sexta-feira, junho 21, 2013

Shanghai Calling (2012)

Sam Chao é um jovem e promissor advogado numa das mais conceituadas empresas de advocacia de Nova Iorque. À espera de uma promoção profissional eminente, Sam é no entanto desafiado a provar que merece o estatuto de sócio com uma deslocação de três meses a Xangai para liderar a nova filial da empresa na cidade chinesa. De origens asiáticas mas sem saber uma palavra de mandarim, aceita mudar-se de malas e bagagens para o outro lado do planeta, levando consigo a arrogância de quem se julga superior aos advogados e habitantes locais, sem perceber que neste caso é ele, o americano, o imigrante à procura da felicidade e de uma oportunidade na cosmopolita Xangai.

Escrito e realizado pelo estreante Daniel Hsia, "Shanghai Calling" revela-se uma comédia romântica simpática mas absolutamente banal, repleta de lugares comuns e perpetuada num conjunto de planos tão universitários quanto ineficazes e irrealistas. Nas mãos de um tarefeiro mais experiente, a narrativa e o pano de fundo da película financiada e apoiada pelo governo chinês teria sido um caso sério de promoção turístico-cinematográfica de excelência, capaz de fazer pela misteriosa Xangai o que Woody Allen já fez com, por exemplo, Barcelona, Londres ou Paris - para não falar da óbvia Nova Iorque. Aliás, numa história com ideias cómicas e conceitos de choque culturais tão ricos e complexos como esta oferecia - do Awesome Wang à Americatown -, arriscaria dizer mesmo que é uma pena que este projecto não tenha caído nas mãos de Allen. Mas nem tudo é mau: o elenco é consistente, a vitória do moralmente correcto sobre a ambição cruel confere algum requinte, a química entre Amanda (Eliza Coupe) e Sam convincente e Daniel Henney um nome para relembrar no futuro. E, para o fim, a pergunta inevitável: não é Xangai uma das cidades mais poluídas do mundo? É que não vi uma réstia de nuvem cinzenta nos planos de Hsia. Nem sequer uma única máscara nos habitantes locais. E eu não gosto mesmo nada de ser enganado.

2 comentários:

Rita Santos disse...

Engraçado que a sinopse é um paralelo da vida do actor principal. Ele mudou-se durante uns tempos para a Coreia do sul, de onde tem ascendência, para fazer uma novela, sem sequer saber falar a língua.

Carlos M. Reis disse...

Não sabia Rita. Mas gostei dele, acho que tem futuro se der os passos certos. Beijinhos!

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