Primeira nota: gostava muito de ver um making-of deste pequeno (setenta minutos) filme espanhol da estreante Daniela Bernal para perceber como filmou todas aquelas cenas de elevador com reflexo de espelho no fundo sem aparecer nenhum material/pessoal técnico uma única vez. Conceito desgastado (mas sempre irresistível) de timeloop, desta vez num elevador durante vinte e oito segundos - o tempo que demora chegar do décimo andar ao piso térreo para levar o lixo. Mas, e é este "mas" que acaba por ser algo refrescante, ora uma personagem presa na falha espaciotemporal ora outra, ora as duas, com todo um puzzle sci-fi que pede para ser desmontado de forma a tudo voltar ao normal. É nessa ambição que "
El ascensor" se espeta, perdendo o charme da dinâmica relacional do casal - as infinitas oportunidades para arranjar a melhor abordagem para uma discussão ou a descoberta de segredos, mentiras e traições - para entrar numa espiral de resolução do mistério sem chama nem alma. Ainda assim,
confort food para os fãs do género.
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