Tremenda desilusão. Sátira política e existencial autobiográfica que se perde - especialmente para o cinéfilo internacional - num contexto muito específico sócio-geográfico de época. Nanni Moretti na pele do seu alter ego Michele Apicella, num flashback/sonho de um jogo de polo aquático da sua infância onde tenta redescobrir-se a si próprio, tanto a nível identitário quanto ideológico. Os traumas de infância e uma série de conceitos mais amplos que formaram o seu percurso em constante cheque, expostos sem grande audácia técnica - edição/montagem pobre para tamanho jogo dimensional entre o presente e o passado - ou piada narrativa para além dos gags visuais. A lógica perde-se entre inúmeras metáforas que só os mais contextualizados conseguirão descortinar e o absurdo recheado de lugares comuns na disputa entre o socialismo e o capitalismo/materialismo dá lugar ao tédio.
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