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O que eu não sabia é que este filme era sobrevalorizado até às ventas! Mau, inconstante, e completamente centrado na sua “reviravolta”, que pouco traz à acção e razão da narrativa. E eram tantos os lugares da capa do DVD que mencionavam este “segredo” , inclusivé citações de Ebert, que a mesma acaba por desapontar e cheirar a “banalidade”. Realizado por Neil Jordan (Interview with the Vampire, este sim um bom filme), “Jogo de Lágrimas” foi galardoado com o Óscar de Melhor Argumento Original. Algo exagerada a distinção, visto “Unforgiven” de Clint Eastwood estar, na altura, entre os mesmos nomeados e ser, claramente, uma obra superior, com principio, meio e fim. E podemos usar esta mesma classificação, para dizer que “The Crying Game” é um filme em que só existe um meio, com a “famosa” surpresa e que a partir daí afunda-se completamente.
“Jogo de Lágrimas” não sabe se quer ser um thriller de acção, uma obra sobre racismo, um filme sobre violência e opções sexuais ou pura e simplesmente uma pequena mistura de tudo isto, que funciona como azeite sobre água, ou seja, que não mistura e que não serve para nenhuma delas. Só mesmo o facto de invocar um assunto sensível e polémico como as acções da organização republicana militar irlandesa (IRA) explica a sua popularidade e sobrevalorização. A interpretação de Forest Whitaker é forçada e de certo modo, amadora e só a excelente prestação do até então desconhecido Sthepen Rea equilibra o elenco. Dispensável!
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Nota de Redacção: Felizmente, “The Crying Game” foi a única desilusão que apanhei nestes últimos dias de descanso carnavalesco. Peço perdão pela curta ausência mas, esta não foi em vão. E até foi bastante merecida, modéstia à parte! A actualização diária continua de agora em diante!