Que belo canto de cisne para Craig enquanto Bond. Que belo canto de cisne, aliás, para todo um arco narrativo, um vilão específico e toda uma era. Há quem diga que "
No Time to Die" é um bom filme, mas não é um Bond. Não compreendo. Está cá tudo, mesmo que num tom diferente do que transportou entusiasmo durante décadas e gerações. Pela primeira vez em mais de trinta anos, Moneypenny, Q, Feliz Leiter e M juntos num filme da saga; a Toyota de regresso depois daquele maravilhoso descapotável branco de "
You Only Live Twice", no Japão; Blofeld, qual Hannibal Lecter; perseguições de calibre técnico e visual irrepreensível; gadgets; Ana de Armas, com muito pouco sumo mas com portas escancaradas para um possível regresso e Léa Seydoux, talvez num dos papéis femininos mais profundos e importantes desde que Diana Rigg partilhou o ecrã com Lazenby no final dos anos sessenta; cinematografia, sonoplastia, tema principal, tudo nos píncaros com Cary Joji Fukunaga a mostrar a Sam Mendes que se pode ser bonito e sério sem ser chato e enfadonho. Mortes chocantes, M com uma faceta ambivalente refrescante e uma sequência inicial - a no passado, com Safin, provavelmente o único, enquanto personagem mas também actor, que não convence totalmente - do mais cruel e pungente que a saga já mostrou. Folha limpa para começar tudo de novo. Vamos a isso.
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