Um olhar duro e cruel sobre o jornalismo em locais onde a democracia está em risco, seja pelo papel daqueles que a lideram têm sobre as massas - Bolsonaro e Trump como espelhos de desinformação que milhões acreditam ser totalmente fidedigna e que defendem de forma atroz e perigosa, contra tudo e contra todos - ou pela própria intimidação que é proporcionada por estas figuras de estado, fazendo com que estes repórteres de investigação/rua mais audazes e corajosos acabem por ser ameaçados de morte de forma recorrente pelos minions que os idolatram. É esse verdadeiro jornalismo, o que vai a fundo sem medo do confronto e das repercussões, que está cada vez mais próximo da extinção, num documentário que infelizmente fecha-se muito sobre si mesmo - qual homenagem entre pares - e que perde por não querer juntar as quatro partes que o formam num todo conexo, cinematográfico até, ligado por algum tipo de narração ou de intercepção de narrativas. Fica o retrato geral e os muitos retratos fotográficos de rua, seja pelas mulheres no México ou pelos negros nos EUA, numa clara demonstração de que não há democracia verdadeira sem liberdade de imprensa ou exposição da verdadeira verdade: a documentada, factual, provada e visível. Claro que, tal como no mundo que examina, o documentário da HBO não escapou a que uma mão-cheia de idiotas o considerassem manipulativo ou propaganda política. Para esses, Porco Rosso.
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