Há um humor negro quase cartoonesco neste "
Catfight" que funciona na perfeição até ao realizador turco Unur Tukel - conhecido por ter disparado um "
Fuc* you, you Trump fuc*s" na gravação de um podcast norte-americano de cinema, segundos antes de o abandonar abruptamente - decidir encaminhar toda a narrativa por um túnel de simetria forçada entre as duas personagens-chave, repetindo todos os acontecimentos, ideias e até as mesmas piadas em cada uma delas. Isso faz com que a cativante primeira metade se esvazie num exercício entediante e previsível na segunda parte, dando prioridade à curiosidade do engenho narrativo escolhido ao invés de se dedicar a desbravar novos caminhos na sátira humanista e, até, sociopolítica - o tipo que dá peidos na televisão depois de notícias sobre guerras e catástrofes e faz toda a gente rir ou a independência financeira proveniente do conflito no Médio Oriente - a que se propõe no arranque. Ainda assim, dois papelões de Heche e Oh e três cenas de pancadaria com um virtuosismo visual impressionante, virtuosismo esse suportado numa sonoplastia irrepreensível em cada soco, pontapé e martelada. E, assim de repente, bordoada da boa mais credível do que em incontáveis obras de realizadores que se dedicam há décadas ao género.
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