Que salganhada mitológica e narrativa Polanski. Mil e uma teorias macabras de fãs - principalmente em torno da rapariga misteriosa e da cena final - destroçadas pelos comentários em DVD do realizador que ofereceu uma resolução simplista para vários dos enigmas simbólicos do filme. Premissa interessante construída através de um livro fictício, elenco secundário de qualidade - Langella, Olin e Seigner -, dois ou três bons momentos cinemáticos - com especial destaque, por motivos óbvios, para as cenas filmadas em Sintra - e... pouco mais. Falta tensão, falta noção e realismo na ligação entre as personagens e os acontecimentos - a forma como Corso e a rapariga se relacionam de forma tão próxima sem ele fazer a mais pequena ideia sobre a sua identidade ou intenções é quase cómica - e a sensação de que ou Depp não soube calçar as botas da sua personagem ou que Polanski deu-lhe o par com o número errado. E para correr uma corrida de obstáculos ocultos como esta, é preciso estar bem calçado. Como n'A Semente do Diabo, feito trinta anos anos pelo mesmo sapateiro.
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