Todo o pedigree do mundo para ser uma série dos diabos: adaptação de uma obra literária de sucesso de Liane Moriarty ("
Big Little Lies"), autoria do conceituado David E. Kelley, realização integral do promissor Jonathan Levine e aquele que foi, muito provavelmente, o elenco mais completo e resplandecente do ano: Nicole Kidman, Melissa McCarthy, Michael Shannon, Luke Evans, Samara Weaving, Regina Hall, Bobby Cannavale, entre outros nomes menos conhecidos do grande público (Grace Van Patten ou Tiffany Boone) mas com talento suficiente para não destoar da trupe de pesos pesados. E, no entanto, por cada episódio dos oito finais que passava, por cada mistério que começava a mostrar as suas pontas, aumentava a sensação do perfeito desastre de expectativas defraudadas que estava a ser construído. O grande plano da fundadora da Tranquillum não cola de tão patético que se revela, as vibes de uma espécie de culto dissipam-se no meio de tanta droga alucinogénica e, levando-se tão a sério na suas pretensões extra-sensoriais e divinas, nem a faceta de crítica satírica aos centros de bem-estar e de terapia holística funciona no meio de todo o vácuo conceptual que é criado em torno de um conjunto de interpretações de altíssimo calibre. Valeu a pena por estes, mas caramba, que desperdício.
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