Documentário algo superficial sobre Bruce Lee enquanto actor e figura quase mitológica, numa visão muito mais familiar - os testemunhos constantes da mulher, irmão e amigos próximos - e política - o racismo estrutural que impediu que tivesse a carreira que merecia em Hollywood - da vida do mesmo. Do delicioso primeiro "screen test" de Lee nos EUA, qual showcase de artes marciais de fatinho, ao seu papel de sidekick na série televisiva "
The Green Hornet" em que recebia um quinto do salário de Van Williams, vamos acompanhando o percurso do Dragão até à sua decisão de voltar para Hong Kong, depois do guião que escreveu para ser a estrela de uma série televisiva ("
Kung Fu") ter acabado com David Carradine na pele do "herói", o insulto e a estocada final nos sonhos de Lee em tornar-se uma figura de relevo no país que o viu nascer - sim, Bruce Lee nasceu em São Francisco. Mais retrato sociológico e identitário do que propriamente cinéfilo, fica uma visão diferente sobre um ícone e uma indústria que achava que o Mickey Rooney era a escolha mais acertada para interpretar um vizinho asiático ou que John Wayne tinha pinta de Genghis Khan. A narração omnipresente da filha de Lee não me deixou de todo convencido, mas não deixa de ser um toque simbólico relevante em torno dos escritos e das memórias do pai.
Sem comentários:
Enviar um comentário