sexta-feira, novembro 12, 2021

Kate (2021)

Visualmente, "Kate" convence no meio de toda a iconografia nipónica, cenas de acção viscerais e bem coreografadas e um trabalho de câmera notável entre drones em movimento e filmagens de proximidade corpo a corpo. Agora, como diria o Rui Veloso, não é pelo lado solar que lhe quero amar, embora seja ele que me esteja a enganar. A face negra, o lado lunar, a arca escondida debaixo do chão, está longe de ser à prova de bala, à prova de tudo: a história nunca convence nem cativa apesar do seu sentido de urgência, Mary Elizabeth Winstead é a única que consegue escapar à banalidade - quantas vezes já vi Harrelson neste piloto automático secundário e a miúda que faz de Ani, bem, vamos ser simpáticos, era uma estreia absoluta e tão mau como a primeira vez raramente volta a ser - e, reviravolta previsível atrás de final esperado, não podia ser maior a nossa indiferença quando tudo termina. Tiremos à expressão todo o dramatismo, fiquemos com a poeira dos sonhos e esqueçamos as ruinas de amor.

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