Grandes mistérios da história: o monstro de Loch Ness, o Bigfoot e a identidade de D.B. Cooper, um passageiro misterioso que sequestrou um avião no início dos anos setenta, conseguiu duzentos mil dólares do governo para não explodir uma bomba em pleno vôo e, depois de descolar novamente com rumo incerto apenas com a tripulação, saltou durante uma noite escura de paraquedas de um Boeing 727 para nunca mais ser encontrado. Um crime sem vítimas que o tornou numa lenda norte-americana, piada recorrente em inúmeros filmes e séries, um dos "cold cases" do FBI que deram origem a mais conspirações nos últimos cinquenta anos. Das ligações ao CIA ou à Força Aérea Canadiana - devido a uma banda-desenhada francófona em que o herói partilhava o mesmo nome - às convenções com maluquinhos que partilham as suas teorias, tudo se discute mas nada se descobre em quatro episódios de quarenta minutos que poderiam muito bem ter sido apertados, para não variar, num documentário de hora e meia. Porque mais do que um documentário sobre D.B. Cooper, a necessidade de conquistar tempo destes produtos de investigação da Netflix acabam por desfocar a mira do protagonista e virá-la para quem o procura. Já agora, tanta conversa sobre o ADN nas beatas do cigarro e os vestígios de titânio na gravata... e nada sobre o copo de bourbon que bebeu? Impressões digitais, não? Bom para ver enquanto se aspira a casa. Três horas depois temos a casa limpa e continuamos na mesma em relação à identidade de Cooper.
Sem comentários:
Enviar um comentário