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Um empregado que empresta o seu apartamento aos superiores, na esperança de vir a ser promovido, para que estes possam cometer adultério em segurança. Premissa ousada para uma comédia que é, na verdade, muito mais do que isso. Ora sátira mordaz, mórbida e desencantada a uma sociedade (do)minada por jogos de poder, de desejos de aceitação social que rapidamente transformam o filme de Billy Wilder num tabuleiro de processos de inversão, um reflexo de um mundo repleto de mentiras e manipulações: o empregado ganha mais a nível profissional a tratar dos "alugueres" do apartamento do que efectivamente a trabalhar e os vizinhos pensam que ele é um garanhão, quando na verdade é um solitário sem vida sexual. Neste mundo de vampiros, onde todos usam o seu poder hierárquico para obter vantagens, Jack Lemmon brilha como vítima de uma bola de neve que não parece ter fim. Sempre naquela linha fina que divide o cinismo do sentimentalismo, sente-se o drama naquela noite de natal passada num bar, acompanhado por álcool e uma jukebox e, finalmente, o romance, numa série de reviravoltas com a personagem de Shirley MacLaine, amante do patrão de Baxter. Envelheceu bem, ou não continuasse tudo igual.
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