Elbert Hubbard, escritor norte-americano do século XIX, disse uma vez que havia “uma coisa muito escassa, muito mais distante, muito mais rara que o talento”. Referia-se ao “talento para reconhecer talento”. Cento e muitos anos depois, gerações e gerações passadas, o problema parece persistir. Talvez pela primeira vez, após ano e meio de trabalho árduo que resultou em várias edições fantásticas – todas elas especiais e únicas à sua maneira -, esta equipa não está preocupada com isso. Porque mesmo continuando um projecto – ou seja, um desígnio e uma intenção de ser algo mais que uma revista digital amadora -, sentimos um reconhecimento delicioso por parte de milhares de leitores que, cada vez mais e graças à nossa recente presença nas redes sociais, interagem connosco e elogiam o nosso trabalho. E sabe bem, muito bem, mesmo quando a avaliação não é totalmente positiva, sabermos que somos lidos.
Bom exemplo disso é a fantástica marca que alcançámos em Agosto no Facebook, mês e meio depois de termos criado por lá um espaço Take: 1.000 (mil!) fãs a acompanharem, diariamente, curiosidades, imagens, passatempos e outros devaneios desta redacção virtual. O triplo de outras publicações da área em Portugal e mais do que muitos meios de comunicação conceituados, nacionais e internacionais, contam após vários meses ou mesmo anos de presença. E esta é uma recompensa que não tem preço. Aos primeiros mil e a todos os que ainda virão, o nosso muito obrigado.
Quanto a esta edição – mais atrasada do que é normal devido às férias de grande parte da equipa -, várias entrevistas exclusivas e negociadas a partir de Lisboa, por iniciativa e persistência nossa, transformaram esta Take numa das que mais gozo nos deu. Dos britânicos Arthur Bostrom e Vicky Michelle, outrora estrelas de “Allo Allo”, a Zoe Bell, dupla e actriz neozelandesa – ficámos a perceber porque é que Tarantino gosta tanto dela -, todo este número é um exemplo heróico da nossa polivalência e atitude inconformista de quem recusa viver à sombra das entrevistas “vendidas/cedidas” pelas distribuidoras e das linhas editoriais meramente comerciais que regem a Sétima Arte em Portugal. Demonstração desse equilíbrio, é tanto Agnès Varda como Johnny Depp terem direito ao mesmo peso nas páginas interiores deste mundo. Um mundo com cada vez mais habitantes.