É impressionante como um filme que contém um par de cenas memoráveis, um elenco soberbo e três ou quatro personagens opulentas consegue ser, no seu todo, um vazio profundo sem qualquer sentido, um drama sufocado pela sua atmosfera exótica, um conjunto inócuo de metáforas sobre a humanidade e a sua falta de escrúpulos. Concupiscente ao limite, Ridley Scott arrasa a narrativa de Cormac McCarthy, reduzindo quase todos os elementos-chave de trama a panfletos estilísticos frívolos. Mulheres como objectos sexuais e minorias como entulho social contribuem para a decapitação de um realizador histórico, que ao contrário do vinho do Porto parece deteriorar-se com o passar do tempo.
Sem comentários:
Enviar um comentário