segunda-feira, novembro 30, 2015
Dexter (S5/2010)
domingo, novembro 29, 2015
sábado, novembro 28, 2015
Torrente, el brazo tonto de la ley (1998)
sexta-feira, novembro 27, 2015
quinta-feira, novembro 26, 2015
quarta-feira, novembro 25, 2015
Netflix Portugal
terça-feira, novembro 24, 2015
segunda-feira, novembro 23, 2015
Nas Nalgas do Mandarim
domingo, novembro 22, 2015
sábado, novembro 21, 2015
Jessica Jones? Trish Walker!
sexta-feira, novembro 20, 2015
quinta-feira, novembro 19, 2015
The Green Inferno (2013)
quarta-feira, novembro 18, 2015
terça-feira, novembro 17, 2015
John Wick (2014)
segunda-feira, novembro 16, 2015
Livro Posters Caseiros Vol.2
domingo, novembro 15, 2015
sábado, novembro 14, 2015
Não vai acreditar onde esta actriz trazia o iPod
sexta-feira, novembro 13, 2015
quinta-feira, novembro 12, 2015
A morte dos blogues
O tráfego deixou de surgir de uma ligação inter/intrablogosférica - da partilha de links aos comentários nos próprios blogues que geravam visitas de retorno, algumas por cortesia "profissional" - para ser quase todo proveniente do Facebook e das partilhas que lá são feitas. A vistoria obrigatória do início do milénio, antes do Google Reader e de outros feed readers posteriores, que obrigava a colocar os nossos blogues predilectos nos favoritos e visitá-los com frequência, foi substituída pela falsidade de uma leitura incógnita e misteriosa que pouco ou nenhum feedback nos dá sobre o nosso trabalho, sobre um número real de pessoas que nos lêem e seguem. Ser blogger era uma paixão amadora, não um negócio profissionalizado. Ser blogger era ter uma voz independente, que criava conteúdos únicos e não se limitava a copiar press-releases ou divulgar notícias que podiam (e podem ainda) ser encontradas em mil e um outros locais. Ser blogger era ter dez, quinze comentários estruturados por publicação guardados para a eternidade e não trinta ou quarenta de meia dúzia de palavras que, em menos de uma semana, caiem no esquecimento. Ser blogger era estar genuinamente preocupado em ter uma conversa com os nossos leitores, não com o grau de viralidade (os likes que geram likes) de um post. Que saudades tenho eu da velha escola da blogosfera; aquela que evoluiu e se transformou hoje numa mutação entre várias espécies sociais (FB, Twitter, etc.) de modo a não cair no esquecimento. Resta-me a consolação de imaginar, um dia distante daqui a cinquenta anos, sentado à frente de um aparelho qualquer tecnológico a reler e relembrar uma vida inteira dedicada a um hobbie. E, quem sabe daqui a um século, com os meus netos a admirarem o falecido avô que era "muito à frente" e falava de maminhas e rabos pelo menos uma vez por mês.
quarta-feira, novembro 11, 2015
terça-feira, novembro 10, 2015
Spring Breakers (2012)
segunda-feira, novembro 09, 2015
Ronaldo (2015)
A grande verdade é que não existe, neste momento da sua vida, qualquer razão de ser neste "Ronaldo" que não um capricho de um ego tão inflamado que já não sabe o que fazer para se promover. Mostrar uma garagem repleta de carros de luxo, uma relação apaixonada (ou seja, normal) de pai-filho e o dia-a-dia de um futebolista de elite e daqueles que o rodeiam não é propriamente uma história de vida que mereça destaque. Mais interessante seria, por exemplo, um documentário sobre a Dona Dolores, uma mulher que teve que criar quatros filhos em condições humildes, lidar com um marido alcoólico que descarregava nela as suas frustrações, que viu o filho mais velho seguir o mesmo caminho do pai e que, depois de decidir não abortar um filho indesejado - nada mais nada menos que CR7 -, teve que o "abandonar" em criança. E, tantos anos e tantas lutas depois, perceber como foi a transição súbita da pobreza para a riqueza extrema.
Seja como for, como documentário "Ronaldo" é frágil e frouxo. A razão principal é óbvia: ao contrário do que é costume nos grandes títulos do género, repletos de histórias e imagens de arquivo, quase todos os fotogramas da vida de Ronaldo são falsos, fabricados perante as câmaras pelos protagonistas que sabem que estão a ser filmados com o fim de serem transformados em estrelas de cinema. O que ali há de honestidade ou de representação, só os próprios saberão. Se não são fanáticos por Cristiano Ronaldo, fiquem-se pelo trailer. É bem melhor que o produto final. Dúvidas? O Daniel Oliveira já fez melhor (não muito) e nem precisou de uma hora.
domingo, novembro 08, 2015
sábado, novembro 07, 2015
The Usual Suspects (1995)
sexta-feira, novembro 06, 2015
quinta-feira, novembro 05, 2015
TCN e a hora da despedida
Pensei escrever as palavras que se seguem várias vezes durante os últimos meses; estive mesmo quase a fazê-lo logo em Janeiro passado após a quinta cerimónia dos TCN Blog Awards, mas decidi aguardar um pouco e arrefecer as ideias, não fosse arrepender-me desta tomada de posição que não tem volta a dar. Hoje, depois de muito ponderar nas últimas semanas, findado que está o anúncio dos nomeados para os #TCN2015, creio que chegou a melhor hora para o fazer: estes serão os últimos TCN Blog Awards sob a minha organização. Espero, desejo, suspiro, que não sejam os últimos TCN Blog Awards de sempre.
Não termino este reinado, esta aventura de seis anos, pelas críticas negativas que surgiram de vários lados: estas foram recorrentes desde 2010, mas muito importantes para ir desenvolvendo novos métodos de votação e organização, criar e dividir categorias, modificar muitos aspectos e parâmetros que tornaram esta celebração anual da blogosfera melhor, mais justa (ou menos injusta, dirão outros), diferente ano após ano. Sempre tolerei e aproveitei todas as críticas para amadurecer os TCN e, confesso-vos, seria a ausência delas que me preocuparia, que me faria pensar que a blogosfera não estava viva e preocupada com o seu bem-estar, com a sua credibilização. Não o faço também pela ausência nesta edição de vários blogues, espaços e bloggers importantes e históricos que, com o tempo, afastaram-se dos TCN pelas mais variadas razões: porque não foram nomeados quando achavam que deviam ter sido; porque perderam quando acharam que deviam ter ganho; porque se sentiram mal tratados como vencedores; porque eram agora mais do que um blogue e não queriam ser confundidos como tal; porque não concordaram que a votação passasse a ser fechada a uma Academia e abandonasse o público; entre tantas outras razões e guerrilhas pessoais. Por fim, não deixo a pasta também porque alguns dos que agora concorreram o fizeram, unicamente, por especial favor e respeito à minha pessoa. É um sinal preocupante para o futuro, mas importa sim focar naqueles que sempre admiraram e defenderam os TCN com unhas e dentes e lutaram para manter vivo este conceito, esta ideia, este encontro anual de bloggers de cinema e televisão.
Faço-o sim porque não tenho a motivação, a disponibilidade pessoal, a vontade de continuar com este hobby que tanto tempo me rouba, tanto trabalho me dá neste momento. Durante anos contei com o José Soares, da Take, para tratar de toda a parte logística da cerimónia, dos convidados, dos patrocinadores, dos prémios, de tudo o que estava relacionado com o evento físico em si; com o Manuel Reis, o nosso host insubstituível, a tratar da produção do espectáculo, do guião, da festa em palco. E eu, sem grande esforço e muito prazer, a tratar da parte que realmente gostava: a da blogosfera propriamente dita, dos conteúdos, das nomeações e das votações. Pois bem, para esta sexta edição dos TCN (e, previsivelmente, qualquer outra futura que se seguisse), não há José - devido à ruptura do ano passado com a Take - nem Manuel - por motivos pessoais relacionados com a sua nova e salutar vida universitária. E este tornou-se um navio demasiado complicado para ser navegado por um marinheiro só. Mesmo que, na sala dos motores, um incansável Edgar trate de manter as hélices a rodar - todo o grafismo dos TCN, do logo aos cartazes, é de sua autoria - e, à espera no porto, esteja um rebocador de luxo, o Miguel (e a sua equipa), que todos os anos atraca e amarra em grande estilo o navio TCN com os seus vídeos fantásticos. Sem eles, este Titanic já tinha embatido num iceberg qualquer. Com eles, este ano, espero ainda conseguir levar a embarcação a bom porto, por uma última vez, seja em que moldes for, com ou sem troféus, com ou sem almoço, com ou sem espectáculo, e reformar-me feliz, realizado e, acima de tudo, de consciência tranquila que sempre tudo fiz para levar esta blogosfera mais longe, abri-la a outros meios e mundos e, acima de tudo e modéstia à parte, premiá-la e motivá-la a continuar e a crescer como nunca nenhum outro fez.
O timing para o anúncio desta despedida não é inocente: criará um sentimento especial para a próxima - e, quem sabe, última - cerimónia, oferece dois meses de antecedência para reflexão a qualquer blogger (ou grupo de bloggers) que tenha a coragem, vontade e determinação de "salvar" os TCN e continuar com esta celebração e, finalmente, não estraga um dia que é suposto ser de festa e de convívio com o anúncio inesperado, no próprio dia, do fim de uma era. A todos os que sempre apoiaram os TCN ao longo destes seis anos, criticando-os ou não, o meu gigantesco obrigado. Chegou a hora de dedicar-me a outros projectos com a mesma paixão e motivação que, no passado, senti pelos TCN. De um livro com um grande amigo desta blogosfera a um podcast focado neste nosso pequeno mundo, bichinho fomentado pelo genial VHS. Para esta sexta edição, um pedido de SOS a todos: contactos, locais, cunhas e ideias para que, dia 9 de Janeiro de 2016, o barco não ponha água. Porque, "I ain't nothing but tired, man I'm just tired, and I could use just a little help because you can't start a fire without a spark, this gun's for hire even if we're just dancing in the dark".
quarta-feira, novembro 04, 2015
terça-feira, novembro 03, 2015
TCN 2015: Nomeados Entrevista
"Guillermo no geral como realizador é muito minucioso. Não é um realizador que te dê liberdade criativa. Mas isso em parte é bom porque ele tem bem claro o que quer. É muito visual. É tudo “levanta a mão agora, agora diz a frase, agora mexe-te”. E isso é bom porque sabes que o resultado final vai ser o que ele tinha em mente, não há espaço para o improviso e nesse caso para mim era muito positivo porque como criança, como jovem, não tens tantos recursos como actor. Não tens tantos instrumentos."
"Afinal Deus existe. Mas como é um idiota, vive em Bruxelas "onde faz as leis estúpidas para nos lixar a vida". A sua primeira recordação marcante do cinema fantástico foi "Bambi" "uma experiência maravilhosa e aterradora" o que apenas confirma Walt Disney como um mestre incontornável do fantástico, ainda que os seus cineastas de referência sejam Fellini, Gilliam e Tarkovski."
"É difícil falar nisto porque foram múltiplos anos de sucessivas ilusões que só mais tarde se transformaram em desilusões. Foi um processo doloroso porque nunca ninguém nos disse “não” ao projecto. A série foi adiada múltiplas vezes durante 3 anos até que nos fartamos de esperar. Mas acho que o Falcão não falhou em Portugal. Acho sinceramente que foi Portugal que falhou ao Falcão. Nomeadamente a televisão portuguesa que pura e simplesmente não quis que o projecto fosse feito."
"Talvez historicamente o peso da crítica se tenha perdido um pouco, mas acredito que encontra uma ressonância muito grande na própria cinefilia, na partilha de ideias e de sensações. Muitas vezes procuro críticas porque quero encontrar maneira diferentes de compartilhar a mesma ideia, por isso nessa vertente ainda é algo muito frequente."
"Tal como nos outros filmes, eu gosto do eco das coisas violentas e gosto de uma coisa que os ingleses denominam muitas vezes que é a aftermath, depois da catástrofe. Eu não me interesso pelo momento em si do conflito, mas pelo que resta disso, o que sobra disso em ecos, reflexos. De certa forma também os reflexos criam uma cinematografia que não é directa."
"O público está familiarizado com a envolvente rural graças à série televisiva, por isso criámos um cenário em que aquelas personagens dão como garantido o seu pequeno e feliz lugar no campo. No fundo isso acontece com todos nós, crianças ou adultos: esquecemos quão boas são certas coisas que nos são próximas. "
"De facto, é muito difícil encontrar obras de cinema português que se adequem, por um lado, às suas próprias estratégias de distribuição e divulgação e, por outro, dos nossos critérios para selecionar um filme – que, para além da qualidade, pressupõe que não possam ser incluídas no festival obras que já tenham circulado em Lisboa. Mas, mais importante que tudo isso, é a própria fragilidade da produção cinematográfica em Portugal. Como se sabe, houve um “ano zero” em 2013 e seria muito otimismo achar que o cinema português já conseguiu sair desta espécie de “coma induzido”."
"O filme foi, assim, um evento cultural, um evento político, e constituiu um movimento por si só. E foi fantástico o que aconteceu nos tribunais rabínicos, em que perguntaram aos juízes se tinham visto o filme e eles disseram que «não, não vi o filme». Mas a corrente foi muito forte e eles tiveram que respeitá-la e acabaram por ver o filme. "
segunda-feira, novembro 02, 2015
TCN 2015: Nomeados Artigo de Televisão
"“A única coisa pior do que ser falado é não ser falado”, já dizia Oscar Wilde. E o TVSéries, canal de cabo nacional que sendo pago nem sempre recebe a mesma atenção de outros (como uma FOX, por exemplo), teve, nas últimas semanas, talvez um dos seus maiores momentos em termos de mediatismo. Tudo devido a uma campanha de marketing que, eventualmente não querendo ser confusa, acabou por o ser."
"É estranho pensar que é justamente com este tom de “inacabado” de “decisões para se tomar” que Looking se despedirá de seu público, ainda que um especial tenha sido prometido para concluir as histórias de Patrick, Don e Agustin. Há claramente um fôlego final para a história, embora acredite que um especial não será suficiente para terminamos aquilo que começamos a acompanhar: o crescimento daquelas pessoas, principalmente de Patrick."
"Agora questiono-me: como é que esta cultura (a juventude hiper-sensível à mais diminuta informação relacionada com o que estão a ver) vai influenciar a futura produção nacional? Ou daqui a uns anos vai tudo regredir do tipo de conteúdo que consome, e aninhar com alento no sofá, resignado?"
"Começa agora uma nova era, quer para Stewart, quer para o seu antigo programa. Com apenas 52 anos, não acredito que o apresentador se vá retirar para sempre das luzes da ribalta. Ele é demasiado apaixonado e interventivo para deixar de vociferar a sua convicta opinião. O mundo ficará a aguardar no seu regresso, seja no cinema, na televisão, na internet, na impressa ou até na política. Até lá, vou sentir muita falta do pequeno judeu, das suas piadas sobre Trump e da paixão com que sempre defendeu as suas causas, mesmo atacando Israel."
TCN 2015: Nomeados Crítica de Cinema
"A arena é um círculo imperfeito. A arena é um campo de batalha com memórias cravadas na pedra e acordes reminiscentes dos “verdes anos”. A arena é sangue, suor, tinta e urina. Há filmes que tentam ser metáforas e perdem o movimento. Muitos filmes movem-se com tanta rapidez que esquecem as metáforas. Arena, a multipremiada curta-metragem de João Salaviza, é uma metáfora em constante movimento."
"Entre o teatro e a realidade, a comédia negra e o drama, o cinema e a crítica, "Birdman" permite a Alejandro González Iñárritu exibir que o maior e mais imprevisível dos palcos é o da vida, criando uma obra cinematográfica marcada por grande brilhantismo, onde os actores e as actrizes deslumbram sob a sua batuta."
"Foram 30 anos a refinar um filme, a rejeitar ideias más, mandar folhas amarrotadas para o lixo, polir conceitos, dar vida a personagens, a desenhar veículos e criaturas horrendas. Tempo houve para delinear a estratégia. E o detalhe do mundo de Max é rico em texturas e sons. Imagens de relance servem para explicar conceitos que verbalmente poderiam demorar uma eternidade."
"Furioso, MOMMY é um tornado de emoções à flor da pele, mas um mestre absoluto na sua gestão – nunca se torna cansativo, porque a energia do seu caos organizado é absolutamente revigorante. O ritmo é implacável, brilhando ao nível de uma realidade de emoção, frustração e desejo aumentados. É uma viagem na montanha-russa sem paragens, selvagem, louca, e completamente embebida na pop que marcou o crescimento das gerações de 80 e 90."
"De uma forma brilhante - o contexto actual ajuda a passar a mensagem de uma forma ainda mais firme do que talvez Stewart idealizou - e com a força de um argumento poderoso, sai realçada a ideia de que a inteligência, a educação e, acima de tudo, o sentido de humor são o melhor que temos para nos defender e para proporcionar a quem nos rodeia. Quando a tirania assume a sua estupidez através de actos e palavras, fica assente, sob a luz da liberdade, que a ignorância é o motivo para a humanidade ainda não ser verdadeiramente humanista."
"A sua Alice é indescritível, única, completa. Um ser humano com uma vitalidade e uma clareza que só uma actriz de imenso gabarito a poderia envolver de tanto amor, tanto afecto, tanta coragem, tanta solidão. A sua Alice tem uma vida cheia - e nós só a conhecemos já ela está a terminar. Um espírito imenso, inquebrável pelo declínio irreversível e fulminante provocado por esta terrível doença.”"
"E quando metade de “The Theatre Bizarre” já desfilou pelo ecrã com muita pompa mas pouco conteúdo, por fim a bofetada. “The Accident” quase poderia ser apelidado de bizarro por ser tão comedido no que mostra na tela e pela delicadeza no tratamento do tema. Uma premissa simples, sem overacting que passa a mensagem na perfeição."
"É um produto coeso que resistirá aos tempos e acredito que se faça culto. Só espero que não se transforme num género cinematográfico e em breve nos atirem duas vezes por mês mockumentaries com lobisomens, zombies, magos, robots maléficos, bruxas más, gnomos, madrastas extraterrestres ou padeiros cuja dupla vida os leva a performances travesti em bares de alterne de Atlantis."
TCN 2015: Nomeados Ranking/Top
"Não caiam no erro, cinema erótico não é o equivalente a pornografia, mas sim uma arte que acima de tudo se deixa deslumbrar pela luxúria, pela sensualidade dos corpos e a aura tentadora que emerge. Uma antiga relação amorosa que remonta-nos aos primórdios do cinema, mais concretamente com os testes de footage de Eadweard Muybridge (1884 - 1887), a partir daí o cinema ficou fascinado com a versatilidade e a beleza dos corpos humanos, da sua delicadeza até à sua robustez, tentando combater as eventuais censuras em prol desse adultério para com os bons valores."
"É oficialmente tempo de sol, surf, protetor, gelados, noites quentes e… filmes de verão. Deixam-se aqui de parte os blockbusters que têm vindo a marcar a estação nos últimos anos para nos focarmos antes naquele género muito específico de cinema criado estabelecer o mood dos três meses mais quentes do ano, seja a recordar aquele verão inesquecível da adolescência ou a reviver a paixão assolapada que mudou tudo."
"No sempre peculiar e excêntrico mundo da ficção-científica, pode até ser que nunca tenham ouvido falar deste sub-género dentro dos sub-géneros, mas há mais fanáticos do que possa parecer dentro deste entranhável nicho de mercado do cinema mais descarado dos anos oitenta. A prova está nas cópias de bandas sonoras de alguns dos títulos aqui títulos listados que têm um preço no E-Bay que à primeira vista pode parecer um erro. Estes e outros detalhes outorgam hoje em dia um status de culto a muitos filmes desta vertente do cinema."
"De março de 1960 a julho de 1969. São raras as séries que conseguem retratar tamanho crescimento das personagens no decorrer de uma década. Os saltos temporais, sempre orquestrados subtilmente, acrescentam também eles inúmeras mudanças no mundo que os rodeia. Resta esperar que nos últimos sete episódios sejamos transportados para a década de 70. Rever a série na íntegra possibilita-me um novo olhar, este vindo do “futuro”. Em plena consciência do que os anos trariam às nossas personagens, é com um olhar de análise que revejo as atitudes das mesmas ainda no período embrionário da série."
"O terror é muito provavelmente um dos géneros onde é mais importante assegurar que a música e o som são irrepreensíveis. Se existir um desfasamento entre a selecção musical e os acontecimentos que se desenrolam no écrã, o efeito de assustar não sortirá efeito. Injustiçado, nas nomeações para prémios de cinema multigénero, ridicularizado e até inferiorizado pelos pares, é nos aspectos técnicos que as “academias” e júris por esse mundo fora são mais generosos com o género, atribuindo-lhe normalmente os prémios de consolação que lhe escapam nas categorias principais."
"Os Mundiais de Futebol são de 4 em 4 anos, mas os "Prémios Whatever" são bi-sexanuais ou como raio se diz de 2 em 2 anos. Portanto (por obrigação contratual) com grande alegria a equipa CINE31 anuncia os vencedores dos "Prémios Whatever 2015" ("Whatever Awards 2015")."
"Quando me foi proposto fazer um ranking dos episódios percebi desde logo que a fazer teria de ser em grande, principalmente à medida que ia revendo a primeira temporada e ia acrescentando mais e mais dados. No final achei que deveria dedicar um post aos números, estatísticas e curiosidades. Em jeito de despedida, queria agradecer a quem acompanhou a rubrica durante esta semana intensa, daquela que é a minha série favorita de sempre. Deu mesmo muito trabalho, mas deu também muita satisfação em esmiuçar (e rever, mais uma vez) os episódios."
"Muitas vezes contrastados com a expressão de autores contemporâneos, realizadores reconhecidos no seu meio demonstram o seu "estilo", a sua visão pessoal a um género particular. Mesmo que para isso saltem de género para género. Cada um dos realizadores apresentados criaram uma consistente obra global com inúmeros clássicos a definirem o cinema tal como o conhecemos hoje. Cada um deles tem um cunho pessoal através dos filmes, géneros e décadas."
domingo, novembro 01, 2015
TCN 2015: Nomeados Artigo de Cinema
"Perdeu-se uma determinada ideia de cinema, o cinema enquanto templo. Os hábitos culturais mudaram na sociedade, perdeu-se o espírito de cinéfilia, em que as pessoas iam ver o último Truffaut, Godard, Cantinflas, Chaplin ou Leone e Ford. A militância cinematográfica desapareceu. Deixou de ser importante vermos filmes numa sala escura, acompanhados pela família, amigos e/ou desconhecidos. Hoje, vemos cinema isolados, sozinhos, em casa. Ou seja, a experiência do cinema mudou radicalmente, a relação das pessoas com o cinema mudou. Precisamente, essa experiência perdeu-se, ou está a perder-se."
"Todavia, não é segredo para ninguém que a indústria cinematográfica continua a ser profundamente sexista, intoxicada por disparidades escandalosas que vão desde o tratamento das personagens à própria dinâmica económica e financeira da indústria. Mergulhemos nos factos: dos dez atores mais bem pagos em 2014 apenas duas são mulheres – Sandra Bullock (51 milhões de dólares) e Jennifer Lawrence (34 milhões de dólares)."
"Todos nós temos (seja qual for o nosso conhecimento do tema) a noção de que na Escandinávia nasceu uma cinematografia que iria influenciar o cinema mundial. Se hoje o nome de Ignmar Bergman é sinónimo de um monstro sagrado, foi antes dele, no período mudo, que surgiram os primeiros filmes dignos de nota, e a primeira escola europeia de renome internacional. Realizadores como Stiller, Sjöström, Christensen e Dreyer ficariam como marcos de um cinema diferente, de temas ousados, uso da paisagem de forma inovadora, técnicas de filmar diferentes, e um apurado uso da luz, que serviria de referência ao cinema que se seguiria."
"Até onde vai a tua vontade de ver um filme numa viagem de avião? Se for longa, sim se faz favor. Os quantos conseguirem e enquanto a cabeça aguentar, certo? Ora poderá não ser uma ideia assim tão apelativa. Parece mas não é. O Brain avisa, o Brain é amigo. Acredita. E porquê? Porque duas palavras: Versão alterada. Certos filmes vêm com a seguinte mensagem "...edited for contents" e isso limita profundamente o modo de assistir certos filmes. Querem ser politicamente correctos ao exibir filmes para toda a família nos seus aviões. A linguagem é alterada, há cenas cortadas cirurgicamente e ficas a coçar a cabeça por notar que aquele tal plano vos parece esquisito. Logo, nada de fucks, esmagamento de crânios e maminhas tapadas com um crop pelo pescoço."
"Falam a mesma língua, são vizinhos e, muitas vezes, até partilham cenários, actores e equipas técnicas. Torna-se difícil distingui-los, à primeira vista. Contudo, uns são material blockbuster e outros desvanecem-se, facilmente, no panorama global cinematográfico. À sombra da poderosa indústria norte-americana, o cinema canadiano luta por fazer a diferença, enquanto procura a sua identidade própria. Conseguirá um dia libertar-se do estigma de ‘irmão mais novo’ de Hollywood?"
"Fomentado pelo boom das redes sociais, o tópico da prevalência da mulher na Sociedade ganha todos os dias dezenas de novos adendos que visam assinalar o quão longe ainda estamos de alcançar um ambiente onde homens e mulheres possam viver em igualdade. Os diferentes ramos de cultura popular – principalmente a TV, o Cinema e os videojogos – são um dos domínios de caça predilectos para activistas do novo mundo focarem a sua atenção em busca do próximo alvo a abater e todos os dias a lista cresce."
"Quem gosta do cinema até ao seu âmago cedo percebe que nem todas as pessoas servem como co-piloto em navegação cinéfila. Não há problema, bons amigos não precisam de partilhar hobbies. Com o tempo aprendemos a equilibrar a nossa paixão. Guardamos alguns filmes mais mainstream para ver com os amigos, gostamos ou fingimos gostar para não levantar problemas ou achincalhamos gratuitamente além do limite do razoável. Tudo isto é a vida, tudo isto é saudável e a saúde social da nossa existência assim o exige."
"Francis Ford Coppola tem, com subtil regularidade, tentado oferecer significado à narrativa cinemática através da exploração da passagem do tempo como é compreendida em diferentes momentos da vida, para além de adaptar o seu estilo visual para encontrar o tom correto de cada história. Os seus filmes são regularmente sínteses de preocupações relacionadas com a idade."
TCN 2015: Nomeados Crítica de Televisão
"No decorrer de uma única hora televisiva somos transportados para uma visão especulativa que tão bem problematiza o indivíduo nos meandros de uma sociedade cada vez mais dominada pela tecnologia. Depois de três magníficos episódios era com algum receio que aguardava um novo encontro com a veia criativa de Charlie Brooker. A temática, que aqui se podia apresentar como um tanto ou quanto reciclada, acabou por adquirir novos contornos e resultar num essencial acrescento ao ensaio postulado pelo autor da série. A tecnologia como crescente muleta da memória. O espaço virtual como meio de comunicação bem como barreira."
"Este “Homem sem Medo” é, de certa forma, o vigilante perfeito. Durante o dia actua dentro da lei, no papel de advogado – sempre acompanhado do fiel amigo Foggy – enquanto de noite castiga aqueles cuja justiça não alcança de forma legal. Os sentidos aguçados que ganhou em criança, graças a químicos que o cegaram quando salvou um idoso de ser atropelado, concedem-lhe poderes que ainda reforçam mais a eficácia das suas ocupações."
"Santa merda. No que é provavelmente o melhor final que Game of Thrones já orquestrou, a quinta temporada chega a um fim que se provou ultimamente divisório para os fãs da série. Quando ainda era um épico medieval incipiente, Game of Thrones construía a sua trama através de um enlaçar maquiavélico dos cordelinhos narrativos que tinha ao seu dispor. Se analisarmos a primeira temporada, a morte de Ned Stark começou a ser telegrafada desde que recusou o cargo de Mão do Rei por simples nobreza: foram nove episódios de um perfeitamente calculado jogo de xadrez que nos trouxe uma das mortes ainda mais sentidas da série."
"Enfim chegamos a “Waterloo”, um magnífico exemplar do que a série sabe fazer de melhor. Pegando num marco histórico cheio de simbolismo – a chegada à Lua – e numa campanha publicitária de fast-food (sinais dos tempos, mas o produto sempre foi irrelevante, o que importa é a psicologia), parece que voltamos ao passado da série, a tempos mais simples em que Pete seduzia o cliente, Peggy e Don trabalhavam em conjunto e tudo corria bem. Claro que não é isso que acontece."
"Inteligente e inovadora, se todavia alguém não estiver convencido que Mr. Robot seja a série do ano (e não apenas da temporada veraneante), que dê uma oportunidade aos quase sessenta e cinco minutos do primeiro episódio para o comprovar. O único inconveniente é que, uma vez começada, não a conseguirá deixar. Simplemente genial."
"Se a primeira temporada foi ao Olimpo, a segunda não podia ficar atrás. Desta vez a ameaça vem dos deuses nórdicos. Uma série de cavaleiros com poderes muito superiores aos Cavaleiros de Ouro aparece do nada e coloca a humanidade em risco obrigando a própria Atena a intervir. Serão os Cavaleiros de Bronze capazes de se superarem e de superarem estes novos oponentes? Esta mudança de constelações (cada guerreiro de bronze, prata ou ouro recebeu o seu nome de uma constelação, sendo os doze de Ouro os do Zodíaco) para outra mitologia foi mais do que interessante."
"Séries históricas, ou baseadas em eventos históricos mas com larga liberdade no que toca ao ficcionar dos factos, existem há muito, por isso não se pode afirmar que “The Bastard Executioner” surja no seguimento desta ou daquela. Porém, neste momento, o sucesso de “Game of Thrones” surge como um catalisador para uma tendência (apesar desta se inserir no género de fantasia é sobejamente sabido que é inspirada pela História), tornando-se inevitável não ver em “The Bastard Executioner” uma tentativa de Sutter e do FX em querer navegar na crista dessa onda."
"Aquelas frases podem e possivelmente já foram ditas, sentidas, pensadas, por cada um e por todos nós. A peripécia da tenacidade do jogo da lata, a disputa intergeracional, o regresso à infância, o choro, o riso, o incómodo, o embaraço. Quem nunca sentiu? Por tudo isto, Togetherness é um must-see. E leia-se "ver" no sentido mais abrangente. Sentir, pensar, conhecer, aprender. Porque Togetherness ensina que não é preciso estar perto para estar próximo, mas é preciso muito ser muito próximo para conseguir viver perto."
TCN 2015: Nomeados Reportagem/Cobertura
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