sábado, maio 21, 2011

Take - 2 Anos de Missões Impossíveis (II/VI)

Num ano em que o futuro da Take passou de incógnita a miragem, de sonho individual a ilusão colectiva, aproveito esta altura conturbada do blogue para relembrar o trabalho fantástico que foi realizado desde a génese da revista até ao segundo aniversário da mesma, num artigo publicado na Take 22, de Março de 2010. Porque, aconteça o que acontecer de agora em diante, foi um orgulho enorme fazer parte deste projecto ambicioso e original.


Take - 2 Anos de Missões Impossíveis (II/VI)

Feedback Inicial

Vários foram os e-mails que recebemos a congratular o nascimento de uma nova publicação cinematográfica nacional, mesmo que online, depois dos cinéfilos portugueses terem ficado órfãos da única revista que existia em papel. Muitos desses perguntavam o porquê da opção digital. A resposta era simples: não era uma opção mas a única alternativa. Muitos pensavam – e muitos ainda hoje pensam, como denotamos através das divertidas candidaturas de colaboradores a estágios profissionais – que se tratava de um projecto profissional, com uma redacção física e uma empresa por detrás. Para nós, isso era um sinal de que o trabalho tinha sido bem feito e era tomado como algo sério. Mesmo com as fracas estatísticas de visitantes – a divulgação não foi a que esperávamos, já que a imprensa nacional parecia, ao contrário dos cinéfilos, não levar a Take a sério -, esse feedback foi mais do que suficiente para prosseguirmos com a revista. Se para o número zero, que não passava de um teste, éramos menos de dez, havia necessidade agora de convidar mais colaboradores e de criar métodos de trabalho e organização que não envolvessem tantos telefonemas, atrasos, confusões e reuniões desfalcadas.

A Organização do Trabalho

Vamos ter que abrir mão de muitos segredos neste parágrafo, mas vocês merecem. No início havia as dezenas de chamadas mensais do director José Soares para os colaboradores e as centenas de e-mails para combinar quem escrevia o quê e que ideias, capas, artigos e entrevistas eram sugeridos. As tentativas de reuniões colectivas saiam, naturalmente, sempre furadas: todos nós tínhamos a nossa vida profissional ou universitária e nem todos eram de Lisboa. Em suma, era impossível juntar mais do que quatro ou cinco colaboradores num encontro. E quando isto acontecia, já não era nada mau. Saudosos – mas não mais do que isso - os tempos em que no seu caderninho de notas, José Soares escrevia nestes encontros quem ficava responsável por artigo X ou crítica Y. Uma alternativa viável de organização era fundamental para o futuro da revista. E eis que decidimos começar a usar as potencialidades do Google Documents, um ficheiro facilmente partilhado por todos os colaboradores, que permite fazer tudo isto e mais alguma coisa de modo rápido e simples. Dos prazos, aos visionamentos ou às indisponibilidades, tudo começou a passar por ali. Hoje em dia, os únicos encontros que ainda se mantém são entre mim e o José Soares, e os assuntos raramente tocam em questões relacionadas com o conteúdo de edições vindouras. Falamos sim de ideias, projectos, novos colaboradores e possibilidades que permitam à Take continuar a inovar e a crescer de número para número. O local, esse, é sempre o mesmo, talvez pela sua localização favorável, mística ou... pelos deliciosos hambúrgueres que lá são cozinhados. O restaurante dos Cinemas Medeia Monumental são a nossa sede, a nossa sala de reuniões com qualquer colaborador ou cinéfilo interessado em propor-nos algo. Um templo de culto até agora secreto. Companheiros dos pineapple burgers, está na hora de nos darem umas borlas pela publicidade gratuita que acabámos de fazer.

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