O ritmo frenético e a simbiose notável entre as cenas, o elenco e os timings fazem deste filme do conceituado Peter Bogdanovich uma experiência cinematográfica fora do vulgar sobre a vida em palco - e atrás dele - de uma peça de teatro, no antes (preparação), no durante (as diferenças inesperadas que muitas vezes o público nem se apercebe que não eram programadas) e no depois (a fúria ou euforia do encenador). Não é fácil entrar no humor e no mood de "
Apanhados no Acto" naquela primeira meia hora mais vagarosa, mas quando Bogdanovich finalmente acerta o tom, somos todos brindados com uma espiral de humor nas mais variadas formas - do slapstick mudo nos bastidores ao pandemónio de intrigas entre personagens que se vingam umas das outras em plena actuação - que só peca por sabermos que tudo o que vemos não é, ao contrário do que acontece num teatro, obra de um trabalho tremendo para que tudo bata certo ao segundo e ao milímetro, numa única tentativa. Saber que tudo foi editado e filmado em inúmeros takes acaba por matar a ilusão de todos os seus méritos, ao mesmo tempo que nos deixa cheios de vontade de assistir a esta farsa ao vivo e a cores, com levantar e baixar de cortinas no verdadeiro sítio onde a mesma pode brilhar sem restrições. Último papel de Denholm Elliott, o eterno Marcus Brody da saga Indy.
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