No auge da odisseia cómica despassarada de Jim Carrey na sua atípica carreira - ele que, na vida real, já provou várias vezes não bater com os parafusos todos -, "
O Melga" surge como um objecto estranho. Não é bem uma comédia negra, não é bem uma comédia normal, não é bem Jim Carrey à solta na parvoíce como tão bem tinha provado domar e brilhar na pele de Ace Ventura ou Stanley Ipkiss. Na verdade, o filme de Ben Stiller - talvez o nome encerre nele mesmo a explicação - não sabe bem o que quer ser, tendo dificuldade em encontrar um tom que funcione, oscilando entre o ridículo e o psicótico quase sempre sem sucesso, tensão ou piada. E como Stiller nunca se foca em tornar esta personagem de Carrey num bicho concreto - inquietante ou divertido -, não admira que este tenha sido (e continue a ser) um dos filmes de Carrey mais ignorados e justamente desvalorizados.
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