Paranormal Activity 2 (2010)

Sequela, mesmo que inteligentemente estruturada em formato de prequela durante quase toda a narrativa, do inesperado sucesso comercial do israelita Oren Peli – que aqui é creditado enquanto guionista e produtor, mas deixa a realização a cargo do norte-americano Tod Williams –, que relembre-se, lucrou milhões e milhões de dólares em todo o globo durante 2009 com um simples orçamento de dez mil dólares, “Actividade Paranormal 2” traz-nos novamente o mesmo conceito e estilo de montagem e realização, baseando a trama em imagens supostamente reais obtidas por várias câmaras amadoras ou de vigilância. Com mais personagens ao barulho, da adolescente que brinca com os espíritos à empregada mexicana que não larga as velinhas para espantar os demónios, criam-se mais alternativas e hipóteses narrativas que beneficiam o suspense, em estreia ligação familiar com as personagens da fita original.

Mesmo que fútil e praticamente oco durante a meia hora inicial, a verdade é que Tod Williams – responsável pelo sofrível “The Door in the Floor” – foi construindo, sequência após sequência, importantes ligações com a história do primeiro filme, dando a entender que “Paranormal Activity 2” não era apenas uma sequela solta, repetição da mesma receita sem sentido nem razão para existir. E, com um duplo final surpreendente – quando pensamos que tudo está resolvido e o objectivo era explicar e justificar os acontecimentos do primeiro filme, somos arrebatados com cinco minutos implacáveis -, acaba por deixar portas abertas tanto a uma possível e óbvia sequela, bem como a uma mais arriscada prequela – com a história em crianças das irmãs Katie e Kristi, levemente mas inteligentemente referida durante uma conversa ocasional na piscina do casal. Em suma, um filme que triunfa através não das imagens que mostra, mas das que nos faz procurar. Porque a expectativa e a ansiedade são as melhores amigas do suspense.