O ritmo não será para todos, muito menos para os que esperavam uma John Wickada com o Nicolas Cage e um porco. Em vez de armas em hotéis, cavalos nas ruas e lápis em bibliotecas, o nosso herói (re)abre a alma e o coração para recuperar o seu animal de estimação numa viagem pelo seu passado ligado ao (sub)mundo dos restaurantes de luxo de Portland. Não por necessidade de sobrevivência - as tão valiosas trufas -, mas por afeição. A subversão inesperada e surpreendente de todo um género, que enfia as nossas expectativas no lixo logo a seguir ao pãozinho com manteiga (cena inicial na casa do bosque) e acaba por nos oferecer todo um arco humanista, qual meditação interessante sobre o luto, a perda e o amor numa refeição chique que prova que Cage é muito mais do que um taberneiro em Hollywood. O estreante Michael Sarnoski deixa-nos em constante tensão na esperança de uma resolução violenta e recompensadora, algo que acaba por nunca acontecer; e é preciso ter tomates para desafiar de tal forma o espectador.
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