A segunda parte cinematográfica da capítulo final da saga idealizada por Suzanne Collins confirma as piores impressões deixadas na primeira metade: divisão totalmente desnecessária, um tiro nos pés em prol de um sacalhão de dólares, dispersando a acção e a história durante quatro horas e meia quando duas teriam sido mais do que suficientes para fazer, tal como antes, um filme satisfatório. Quem fez a sestinha pelo meio pouco perdeu a nível estrutural, numa mão-cheia de cenas sem pés nem cabeça perante o poder da "mão divina" que controla Panem - os zombies de esgoto, o petróleo que enche a praça, entre tantas outras armadilhas imperfeitas, como que feitas para propositadamente falhar -, numa narrativa longa, previsível e pouco envolvente, com o triângulo amoroso mais insonso e cansativo dos últimos anos. Coreografias de acção desleixadas perante tanta tela verde, diálogos sem capacidade para igualar a força da mensagem e uma recta final totalmente anti-climática, como que uma escapatória patética e fácil perante o pânico do fracasso - culpa do livro, talvez, mas ainda assim altamente frustrante no grande ecrã. Fappening para isto tudo.
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