"Quanto aos artistas terão de se adaptar a estes novos tempos. A SPA que aposte na divulgação do produto nacional (e na sua qualidade). Tantos novos talentos que surgem online conseguiram o seu lugar nas editoras, não vejo porque não podem os outros fazer o mesmo. Ninguém gosta de ver o seu trabalho copiado ou roubado, mas ainda nada supera a sensação de desfolhar um livro físico, de ouvir música ao vivo, de ver um filme em sala. Os outros formatos não podem ser vistos como uma fonte de lucro, mas como uma forma de promoção. A Internet é invencível. Como não a podem vencer, usem-na em vosso proveito."
"Woody Allen é na contemporaneidade um dos melhores realizadores ainda vivos. Continua a cumprir com o proposto: um filme por ano. Não deixando, que os títulos de “cineturista” ou “presunçoso” o travem de fazer mais e mais obras fílmicas. Até porque o próprio admite não gostar da maioria dos seus filmes, nem ter o intuito primordial de agradar à crítica ou público. O que por si é bastante intrigante. E incomum nos dias de hoje."
"Se pensavam que este guia vos ensinava a ser um super-herói sem terem de passar umas boas horas a transpirar no ginásio, estão redondamente enganados. Porque mesmo que nascessem abençoados com um dom, não iam querer que aquela banhinha marota aparecesse entre a vossa indumentária, certo? As batatas fritas e bolachas de chocolate têm de ser varridas do sistema, pelo que a motivação e força de vontade são elementos chave no vosso treino. Aconselha-se ainda, especialmente se não dispuserem de um super-poder que envolva força e que por isso não necessite mais do que um selo na boca para deixar os inimigos K.O, que aprendam algum tipo de arte marcial mista. Não só vos ajudará a derrotar os vossos oponentes com mais eficácia como serão capazes de golpes muito mais elegantes para o noticiário das oito."
"De qualquer das formas num mundo tão distorcido de prioridades e em que os teenagers levam iPads debaixo do braço em vez de livros aos quadradinhos, percebe-se que seja incomportável para um miúdo ter de continuar a ver o Homem-Aranha aprisionado em vinhetas. São as novas tecnologias diz o meu avô. E se calhar até são. Mas o que o meu avô não se lembra é que o materialismo e o capitalismo já existiam antes dos tablets invadirem o nosso bolso."
"Mas mais do que "como ver um filme", a cinefilia também passa por ansiar que um título, independentemente do modo como foi produzido (35mm, 16mm, digital, Super 8, etc.), seja competente e responsavelmente preservado. Nesse âmbito, e por mais DVDs, Blu-Rays e torrents (formatos com menor "esperança de vida" do que se poderia supor) que existam, não há dúvidas que a cópia física é, e será por muito tempo, a opção mais fiável para esse fim."
"O novo milénio trouxe um retorno às raízes, não sei se devido a uma percepção de antiguidade da espécie humana, associado a uma eventual crise de valores, a “menopausa da terra”, houve a necessidade de reciclar e reviver velhos temas, transformá-los em produtos de consumo para as novas gerações. Isto implica uma exploração até à exaustão de uns temas e um olhar fresco, sobre outros. Os filmes wuxia, por exemplo, voltaram a estar em voga, o que não sucedia desde os anos 80. E tem existido uma aposta nos novos talentos na prática de artes marciais, em países como a Tailândia e, imagine-se só, Vietname e Indonésia."
"E agora entramos no extraordinário mundo novo das rodagens elaboradas também fazerem de um filme cinema. Que mentira mais alta que esta se levante. Atingir efeitos especiais alucinantes ou conseguir fazer com que os cenários voem e façam piruetas, não faz mais por um filme do que adicionar preguiça ao imaginário de diretores e espectadores que por abnegação da história do passado já não querem outra coisa. Mas no mais recente filme de Scorsese nem sequer é isto que acontece, ele fez um filme em 3D com a ideia fixa de o usar com todo o seu potencial, e no final, com o que ficamos são meia dúzia de imagens de ponteiros de relógio do tamanho da torre Eiffel e a própria torre, que também não está muito favorecida. Mais que isso, usou um shot contínuo na última cena, que mais não fez do que acabar uma história muito medíocre com uma espetacular demonstração de que se as personagens não têm profundidade, se a história não é trabalhada e se os atores não são por aí além integrados na personagem, não há imagem que valha ou milhões que cubram. "
"Os nomes acima mencionados são algumas das figuras de uma nova geração de realizadores chilenos que prometem dar que falar e procuram igualar ou superar a popularidade de cineastas chilenos como Raúl Ruiz e Alejandro Jodorowsky, dois cineastas de qualidade inquestionável e que elevaram o nome do Chile pelo Mundo fora. Estes novos cineastas procuram apresentar um cinema para as novas gerações, um cinema filmado maioritariamente no Chile, em territórios chilenos, com temáticas muitas das vezes ligadas à cultura nacional, mas ao mesmo tempo obras que apresentam enredos que qualquer espectador ao redor do Mundo pode conectar-se e apreciar."
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