segunda-feira, abril 07, 2008

Journeyman - Primeira Temporada

Journeyman” narra a história de Dan Vasser, um jornalista de sucesso que, de um momento para o outro, e sem qualquer explicação pausível, começa a viajar no tempo através de saltos temporais irregulares e inesperados. O objectivo dessas jornadas temporárias? Resolver algum caso mal explicado pela imprensa ou salvar a vida de alguém que mais tarde irá mudar o mundo para melhor. Ou seja, pegar num conceito corriqueiro do mercado televisivo – “Quantum Leap”, “Life on Mars” e por aí adiante – e voltar a entreter milhares que, como eu, tomam a temática das viagens temporais com uma genuína satisfação inexplicável de aspiração e utopia.

Com um elenco extravagante – Kevin McKidd e Gretchen Egolf possuem características de representação facilmente estereotipáveis – mas competente, a série da NBC – estação que raramente aposta em produtos que não dão resultados de audiência imediatos – alcançou o notável de mérito de, em apenas treze episódios, estabelecer uma narrativa atraente e intrigante que justificou, dentro do absurdo relativo ao exercício, os inúmeros (e esperados) buracos de argumento que envolveram a trama. Com um início de temporada prometedor, “Journeyman” não conseguiu no entanto manter o ritmo durante os primeiros dois meses de exibição, o que fez com que a baixa atenção por parte do público, juntamente com a solenemente reconhecida greve dos guionistas de Hollywood levasse a uma decisão de cancelamento de produção de novos episódios por parte da estação pública de televisão norte-americana.

Em Novembro, e já com o futuro decidido, ficavam então meia dúzia de episódios por mostrar. E, ironia das ironias, “Journeyman” dado como um nado morto, recupera a aura mágica da sua sinopse, enche os pulmões de energia e proporciona uma recta final de temporada notável, que deixa admiradores e telespectadores desejosos por mais. Mas foi tarde demais. A exótica Moon Bloodgood não voltará, uma vez mais, a ficar presa no tempo, tal como também havia acontecido na exímia e superior “Day Break”. O rectângulo amoroso ficará por explorar, para sempre em suspenso na reminiscência de uma possível reviravolta. Tudo porque o lucro expressivo previsível da série, apesar de compensar e equilibrar a programação, não merece riscos. A demanda pelo sucesso imediato fala mais alto. Mea culpa nossa, sem perdão nem tribunais de penitências.
Cinema Notebook: TV.com: 9.1 (2,604 votos) Média dos Leitores CN:

13 comentários:

Carlos Martins disse...

Também fiquei desapontado quando descobri que esta era uma das séries que não seria continuada. O tema das viagens no tempo dá sempre para inventar um bocado, e neste caso era engraçado tentar prever onde tudo isto iria terminar.

Anónimo disse...

Qual Journeyman qual carapuça. Life on Mars, Spaced, BSG - sobre estas é que devias estar a escrever!
;)

André disse...

Só vi o 1º episódio de Life of Mars e ao mm tempo vi tb o 1º de Chuck para decidir qual seguiria com afinco. Apesar de também ter um fascínio por saltos temporais (alguém falou em Lost?) entusiasmou-me mais Chuck.

TF disse...

É pena. Foi das séries da primeira parte da temporada que mais me agradaram, embora o irmão fosse nos primeiros episódios demasiado pain in the ass para o meu gosto.
Acabou bem, pelo menos acabou.
Mas, sabe a pouco.
Infelizmente.

Anónimo disse...

Infelizmente, estamos numa época em que que oferta a nível de séries é tanta que se não for sucesso imediato, é de cortar o mal pela raiz e dar oportunidade a outras. Quantos não são os pilot's óptimos que são cancelados? Enfim... se ao menos o mercado europeu fosse considerado...

Carlos M. Reis disse...

Carlos, é um tema fascinante, que mesmo apesar das milhentas abordagens, continua a ter pano para mangas. Um abraço!

Syrin, Spaced e Life on Mars estão engatadas a meio, que isto não tem havido muito tempo de sobra, e o que houve foi para ver a segunda de Dexter e de Heroes. Mas, e até em tom de agradecimento, passarão por cá mais cedo ou mais tarde ;)

André, Chuck tem um charme irresistível. É o factor Sarah Lancaster adicionado ao parzinho Chuck - Yvonne ;) Mas quando puderes, dá uma oportunidade a Life on Mars. Eu estou a gostar do que vi até agora.

Tiagão, sim, notou-se que houve ali um esforço para inventar um final rápido e algo forçado para a série. Mas resultou bem. E pelo menos não ficou pendurado ;) Cumprimentos.

Ricardo, é inevitável. Um abraço!

Carlos Martins disse...

Life On Mars, vamos ver se a versão americana não assassina o conceito original... :)

Carlos M. Reis disse...

Medos... mas o original estará sempre disponível. E com sorte... ;) Um abraço!

Anónimo disse...

É pá, pior do que saber que os americanos pretendem fazer uma versão americana do LoM, é saber que querem assassinar o Spaced com uma nova versão. Isso sim, assusta. :s :s :s

Hugo Cunha disse...

O problema desta série são os 2 ou 3 primeiros episódios que não estão muito bem conseguidos e depois quando encarrila já é tarde e o público já está noutra e á tantas por onde escolher verdade.

Carlos M. Reis disse...

Syrin, não funcionará. Spaced é pessoal de mais para funcionar com mais alguém além daqueles. Mas... enfim. Veremos. Beijinhos.

Vitoscano, acho que o primeiro episódio é bom. Os seguintes 3 ou 4 é que sim, desceram bastante. E depois é como dizes, fica tudo "noutra" ;) Cumprimentos.

Anónimo disse...

Poxa, que pena. Acabei de ver ontem o último episódio e gostei muito da série, difícil acreditar que sua repercussão não foi boa. Não conseguia parar de ver, nunca pensaria que uma série dessas poderia ser cortada por não atrair o público.

Espero que retomem, não devem deixar a idéia parada.

Carlos M. Reis disse...

Caro Rafael, julgo que já foi confirmado que a série não voltará. É pena. Cumprimentos!

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...