca armadilha tentar enganar o espectador porque pode sair extremamente bem e ser muito bom, ou sair extremamente forçado, que foi o caso deste filme, e não passar de uma tentativa triste.

O que eu me ri mais foi com o tipo que disse que isto tinha um quanto de Hitchcock.

Carlos M. Reis disse...

Esta é uma discussão tão complicada e com tantas atenuantes e excepções... que não me apetece entrar nela :P Mas estão à vontade ;)

Cumprimentos Eduardo e Diogo.

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