"
She's too perfect. She's too talented, she's too beautiful. She's too sophisticated. She's too everything but what I want". Podemos dizer que "
A Janela Indiscreta" foi não só o primeiro filme norte-americano de Hitchcock, como a sua primeira incursão nos domínios da ficção científica: só isso explicaria como é que um homem sem grandes posses temporariamente preso a uma cadeira de rodas conseguiria resistir ao charme, à beleza e ao encanto de uma mulher da alta sociedade interpretada pela deslumbrante Grace Kelly. Mas aproveitando as palavras de Rui Veloso, tiremos a esta expressão todo o dramatismo, até porque se tratava apenas de um eufemismo e o James Stewart queria mesmo era descobrir o lado lunar de Lisa. O cenário único que dá vida ao filme de Hitchcock oscila de forma harmoniosa entre o neorrealismo italiano, a comédia francesa ou mesmo o miserabilismo sueco, numa sequência de planos, cenas e interpretações que entrelaçam-se de forma fascinante para orquestrar uma história em torno de um mistério - a possível morte/desaparecimento de uma vizinha - tão acessível quanto complexo.
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