Uma espécie de "
Rear Window" de Hitchcock de mãos dadas com o seu tão amado "
Annie Hall". A musa Keaton e o velho parceiro Brickman numa comédia feita durante uma das fases mais conturbadas a nível pessoal da vida de Allen - o escândalo incestuoso/pervertido/pedófilo (escolher uma, riscar as restantes) com a filha adoptiva Soon-Yi - mas que termina com uma chama inesperada de optimismo e ironia: o casal quinquagenário, junto desde sempre, descobre que continua tão apaixonado quanto no primeiro dia. Flop na bilheteira - ninguém queria ouvir falar de Woody devido ao escândalo, incluindo a própria Tri-Star que rasgou o acordo para rodar mais obras que tinha com o realizador -, a verdade é que "
O Misterioso Assassínio em Manhattan" constitui uma extraordinária síntese da comédia Alleniana: as neuroses e angústias do seu alter-ego, o charme e a inteligência em torno das relações, o humor envolto em pequenos mistérios que dinamizam a narrativa. "
Claustrofobia e um cadáver... é o jackpot dos neuróticos!".
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