sábado, junho 11, 2011

Natalie Portman – O Cisne de Hollywood (I/III)


Ninguém sabe bem quando é que Natalie Portman passou de rapariga a mulher, se bem que muitos afirmem que esse mérito cabe ao germânico Michael Igor Peschkowsky, mais conhecido na indústria cinematográfica como Mike Nichols. Natalie já tinha sido rainha na mais estrelar das constelações da história do cinema – falamos, obviamente, de “A Guerra das Estrelas” -, mas só quando Mike Nichols, em 2004, transformou a sua Alice numa stripper sedutora e libidinosa, em “Perto Demais”, uma poderosa obra sobre a complexidade das relações humanas, é que vimos uma faceta de Natalie que nunca imaginámos ser possível. Dona e senhora de uma sensualidade transbordante, a licenciada em Harvard mostrou que já não era mais uma promessa, recebendo inclusive uma nomeação aos Óscares para Melhor Actriz Secundária. Daí em diante, passou sim a ser uma certeza – e das mais bem pagas em Hollywood -, tanto para a crítica como para o público. Este ano, volta a receber nova nomeação da Academia, desta vez pelo seu desempenho em “Cisne Negro”, de Darren Aronofsky.

Da pizzaria ao trono

Recuando atrás no tempo, a verdade é que a israelita de feições tão simples quanto elegantes conquistou Hollywood e o mundo logo aos onze anos, com uma interpretação fabulosa ao lado de Jean Reno, no também ele fantástico "Léon" de Luc Besson. Como se não bastasse, um ano depois fazia companhia a Al Pacino e De Niro em “Heat”, de Michael Mann. Após vários papéis secundários em filmes de realizadores tão diversos como Ted Demme, Tim Burton ou Woody Allen, aos dezanove anos de idade Natalie afirma estar cansada do "star system" e pondera seguir uma nova carreira. Dedicou-se aos estudos universitários mas, graças a Deus - ou, mais provavelmente, graças a George Lucas - deu meia-volta e voltou a ganhar notoriedade ao encarnar a jovem rainha e líder do povo de Naboo, na primeira de três prequelas que haveria de protagonizar da saga “Star Wars”. Daí em diante, foi sempre a abrir, oferecendo-nos algumas das mais estrondosas performances cinematográficas da última década, como foi o caso de “V de Vingança”, o já referido “Closer” ohttp://www.blogger.com/img/blank.gifu “Garden State”.
Mas tal como inúmeras histórias com início fortuito mas final feliz na terra dos sonhos, a incursão numa vida artística por parte de Natalie foi obra do acaso. Descoberta numa pizzaria em Long Island alguns meses antes da produção de “Léon” por um “caçador de talentos” do mundo da moda, a pequena Natalie foi convidada para o seu primeiro casting e Luc Besson... rejeitou-a, alegando que se tratava de uma criança muito nova para um papel tão forte. Pois bem, rezam as crónicas que a israelita voltou lá nos dias seguintes, sem ninguém a ter convidado desta vez, e arrancou uma interpretação fantástica que não deu outra alternativa a Besson que não escolhê-la. No filme, enquanto Mathilda, criança órfã a viver com um inadaptado assassino a soldo, arrasou plateias. Era o início de uma carreira fascinante.

Artigo originalmente publicado na Take 26, edição de Fevereiro de 2011.

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