Longa metragem de estreia de um dos meus realizadores favoritos da actualidade, "
El Cuerpo" é um thriller que triunfa ao conseguir controlar o descontrolo constante que vai na mente do observador: enquanto teorizamos sem grande expectativa possíveis explicações que não sejam tão óbvias como aquelas que os sucessivos acontecimentos parecem indicar, somos domados e amansados para uma reviravolta estrutural nos últimos dez minutos que nos deixa de queixo caído, tal afinal era a complexidade fascinante de tudo o que antes nos pareceu banal. Pelo menos quatro personagens construídos e desconstruídos de forma visceral - ora com flashbacks, ora com reacções e respostas inesperadas -, fotografia e sonoplastia adequadas ao ambiente tenso e escuro e a audiência em gancho constante num diálogo interno de possibilidades; Hitchcock estaria orgulhoso do catalão Oriol Paulo.
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