terça-feira, agosto 31, 2021

Porque comemos Pipocas no cinema

segunda-feira, agosto 30, 2021

El inocente (S1/2021)

Socorro, a Netflix chupou o Oriol Paulo bem chupadinho, reviravolta atrás de reviravolta, segredo atrás de segredo. Título alternativo para a muito aguardada estreia no formato televisivo de um dos realizadores de quasiculto desta casa ("Contratiempo", "Durante la tormenta" e "El Cuerpo"), um produto que funcionaria maravilhosamente arrumadinho em duas horas mas que, para resultar em oito, ganha uma mão-cheia de personagens e histórias cruzadas que, mesmo quase sempre com os trunfos bem escondidos na manga, acabam por dar uma percepção de alguma falsidade e demasiada conveniência na junção de todas as peças do puzzle a uma história que aguentar-se-ia bem sem tantos nós por desatar. O natural torna-se assim forçado, nada que ainda assim retire força a um elenco excepcional, com especial destaque para Alexandra Jiménez e Mario Casas. Expectativas defraudadas. Culpa das expectativas, que estavam a roçar o céu.

domingo, agosto 29, 2021

Spider-Man 56: Nobody Cares Anymore

sábado, agosto 28, 2021

Clean, Shaven (1993)

Som e imagem em constante desarmonia, como se ruído de fundo e close-ups a fios de alta tensão fossem metáforas perfeitas para um homem com esquizofrenia. Talvez até sejam, mas a verdade é que Lodge Kerrigan importa-se muito mais com o estilo da sua mensagem do que com a substância da sua história, com a desordem mental do seu personagem-chave. Jogo de suposições que obviamente iria acabar numa injustiça tremenda, polícia ao barulho que de repente convida a ex-mulher do esquizofrénico para jantar fora sabe-se lá com que objectivo, unhas e bocados de carne arrancados a frio e uma história sem tacto nem ordem para aumentar o caos artístico - que jeito deu no meio de tanto amadorismo - com que o habitualmente vil Peter Greene teve que lidar enquanto levava com o filme às costas até ao catálogo da Criterion.

sexta-feira, agosto 27, 2021

Ed Asner (1929-2021)

quinta-feira, agosto 26, 2021

The Protégé (2021)

Martin Campbell, capaz do melhor ("Casino Royale") e do pior ("Green Lantern") num filme que é como um date com uma acompanhante de luxo: impressiona visualmente no restaurante - coreografias de acção de primeira linha e esteticamente tudo muito aprumadinho - mas não esperem qualquer tipo de interesse sentimental ou narrativa com pés, cabeça e veracidade no olhar. O objectivo é apenas um: receber umas notinhas por hora e meia de distracção, aproveitando neste caso os restos de Samuel L. Jackson enquanto guarda-costas e os saudosos tempos de Nikita da espantosa Maggie Q. A cena final e toda a relação ambígua entre "protégé" e Keaton? Patetice surreal, sem química, que raramente convence. E nem vou falar daqueles flashbacks perto do fim, violentos e cruéis, completamente dessincronizados com o tom do resto do filme.

quarta-feira, agosto 25, 2021

The Stoicism of Cool Hand Luke

terça-feira, agosto 24, 2021

Night Patrol (1984)

Aqui vai uma crítica que vos vai fazer perder os abdominais definidos. Ah, esperem, pelos vistos já a leram antes. Anedota atrás de anedota, sketch atrás de sketch, "Night Patrol" acerta tantas vezes quanto as que falha no seu humor imprudente, ora básico ora genial, que aposta excessivamente tanto no "literalmente falando" quanto na flatulência para atrasados mentais, perdendo eficácia e piada a cada repetição que se torna óbvia. Ainda assim, um dos muitos clones que nasceu do sucesso comercial da "Academia de Polícia", uma experiência mais burlesca mas com identidade própria - os créditos em francês num filme americano, as dobragens só para irritar, o Pat Morita como vítima de violação com voz de mulher, o Andrew Dice Clay como humorista falhado - e uma personagem irresistível - o "Unknown Comic" de saco de papelão na cabeça - que haveria de ganhar o seu próprio espectáculo ao vivo em Las Vegas durante anos. Mistério engraçado - com perguntas para queijinho aos espectadores durante o filme - que certamente tornariam este "Night Patrol" numa experiência numa sala de cinema com amigos tão ou mais interessante e divertida que o "The Room". Fica a dica.

segunda-feira, agosto 23, 2021

domingo, agosto 22, 2021

The Leftovers (S1/2014)

O sistema de crenças de cada um para explicar o seu papel no universo, a sua (ir)relevância (in)significante enquanto ser numa realidade desconhecida, repleta de medos e ansiedades, onde aqueles que amamos podem desaparecer de forma inesperada - e aqui também de modo inexplicável -, a qualquer segundo. Uma jornada em torno da fé e do luto, de premissa interessante, personagens complexas interpretadas com engenho e talento por um elenco de luxo, com uma banda-sonora e cinematografia de excelência. Mas nem tudo são rosas nesta primeira temporada: ritmo irregular, que mastiga sem fim as mesmas ideias, que perde aos poucos aquela pitada de humor negro que o episódio piloto aduzia, constantemente a fazer a mesma pergunta: porquê eles e não nós? Melancólico, pesado e até desconfortável por vezes, não será para todos. E vou ter que esperar pela chuva e pelo tempo frio para me atirar à segunda temporada.

sábado, agosto 21, 2021

How Scarecrow plans to share its vast library

"“It’s an illusion of endless content,” said John O’Connor, Scarecrow’s development director, of streaming offerings, “but there are so many holes.” Scarecrow, at the moment, has approximately 140,000 titles, on physical media. Netflix, Amazon Prime and Hulu — combined — have approximately one-third of that, and the ephemeral nature of streaming rights means that titles on those platforms come and go." [Seattle Times]

sexta-feira, agosto 20, 2021

Escape Room (2019)

Uma espécie de "Saw" para betos. Sendo que o "Saw" já era uma espécie de "Martyrs" para betos. Ou seja, é filmezinho com cabelo puxado para o lado, sapatinho de vela e camisa branca de manga curta. Estou aqui nesta parvoíce com os betos porque já vi este "Escape Room" há três semanas e não me lembro de quase nada. Estou a brincar, lembro-me bem. Pronto, mais ou menos. Bons set designs, algumas ideias interessantes na construção dos cenários e dos puzzles - se bem que a maneira como chegam à descoberta é quase sempre demasiado conveniente e forçada -, elenco fraquinho, personagens sem sal - mas algum azeite - e um final tão esbulhado para preparar a sequela que só volto a este universo se a minha mulher assim o voltar a entender. Ou seja, lá estarei assim que estiver disponível no videoclube do Sr. Joaquim. Compromissos matrimoniais, amigos.

quinta-feira, agosto 19, 2021

Dune @ Sala Azul

quarta-feira, agosto 18, 2021

Blood Red Sky (2021)

Um Airbus 340 - cujo interior na verdade é um comboio checo - sequestrado por terroristas ocidentais - liderados pelo irmão armário burro do Scofield - que se fazem passar para o mundo exterior como muçulmanos radicais. Objectivo é atirar o avião contra um qualquer edifício em Londres, não se percebe bem porquê - acções na bolsa e mercados em pânico, segundo a teoria de um dos passageiros -, sendo que antes disso saltavam de para-quedas. Tudo muito bonito e organizado à base da facada violenta e desnecessária, tudo a correr de acordo com o plano... até perceberam que uma das passageiras é uma vampira inspirada no Conde Orlok do centenário "Nosferatu", de cabeça rapada e orelhas pontiagudas. Depois é o "Deus-nos-acuda" guionistas e espectadores, tudo ao molho e fé nos alemães. Mete medo? Não. É violento e hiperactivo? Sim. Começa por ser tenso, acaba a ser pateta - ainda que com um destino ousado para todos aqueles passageiros inocentes -, mas ninguém lhe pode negar a coragem de se atirar de cabeça a tudo o que planeia. Menos meia horinha e não tinha patinado tanto.

terça-feira, agosto 17, 2021

segunda-feira, agosto 16, 2021

F9 (2021)

A frustração do ridículo no espectador, a patetice impossível a um nível tão desmedido que deixa tudo deixa de servir como entretenimento extravagante para se tornar quase uma paródia de acção que não tem noção que o é, por mais bocas que mande a si mesma. Flashbacks com actores que se parecem tanto com Vin Diesel e John Cena quanto o Batatinha e o Croquete, um elenco inteiro em piloto automático no modo "já nem quero saber desde que me encham os bolsos", zero carisma e zero coração por mais que tentem espremer a tragédia de Paul Walker e ressuscitar personagens que se julgavam mortas e... bem, a Charlize. Querida, deixa lá as crianças divertirem-se no parque - ou no espaço - e dá lá alguma atenção à Furiosa.

domingo, agosto 15, 2021

Robot Ninja @ VHS

sábado, agosto 14, 2021

Another Earth (2011)

Um filme sobre redenção e simetria cósmica. "Uau", disse o mundo, sem fazer a mais pequena ideia do que se trata. História - a adolescente inconsciente que tenta corrigir um erro imperdoável quando sai da prisão - com interesse e intensidade dramática suficiente para aguentar o espectador durante hora e meia, todo um contexto sci-fi de fundo - a descoberta de um novo planeta semelhante ao nosso - que cativa na ideia mas que nunca desenvolve para lá da intenção -, uma realização tão amadora - autoral dirão alguns - que dá vontade de insultar entre zoom ins e zoom outs à padeiro e, por fim, uma actriz maior que a vida que merecia mais do que tanto vazio para encher entre diálogos sem peso efectivo na relação entre os protagonistas. Porque nem a Brit Marling consegue tornar um serrote no lugar de um violino durante dois minutos numa cena interessante.

sexta-feira, agosto 13, 2021

Vincent Chase turned into clickbait

quinta-feira, agosto 12, 2021

Beckett (2021)

Primeira produção original grega da Netflix, quase tudo em "Beckett" parece ter sido pensado e orquestrado por amadores. Da realização à edição, do acting de Washington ao vazio emocional e falta de urgência de uma personagem desesperada e recentemente enviuvada num país estranho, à conspiração política meio tosca entre extrema-direita e extrema-esquerda, fica a sensação de que morrer ao fim de um quarto de hora foi mesmo o melhor que podia ter acontecido à Alicia Vikander. Ainda corria o risco que lhe pedissem para saltar de um terceiro ou quarto andar para um carro sem necessidade nenhuma para tal ou, imagine-se, que segurasse numa máquina fotográfica de forma natural. Já dizia o ditado: da Grécia, nem bons golos nem bons consolos.

quarta-feira, agosto 11, 2021

Cageland

terça-feira, agosto 10, 2021

London Has Fallen (2016)

"Fuck me? Fuck you!". Nunca uma expressão de um (anti)herói definiu tão bem um filme quanto a política externa de uma nação tão poderosa quanto os EUA. Tendo em conta a história pessoal do realizador Babak Najafi - refugiado de guerra iraniano -, poucas dúvidas restam que se trata de um retrato insolitamente satírico, montado de forma muita séria, a toda a ideologia política e cultural norte-americana, combatendo fogo com fogo, sendo tão xenófobo e idiota que funciona de forma eficaz em qualquer um dos lados da barricada - o da crítica ou o da exaltação nacionalista. E, como sequela, a verdade é que este "Assalto a Londres" faz quase tudo bem para satisfazer quem gostou do primeiro: não perde tempo a reapresentar as personagens, parte rápido para a acção desenfreada, convence visualmente no meio de tanta catástrofe e destruição e, melhor que tudo, cria uma dinâmica irresistível entre Butler e Eckhart, agente de barba rija, língua afiada e tomates de aço e presidente cool - pussy para Banning - dos EUA. Bandeira ao alto, caricatura atrás de caricatura, explosão atrás de explosão. Porra, sabe bem de vez em quando estes heróis filhos-da-mãe com comportamentos moralmente duvidosos.

segunda-feira, agosto 09, 2021

Denzel & Jordan

domingo, agosto 08, 2021

Innocent Blood (1992)

"Não Há Pescoço Que Aguente" tenta ser uma mescla irreverente de géneros e estilos - gangsters e vampiros, romance e comédia negra - mas, na verdade, nunca consegue esfolar mais do que a superfície das suas várias ideias. Elenco muito curioso - tantos "malandrinis" que acabaram nos "Sopranos", a Nikita de Besson e o talento desperdiçado do Rickles e Bassett -, cameos de Raimi e Argento e o lendário John Landis na realização não foram suficientes para tornar esta "bloody Marie" em mais do que um cocktail de momentos ocasionalmente divertidos e perversos, que nunca encontram lugar no todo estrutural confuso que não consegue fazer pela vampiragem o mesmo que Landis já tinha feito pelos lobisomens.

sábado, agosto 07, 2021

The Evolution of the Milkshake in Movies

sexta-feira, agosto 06, 2021

Starship Troopers (1997)

"Starship Troopers" tem tanto de clássico sci-fi quanto de guilty pleasure de culto. Não é o melhor de Verhoeven, mas é Verhoeven no seu melhor. Humor negro, crítica social ao militarismo norte-americano, ao fascismo e à sua faceta de propaganda, uma sátira tão incisiva quando divertida, uma epopeia de ficção científica com bases tão frágeis na sua estrutura que só um génio fora da caixa como o realizador holandês conseguiria transformar tudo aquilo - os monstros extraterrestres, a paixoneta adolescente, um elenco claramente limitado a nível de talento, etc. etc - numa espécie de space opera com identidade própria. Nada como um veterano de guerra sem pernas a louvar a violência e a carreira militar - tal e qual em "Harold and Maude" - e cabeças a explodir em simples treinos na academia - o general do "Full Metal Jacket" afinal era um menino - para animar uma noitada.

quinta-feira, agosto 05, 2021

Gran Macho

quarta-feira, agosto 04, 2021

A Quiet Place Part II (2020)

Tecnicamente, pouco ou nada falta a esta sequela de John Krasinski: bem filmado, interpretações - adultas e infantis - de primeira linha, efeitos especiais e sonoros fantásticos - o uso dos silêncios como arma de tensão e os "monstros" tão credíveis quanto possível, sem medo da exposição visual. O problema é que, enquanto história, falta-lhe a intimidade e claustrofobia do primeiro e, enquanto guião, um terceiro acto que nos dê uma qualquer espécie de final, por mais ambíguo que pudesse ser de maneira a deixar tudo em aberto, como parece ter sido intenção, para um terceiro tomo. Ficam as boas ideias - o dispositivo de audição, a ilha isolada, a forma de lidar com um bebé num mundo transformado em biblioteca de convento - para o futuro, um futuro em que esperamos descobrir muito mais sobre o que se passa no resto do planeta e quais as reais hipóteses de sobrevivência da raça humana neste ambiente pós-apocalíptico.

terça-feira, agosto 03, 2021

Assault on Precinct Grillo Butler

segunda-feira, agosto 02, 2021

Diamantino (2018)

Que hype aparvalhado. Um bom arranque e tantas boas ideias - o futebol como ópio do povo, os contornos políticos nacionais e europeus, a crise de refugiados - desperdiçadas numa fábula idiota com pouco cérebro - tal como a sua personagem Ronaldesca - e uma colecção de sotaques extremamente forçados - overacting constante -, qual anedota madeirense contada por um micaelense que só quem não conhecer de perto conseguirá suportar. Tenta ser comédia, tenta ser sátira, tenta ser provocador, acaba por ser apenas absurdo e espalhar-se ao comprido entre espasmos criativos visuais e um pai adoptivo que acaba na cama com o filho(a). Que apoquentação atoleimada, de gama na boca e blica à mostra no final.

domingo, agosto 01, 2021

There's no time for mercy