segunda-feira, maio 10, 2021

Nobody (2021)

"De facto, iramo-nos com aqueles que nos são mais queridos porque nos deram menos do que esperávamos ou menos do que os outros obtiveram; para qualquer um dos casos, há um remédio. Ele deu mais a outro homem: contentemo-nos com a nossa parte, sem fazermos comparações: nunca será feliz aquele que atormenta quem é mais feliz que ele. Recebi menos do que esperava: talvez esperasse mais do que me era devido. Este capricho é um dos mais temíveis, pois dele nascem as iras mais perniciosas e mais capazes de atentar contra as coisas mais sagradas". Lúcio Soneca para os amigos, filósofo nascido ainda antes de Cristo, a prever a reacção de bestas ingratas como eu ao orgasmo cinéfilo que Ilya Naishuller, realizador da fenomenal curta-metragem "Kolshchik" - corram já para o YouTube para descobrir esta pérola de quatro minutos - nos deu com este "Nobody". Não foi uma pinocada daquelas épicas com espanholada pelo meio, mas com as mãos também conta, ainda para mais quando não são as nossas. Género acção? Nada disso. Género John Wick. Sem biblioteca mas com autocarro, sem cão mas com pulseirinha.

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