terça-feira, dezembro 07, 2021

Infinite (2021)

Não bastava o Mark Wahlberg actor, temos que levar ainda com o Mark Wahlberg narrador? A nossa tão talentosa Joana Ribeiro logo a abrir numa estonteante perseguição automóvel que envolve um Ferrari Testarossa para nos deixar com água na boca. Guardanapo em punho, fica logo pelo caminho, nem mais um pingo de saliva nesta boca seca assim que vejo o Chiwetel Ejiofor gordo e o Wahlberg a tentar não ser parvo. Eu que até tinha o Antoine Fuqua em boa conta - "Training Day" e "The Equalizer" -, desisto rápido de tentar gostar disto quando percebo que existe um ovo capaz de acabar com a vida na Terra. Um ovo. Mais de metade do filme a tentar explicar o conceito de renascimentos, ressureições e almas eternas à personagem do Mark - e provavelmente ao Mark -, sem sucesso. Nem ele, nem nós por arrastamento, conseguimos fazer sentido no meio de tanta cavadela lógica. Como um laboratório ultra-moderno com tecnologias nunca antes vistas mas que não tinha a porra de um desfibrilador para reanimar alguém que já se sabia que ia precisar de ser reanimado. Nada como uns bons murros no peito musculado do Mark para lhe fazer bem ao ego. Rios de dinheiro metidos nisto - trinta Aston Martins foram parar à sucata - para uma bosta seca final de proporções épicas. Motas a aterrar em aviões em pleno vôo, super-heróis inesperados, quedas livres de milhares de metros no oceano com nota artística olímpica e, caraças, já vos falei do ovo apocalíptico? Não consigo parar de rir.

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