quinta-feira, outubro 31, 2013
quarta-feira, outubro 30, 2013
RMS Titanic, afundado em biliões
Quem não viu o "Titanic" de James Cameron que se acuse. Certo, ninguém. Primeiro filme a alcançar a marca do bilião de dólares em receitas - chegou aos 1.84 biliões nesse ano e o seu recorde só foi ultrapassado já em 2009 por "Avatar" -, "Titanic" venceu onze das catorze categorias para as quais estava nomeado nos Óscares, incluindo as muito desejadas estatuetas para Melhor Filme e Melhor Realizador. Mas a verdade é que o mega blockbuster de Cameron não foi o único filme a focar-se no histórico desastre marítimo de 1912: "Saved from the Titanic" foi lançado apenas vinte e nove dias após o naufrágio e contava com uma sobrevivente do acidente como actriz principal: a estrela do cinema mudo Dorothy Gibson; já o britânico "A Night to Remember", do final dos anos cinquenta, é ainda hoje considerado o relato historicamente mais fiel e preciso do naufrágio, mesmo que seja raramente recordado como filme-chave na recomposição da vida do RMS Titanic depois do épico de Cameron ter aparecido.
Detalhes do RMS Titanic? Construído em Belfast, na Irlanda, o seu nome surge da mitologia grega, com o significado Gigante. Com 269 metros de comprimento, 28 metros de largura e 32 metros de altura, o RMS Titanic pesava 52,310 toneladas e, entre passageiros e tripulação (cerca de novecentos), conseguia transportar aproximadamente 3,547 pessoas. E luxo, muito luxo... que infelizmente de nada serviu para evitar que dois terços dos azarados a bordo falecessem na fatídica viagem que atirou o Titanic para os livros de história.
terça-feira, outubro 29, 2013
segunda-feira, outubro 28, 2013
Pain & Gain (2013)
Daniel Lugo (Mark Wahlberg) nasceu para ser milionário mas, a chegar aos trinta, não passa de um reles instrutor de ginásio a viver uma vida medíocre, sob a influência de muitos esteróides a algumas drogas leves. Cansado de ser um zé-ninguém, decide criar um esquema de rapto e extorsão a clientes ricos do ginásio onde trabalha de forma a alcançar o "sonho americano" rapidamente. Para tal, convence os colegas Adrian (Anthony Mackie) e Paul (Dwayne "The Rock" Johnson) a alinhar e definem logo o primeiro alvo: Victor Kershaw, empresário emigrante com muito dinheiro e poucos amigos ou familiares por perto que pudessem dar pela sua falta.
Baseado em acontecimentos verídicos - como tão bem Michael Bay nos relembra a certa altura do filme quando tudo parece demasiado irreal para ser credível -, "Pain & Gain" é uma adaptação cinematográfica cómico-trágica de um artigo famoso do final dos anos noventa do jornalista norte-americano Pete Collins. Num tom satírico, possivelmente ofensivo para familiares e vítimas dos lesados desta história, mas divertidíssimo para todos os restantes, mesmo aqueles para quem Michael Bay é o anti-cristo de uma narrativa interessante, "Dá e Leva" é saudavelmente ambicioso na sua fanfarronice, visualmente glamoroso na sua violência e estupidamente imprevisível nas suas mais variadas contracurvas de guião. Entre interpretações banais como a de Mackie e geniais como a do portentoso Tony Shalhoub, Michael Bay executa, no entanto, uma fita desequilibrada quando tenta misturar o sério com o engraçado, mas hilariante (no meio da sua idiotice) quando se dedica a divertir o espectador. Os últimos trinta minutos sabem a muito pouco mas, ironicamente, entre substâncias ilegais e proteínas, "Pain & Gain" revela-se o filme menos supérfluo de Bay. Venha de lá o quarto "Transformers" para não nos habituarmos mal.
Baseado em acontecimentos verídicos - como tão bem Michael Bay nos relembra a certa altura do filme quando tudo parece demasiado irreal para ser credível -, "Pain & Gain" é uma adaptação cinematográfica cómico-trágica de um artigo famoso do final dos anos noventa do jornalista norte-americano Pete Collins. Num tom satírico, possivelmente ofensivo para familiares e vítimas dos lesados desta história, mas divertidíssimo para todos os restantes, mesmo aqueles para quem Michael Bay é o anti-cristo de uma narrativa interessante, "Dá e Leva" é saudavelmente ambicioso na sua fanfarronice, visualmente glamoroso na sua violência e estupidamente imprevisível nas suas mais variadas contracurvas de guião. Entre interpretações banais como a de Mackie e geniais como a do portentoso Tony Shalhoub, Michael Bay executa, no entanto, uma fita desequilibrada quando tenta misturar o sério com o engraçado, mas hilariante (no meio da sua idiotice) quando se dedica a divertir o espectador. Os últimos trinta minutos sabem a muito pouco mas, ironicamente, entre substâncias ilegais e proteínas, "Pain & Gain" revela-se o filme menos supérfluo de Bay. Venha de lá o quarto "Transformers" para não nos habituarmos mal.
domingo, outubro 27, 2013
sábado, outubro 26, 2013
sexta-feira, outubro 25, 2013
TCN 2013: Nomeados Artigo TV
"Assistimos a doenças que se prolongam por episódios e episódios, vimos estratégias para matar, lidamos durante temporadas com o luto e escolha de caixões, vimos cotonetes a definirem as causas da morte. Conhecemos o morto e quem mata. Conhecemos quem fica feliz com a morte e quem a chora. Lidamos com decisões que envolvem a salvação ou a condenação. A vida ou a morte. Vejamos cinco exemplos de séries que dependeram ou dependem da morte para o seu sucesso."
"Claro que esse caminho foi planeado por Moffat com peso, conta e medida. O mistério de Clara Oswin Oswald (Jenna-Louise Coleman) não era tão forte como tinham feito parecer, e era apenas uma peça que desencadearia o já falado episódio de 23 de Novembro. Toda a segunda parte da 7ª temporada foi um tapete para esse mesmo, como se viu no final. Claro que isso não serve de desculpa. Apesar de resolução fácil, Moffat poderia ter dado outra abordagem a Clara que tornaria a soufflé girl numa personagem muito mais enigmática e que ajudaria a que tivesse um arco mais forte."
"Fuck Cormac The Road McCarthy, fuck John Carpenter. Isto aconteceu. O ar tornou-se vírus, a respiração no exterior era veneno para os pulmões e vinagre para o espírito. O espaço exterior tornara-se, portanto, inabitável – algum dia tinha de ser, apetece escrever. De qualquer modo: fuck Shyamalan e double fuck Todd Haynes. Isto aconteceu. E era assim no dia 25 de Março, uma segunda-feira. Fechámos todas as janelas, isolámos cada frincha para a rua e tentámos respirar o ar velho, rançoso, passado, mas minimamente são. Enquanto o novo ar maligno não invadia as vias respiratórias, a vida ia acontecendo. Renovar o ar antigo era o desafio diário, evitar a entrada do novo era a missão eterna. Pelo menos no dia 25 estivemos todos fechados, em Portugal, Espanha, Itália, França, Inglaterra… O grande desastre ocupava a agenda mediática, mas o cinema ainda resistia, o que só podia querer dizer que continuava a ser necessário, quase tanto quanto os cobertores e as latas de conserva."
"Se há coisa que enfada é quando aqueles paneleiros que passam a vida a ver reality shows, programas de apanhados diários na SIC, 3 horas diárias de Facebook e meia dúzia de jogos de futebol ao fim de semana chegam junto de mim e dizem “Sinceramente, não sei como tens tempo para ver filmes, deves mesmo ser um traste desocupado. Eu mal tenho tempo para me coçar.” Normalmente opto por um sorriso e um fuga rápida para não me chatear, porque a malta com este perfil psicológico é problemática, com capacidades aperfeiçoadas de indução de culpa e geneticamente seleccionados para a peixeirada. Mas não é de bestuntos que vos vou falar, é de gestão de tempo. E falo-vos da minha experiência pessoal e dos objectivos a que me proponho."
"O Big Brother apresentou Portugal ao competitivo e altamente parvo mundo dos reality shows que, na altura da estreia nacional deste projeto, já eram um grande sucesso de audiências nos Estados Unidos da América e na Europa. Eu recordo que o Big Brother Portugal não é um conceito original português, já que a sua versão nacional é uma adaptação do conceito que foi criado por John de Mol para a televisão holandesa. A grande parte dos reality shows que são exibidos em Portugal são variações de programas estrangeiros, como o francês Secret Story (Casa dos Segredos) ou os norte-americanos Beauty and the Geek (A Bela e o Mestre), The Bachelor (Pedro, O Milionário) ou The Biggest Loser (Peso Pesado)."
"A Visão e o Expresso dão o título de “melhor série dos últimos tempos” a “Game of Thrones” na ânsia de amealhar uns trocos para vender meia-dúzia de livros de bolso. A SIC Notícias continua obcecada com “The Newsroom”, onde a estreia da segunda temporada da série (nos EUA, nem sequer cá) não só teve direito a uma notícia no programa “Cartaz”, como a própria série teve até direito a crítica do prestigiado João Lopes (já para não falar que foi ponto de referência no “Ponto por Ponto” de Pacheco Pereira aqui há uns tempos). O iOnline tem uma peça sobre a estreia de “Low Winter Sun” e nem uma referência a “Breaking Bad” (para eles o AMC é o canal de “Mad Men”, “Walking Dead”, “The Killing”). O Expresso online tem um post sobre a série… um mero vídeo de humor."
"Uma das características que mais me agradou, na série da “HBO”, foi a sua maturidade. A forma como narra os seus acontecimentos com naturalidade, mas inteligentemente. Não explica tudo o que acontece, não fala apenas sobre assuntos triviais e não coloca os seus personagens em modo piloto automático. Ou seja, nunca se sabe bem para onde eles irão, qual será a sua reação. E isso, leva a que a audiência da série pense. Há que pensar sobre o porquê de Tony Soprano fazer ação “x” ou “y”. Debater sobre isso, concordar com ele, ou desafiarmos o nosso intelecto, por torcermos por alguém tão besta."
"Como já todos devem saber aquela que é uma das séries mais populares de animé, a nível mundial, está de regresso este ano com um novo filme, intitulado “Dragon Ball Z: Battle of Gods”. Uma vez que o filme decorrerá no universo de “Dragon Ball Z”, organizámos uma pequena viagem pela mítica série Z, onde escolhi os 25 momentos que mais me marcaram nela. Como todos os tops, é uma lista bastante pessoal e directamente ligada aos meus gostos pessoais. Assim sendo, convido-vos a todos a partilharem também as vossas lembranças e momentos predilectos."
TCN 2013: Nomeados Crítica de Cinema
"Bestas do Sul Selvagem é um trabalho ímpar, deslumbrante e desassossegador. Colocando a condição humana sob uma lupa escrupulosa, analisa matérias relevantes e transmite uma extraordinária lição de vida. Uma viagem maravilhosa."
"Não se pode dizer que a consistência seja uma preocupação para Steven Soderbergh; na realidade, se há alguém em Hollywood que se assume como um autor que prima pela variedade e proficiência é ele, que muda de registo e estilo com uma facilidade impressionante, mesmo que nem sempre com a mesma taxa de sucesso. Ainda assim, se há tema que se pode reencontrar frequentemente na sua filmografia é a sexualidade, não só a forma como a sociedade em geral e certos meios em particular a encaram, rejeitam ou exploram, mas também a forma como as próprias personagens lidam com as suas preferências, actos e escolhas no que a isso diz respeito."
"Trágico e profundo, o argumento de Lonergan pega nas nossas noções de sociedade, de família, de relações, de maturidade, de compaixão, de responsabilidade e transcende-as num filme que é mais peça de arte que um sucesso cinematográfico. Lonergan não pretende fazer cinema. O próprio sabe que este o resultado final deste filme nunca o deixará satisfeito. Porque o que o filme pretende alcançar é muito maior do que uma simples película. É o universo, é a vida, concentrada numa história, numa experiência vulgar como tantas outras. As suas melhores cenas são viscerais, cruas, reais, filosóficas, inesquecíveis."
"Como os demais thrillers psicológicos, "Side Effects" é passível de gerar surpresas no espetador. Trata-se de uma experiência intensa e manipulativa, dotada de um anti-sentimentalismo cínico, especialmente desenhado para pregar partidas cruéis à audiência. É o típico exemplo de filme que não só necessita e beneficia, como exige um segundo visionamento para que seja possível sorver todos os seus deliciosos detalhes e momentos."
"Essa visão muito peculiar da narrativa, cultivada por Korine desde os seus primeiros trabalhos, misturando formatos e composições, continua presente apesar da (falsa) aproximação ao Cinema convencional. Spring Breakers é, contudo, fundamentalmente um exercício de (des)montagem. Dos planos, das personagens, da imagem das princesas Disney, da cultura voltada para o seu próprio umbigo e, sobretudo, das próprias convenções do género - o policial, o drama, a comédia -, baralhadas e desconstruídas ao ponto do estranhamento."
"A comunidade onde se insere deleita-se perante a farda que o reveste. E esse mesmo objecto é talvez o mais importante no que toca a criticar a sociedade que desfila à volta do mesmo. Mulheres ignoram homens que não são mais do que uma mera presença num espaço. O caso muda de figura quando o homem fardado abandona a sua casa pela manhã para se dirigir ao trabalho que lhe atribui tal fama. Os sorrisos das mulheres imediatamente se iluminam numa total devoção à figura que tanto admiram. É interessante como tais sorrisos se desfiguram ao longo do filme ao ponto de se tornarem gargalhadas maliciosas e repletas de escárnio."
"Há verdadeiro heroísmo por trás de This Film Is Not Yet Rated. Os seus méritos são evidentes: demonstra a falta de ética da MPAA e dá um rosto aos carrascos do cinema independente, apontando-os pelo nome, idade e características que deveriam invalidar o seu emprego. E, também, porque no meio do trabalho de denúncia, consegue ser verdadeiro entretenimento, sério e brincalhão em porções equilibradas."
"Num dos últimos planos do filme, um comboio passa de um lado ao outro, move-se com a certeza de que dentro de alguns momentos já não estará mais no nosso campo visual, e isso, mais que tudo, revela ou oferece a noção que impera em toda a história - a passagem do tempo e a (aparente) incapacidade de revertê-lo e de aproveitá-lo consoante as nossas hesitações e os nossos erros. Para os que vão, existirá certamente sempre algo que gostariam ainda de ter feito ou dito, e para os que ficam, resta a amargura de uma palavra ou de um gesto que nunca mais transmitirão, ou, noutra perspectiva, a memória de alguém que lhe marcou a identidade e a personalidade como nenhum outro ser. Uma obra-prima, que tem tanto de concreto e de mundano como de transcendental."
quinta-feira, outubro 24, 2013
TCN 2013: Nomeados Reportagem
"Com o objectivo de obtermos respostas cabais às nossas dúvidas, realizámos duas pequenas mas incisivas entrevistas a Rui Machado, chefe do Departamento do ANIM, e a António Medeiros, coordenador técnico de novos suportes. Através de Rui Machado, procurámos produzir um retrato da dimensão institucional do problema, incidindo sobre as recentes ameaças de fecho da Cinemateca Portuguesa e o que esteve na sua causa, tal como sobre o que resultou da conferência (ou série de conferências) ”O Analógico e o Digital”, realizada no mês que os programadores da Cinemateca Portuguesa dedicaram às actividades e situação do arquivo (“Foco no Arquivo”, Janeiro de 2013). Com António Medeiros, descemos às implicações técnicas da afirmação mundial de um novo formato standard de preservação e projecção, que vem definitivamente ocupar o lugar da película: o digital ou… DCP. Não se assuste com o linguajar mais encriptado: tudo será devidamente explicitado ao longo das próximas linhas, fingindo que o leitor é tão leigo na matéria quanto é este entrevistador."
"A retrospectiva já conhecida à dupla Michael Powell e Emeric Pressburger acontece com a exibição de The Red Shoes (1948) em cópia restaurada, numa inédita sessão dupla de abertura, que se fará também a exibição do filme Mama, de Andrés Muschietti. O Prémio Carreira será este ano entregue ao realizador português António de Macedo (A Maldição do Marialva), um dos mais activos realizadores do Cinema Novo Português. A abertura do chamado pré-Fantas, far-se-á a 25 de Fevereiro, com a celebração dos quarenta anos da animação O Planeta Selvagem, do belga René Laloux e vencedor do Prémio Especial do Festival de Cannes 1973. A exibição do filme acontece através de um filme-concerto, com banda sonora musicada ao vivo pela banda Beautify Junkyards (novo projecto musical português com alguns ex-membros dos Hipnótica)."
"O Rick's Cinema esteve a cobrir o IndieLisboa 2013, um festival que permitiu conhecer um conjunto de pérolas preciosas (e outras nem tantas) do cinema independente. Entre os destaques pela positiva, vale a pena realçar obras como "Under African Skies", "The Act of Killing", "Leones", "No", "Before Midnight". Entre os maiores desapontamentos encontra-se "Spring Breakers", um filme realizado por Harmony Korine que pouco ou nada agradou a esta pessoa."
"Mãos ao alto! Contam-se pelos dedos de uma mão (cujo o mindinho foi decepado) os bons filmes que vi neste MOTELx 2013, mas a verdade é que deixei escapar alguns dos outros dedos [nomeadamente The Conjuring (2013) e You're Next (2011)] – foram com a água do banho de um bebé demoníaco. Ao todo foram 15 sessões e outros tantos filmes (entre curtas e longas) que me passaram pela vista nesta fim-de-semana prolongado. Prendi-me nas secções de homenagem (a Hooper e a Nakata, que a Santareno já tinha dado o meu tempo) deliciando-me com os massacres do cara de couro (ou cara de coiro?) e intermezzo hitchcockiano gore de nome Eaten Alive ou com a descoberta de um realizador como Nakata que não é só um marco no cinema de terror moderno, é um homem inteligente e sensível (cujos filmes traduzem isso) e que tive a oportunidade de entrevistar – juntamente com o meu companheiro nos crimes cinéfilos, o Luís Mendonça."
"Os realizadores Tobe Hooper (Massacre no Texas, Poltergeist) e Hideo Nakata (Ring, Dark Water) são duas presenças muito especiais confirmadas no MOTELx'13. A eles serão dedicadas duas secções do festival: Culto dos Mestres Vivos e Japão Retro, respectivamente. Nakata regressa igualmente este ano com o filme The Complex, que integra a secção Serviço de Quarto. Dentro da mesma secção, a principal do MOTELx, destaque também para The Conjuring, de James Wan, Chained, de Jennifer Lynch (filha de David Lynch), Kiss of the Damned, de Xan Cassavetes (filha de John Cassavetes e Gena Rowlands), The Lords of Salem, de Rob Zombie, Painless (uma co-produção luso-espanhola), de Juan Carlos Medina, V/H/S/2 (com segmentos rodados por diferentes realizadores) ou We Are What We Are, de Jim Mickle, entre muitos outros."
"O Not a Film Critic esteve presente na “Not a Scary Session” de dia 31 de Maio, no auditório Carlos Paredes para uma mini-maratona de curtas-metragens que “não metem medo ao diabo”. E se a sessão sofreu um atraso que fez com que a audiência apenas deixasse o auditório muito depois da hora que os pediatras aconselham a que as criancinhas estejam na cama a dormir, mal se deu pelo tocar das 12 badaladas. Aqui fica a primeira parte de uma viagem pelo jovem talento do cinema nacional."
"Foi com muito prazer e gosto que uma pessoa deste blogue juntamente com um colega e amigo, realizaram em vídeo uma reportagem da 1ª Edição de um Festival Português que pretende dar um maior destaque às curtas-metragens nacionais e a jovens realizadores portugueses, o PFShortsFest, cuja 1ª Edição já terminou e a 2ª irá arrancar no próximo mês de Novembro. O festival divide-se em diversas sessões onde em cada uma delas são exibidas ao público variados trabalhos e este pode inclusivamente no final votar na sua favorita. Esta iniciativa vem do site Portugal Fantástico que já é uma referência nacional para todos os entusiastas e trabalhadores na área do cinema em Portugal."
"Cartazes gigantes, salas luxuosas, passadeiras vermelhas, gente molhada em cima de pranchas, gente ao vento em cima de bicicletas, centenas de jornalistas de acreditação verde ao peito, bares de pintxos coloridos onde é impossível escolher o que comer, edifícios charmosos cor-de-areia, praia rodeada por pequenas montanhas de vegetação pinhalesca, um mar e um largo rio de cor tão pitoresca que aí podia ter sido filmado The Master, festas para tudo e mais alguma coisa, trocas de cartões por tudo e por nada, networking que passa de actividade aterradora para algo quotidiano, Annette Bening a ver The Face of Love sentada no meio do público (como se passasse despercebida), Hugh Jackman incrivelmente humilde e divertido, Denis Villeneuve a revelar-se um dos maiores cineastas de uma geração..."
TCN 2013: Nomeados Artigo de Cinema
"Outro pormenor interessante que diferencia as antigas salas de cinemas das atuais é a própria programação que possuíam. Noutros tempos os filmes não estreavam em todas as salas de cinema, o que conferia a cada espaço a sua importância e identidade. A época das estreias cinematográficas era uma verdadeira azáfama com intermináveis filas nas bilheteiras, sendo por vezes necessário adquirir os bilhetes com alguma antecedência. Houve casos memoráveis como as sessões esgotadas para ver A Torre do Inferno no Cinema Tivoli, o Tubarão no Cinema Éden ou até mesmo Encontros Imediatos de Terceiro Grau no Cinema Império. Antigamente, a nova temporada estreava filmes de qualidade que faziam longas carreiras de exibição em diversos cinemas lisboetas. Quem não se lembra do Kramer contra Kramer com treze semanas de exibição? Era uma vez na América e Musica no Coração com um ano de exibição?"
""Esperei 13 semanas para conseguir alugar o primeiro Terminator, paguei uma multa avultada porque tive medo de entregar o Exorcista de noite, ouvi ralhetes humilhantes porque não rebobinei, estive 3 horas na fila para conseguir bilhete para a estreia de Back to the Future 2, esperei para ver a estreia nacional do Phantom Menace em Outubro de 1999 apesar de o ter no meu disco rígido desde Maio, ri e chorei, amei, apalpei, perdi metades inteiras de filmes com a língua a dançar na boca da minha acompanhante. Presenciei coisas que ninguém acreditaria. Um projector que pegou fogo a meio do Blair Witch Project, uma velha que colapsou no Schindler’s List, duas primas que nunca tinham ido ao cinema a chorar os 127 minutos inteiros de Passion of the Christ porque nunca duvidaram da veracidade da escrituras sagradas. Todas estas experiências se perderão um dia, como lágrimas na chuva. É altura para falar da importância dos clássicos.""
"Sejamos honestos, mesmo quem desdenha o género e diz nunca ter visto, sabe perfeitamente o que é o Big Brother. Fenómeno de culto popular e populista, é a referência com a qual todos os reality shows são comparados. Tendo sido o evento que definiu o género, era também o mais ligeiro. Com o passar dos anos os programas foram cada vez mais ousados (e menos éticos) numa luta desenfreada pela atenção dos espectadores. Hoje em dia a discussão gira principalmente em torno da autenticidade dos concorrentes, esquecendo o mais importante: a privacidade. É verdade que quem se inscreveu - em especial depois da primeira edição - sabia exactamente ao que ia, mas não podia imaginar os danos psicológicos de estar sempre sob escrutínio e sob vigilância. O ser humano é um ser social, mas precisa de privacidade."
"Neste artigo foi pretendido analisar algumas temáticas relacionadas com os filmes de ficção científica norte-americanos desenvolvidos e estreados durante a década de 50, sempre tendo em conta o contexto político, social e cultural que integrou a elaboração das obras cinematográficas. Este foi um período bastante profícuo na elaboração de obras de ficção científica, tendo proporcionado alguns clássicos como "The Day the Earth Stood Still", "The Thing From Another World", "The War of the Worlds", "Forbidden Planet", bem como alguns "clássicos trash" como "Plan 9 From Outer Space", ou seja, um vasto conjunto de filmes que utilizam muitas das vezes a ficção para apresentar pequenos comentários sobre a realidade política, económica e social da época, uns com maiores doses de fantasia, outros que procuravam incutir alguma veracidade científica, e ainda tínhamos o extraterrestre Ed Wood cujas mensagens que pretendia passar esbarravam na sua crónica incompetência."
"Pretende-se fazer uma reflexão sobre os filmes portugueses que estrearam em 2012, em Portugal. Foi um ano curioso e marcante para o cinema nacional (estrearam 29 longas-metragens), visto que muitos deles obtiveram um grande sucesso de bilheteira, “Balas & Bolinhos – O Último Capítulo” de Luís Ismael e “Morangos com Açúcar” de Hugo de Sousa. Mas mais importante ainda, muitos outros foram aclamados pela crítica internacional, como é o caso de “Tabu” de Miguel Gomes, “O Gebo e a Sombra” de Manoel de Oliveira e “Linhas de Wellington” de Valeria Sarmiento. Com este retrato do cinema português em 2012, irei começar com um breve resumo à historia do cinema português, recuando até 1955, o “ano zero”, saltando para o século XXI, focando-me em particular no ano de 2012. A seguir, “O Cinema português vai ter com o público português”, já que este não vai ter com ele, pretendo explorar este novo método de distribuição do cinema português, que tem sido bastante praticado desde o “Filme do Desassossego”, de João Botelho (2010). Criou-se portanto uma maior aproximação com o público português, que lentamente começa a deixar de ser preconceituoso para com o seu cinema. Terminarei a reflexão com, “2013 e adiante, que futuro? “, uma breve reflexão sobre o futuro do cinema português, visto o ICA ainda estar com um corte de 100%."
"Com mais de cem anos de história, o Cinema Brasileiro sempre foi particularmente rico na sua diversidade. Com casos de maior ou menor sucesso, inclusive além-fronteiras, nem sempre porém o seu cinema foi devidamente apreciado no seu próprio país (tal como em Portugal), existindo inclusive um momento na sua História em que a produção nacional esteve praticamente parada quando, no começo dos anos 90, a Embrafilme, empresa estatal de cinema, encerrou as suas actividades. Nos últimos anos tem-se assistido porém a uma expansão do Cinema Brasileiro, evidente por exemplo na presença em grandes festivais internacionais, em inúmeros prémios recebidos por todo o mundo, bem como vários filmes a terem distribuição no estrangeiro e cineastas a começarem uma carreira internacional. Curiosamente esse reflexo começou também no seu próprio país, com vários dos seus filmes (com um aumento extenso da produção nacional) a tornarem-se sucessos de bilheteira entre portas."
"O género de terror é um dos mais antigos e adorados pelo mundo inteiro. Milhões de espectadores sentem os arrepios das garras de Freddy Krueger a raspar nas paredes e o medo de assassinos imparáveis. Apesar da notável falta de originalidade, por vezes surge o filme de terror que surpreende toda a gente. E é aí que reside o futuro risonho de um dos géneros mais importantes e influentes de sempre."
TCN 2013: Nomeados Crítica TV
"Foi com "Madness Ends", o final da temporada, que aquele anjo da morte, Shachath, interpretado pela maravilhosa Frances Conroy, nos dá um beijo. Mas não um beijo para nos levar daqui para outro mundo ou qualquer que seja o sítio para onde vamos após o fecho, para sempre, dos nossos olhos. Um beijo que eu espero que nos toque de maneira tão intensa quanto tocou o Diabo naquela freira imaculada cuja perspectiva de vida mudou radicalmente devido a esta mesma possessão... talvez precisemos de deixar de ser tão inocentes (como ela o deixou de ser), talvez precisemos de recriar muitos dos nossos ideais e adaptarmo-nos a um novo mundo, a uma nova mentalidade, a um novo ser. E é neste ponto que reside toda a psicologia deste segundo ano da série: teremos nós a capacidade de mudar os outros e a nós próprios e revelar todos os Diabos deste mundo? Teremos nós a capacidade de nos alterar e de nos moldar consoante as exigências deste novo século? "
"Uma coisa é certa: esta novela conseguiu o feito de segurar os espetadores ao longo de todo o período de exibição. Mesmo com tanto tempo em antena, quem assistiu deixou-se encantar pela história de Júlia e Duarte. As personagens e diálogos próximos da realidade, as histórias bem trabalhadas dentro de cada um dos núcleos e o destaque dado a todos os intervenientes quase por igual – com exceção para os protagonistas que sempre estiveram em primeiro plano – foram alguns dos ingredientes responsáveis pelo sucesso. Valeu a pena sonhar? Claro que valeu, e que muitos irão sentir a falta desta companhia no horário nobre da SIC, disso não há dúvidas."
""In Care Of", o último episódio do sexto ano de "Mad Men", foi talvez o melhor final de temporada que a, já veterana, série apresentou. Normalmente, tudo acontece no penúltimo episódio de cada temporada, servindo o último apenas para arrumar a casa, colocando as peças todas em estado idêntico aquele onde que começaram. Em "Mad Men" as personagens abanam, mas tendem a regressar ao seu lugar-comum. A mudança ocorre, mas não perdura. Neste décimo terceiro tomo, tal não aconteceu. Aquilo que andou a ser apresentado, durante toda a temporada, trouxe mudanças realmente significativas. Pois não só se viu Don (Jon Hamm) mais próximo de voltar a ser Dick Whitman, como as dinâmicas deste sexto ano dificilmente se repetirão. E se a série de Matthew Weiner já me deixa boquiaberto quando passa a ideia de que nada se passou, o que hei-de dizer quando me deixa sem saber para onde irá de seguida. Bravo."
"Rectify é uma daquelas séries brilhantes, subtis e únicas sobre temas como a injustiça, o preconceito e o tempo, sempre com um lado muito humano e real - seja ele positivo ou negativo. Uma série que vai crescendo com o espectador, com uma profundidade incrível e que nos deixa a meditar durante muito tempo após o fim de cada episódio. Não precisando de grandes reviravoltas narrativas para isso, basta-lhe apenas mostrar a figura humana como ela e deixa o espectador assombrado por muito tempo. Uma série que aborda um tema reconhecível, mas de um ponto de vista completamente singular e distinguível. Poderá frustrar alguns espectadores por avançar e resolver pouco do arco narrativo ao longo da sua primeira temporada, mas a forma orquestrada com que conduz a acção é única."
""Sonhar era Fácil" é um dos produtos mais interessantes e mais bem trabalhados que a televisão portuguesa deu ao Mundo nos últimos anos. Constituído por cinco episódios de cerca de cinquenta minutos cada, esta série pretende dar a conhecer os principais filmes e personalidades que fazem parte da tão-vulgarmente designada "época de ouro" do Cinema Português. Através de excertos dos filmes, na sua maioria, com protagonistas de alto gabarito como António Silva, Vasco Santana e Ribeirinho, acompanhados por um rol inesquecível de atores secundários, e com entrevistas de arquivo com realizadores e intérpretes das fitas, é feita a análise da importância de que estas obras têm para a compreensão do Portugal de então, seus valores e costumes, e também da forma como estas películas passaram de geração em geração, conseguindo ainda hoje fazer rir e proporcionar momentos inesquecíveis para quem as quiser ver."
"Encontrar a série certa que nos consegue agarrar por episódios a fio, a ponto de vermos diversos capítulos de rajada, é algo que nem sempre acontece, estando quase sempre dependente da nossa ligação à mesma. Nesse sentido, a nossa descoberta tardia de "That '70s Show" surgiu como uma agradável surpresa, com a primeira temporada a surgir fortíssima, conseguindo soltar vários risos, manter toda a nossa atenção e fazer-nos sentir como parte da história de um grupo de adolescentes invulgares e dos seus familiares ao longo da década de 70. Criada por Mark Brazill, Bonnie e Terry Turner, um trio que colaborou no desenvolvimento da série "3rd Rock From the Sun", "That '70s Show" contou com oito temporadas, exibidas entre 23 de Agosto de 1998 e 18 de Maio de 2006, na Fox, algo que se traduz em 200 episódios regados com bom humor, muitos risos, algum drama, romances, momentos inesquecíveis, desenvolvimentos de personagens, reviravoltas inesperadas e uma última temporada cujas saídas de Topher Grace e Ashton Kutcher do elenco regular, aliadas a uma falta de criatividade, deitaram quase tudo a perder."
"The Following" começou muito bem, com um piloto portentoso, mas, aos poucos, foi perdendo o rumo certo, andando a vaguear quase meia temporada para que estes dois episódios finais estivessem cheios de reviravoltas. Talvez tivesse sido mais proveitoso se algumas destas situações tivessem acontecido mais cedo, assim como desenvolver competentemente as personagens, as suas ligações, o seu passado e as suas motivações. E este episódio, ainda que não seja perfeito, mostra-nos que a série teria sido capaz disso e muito mais. É pena. Agora, só resta esperar para ver se há possibilidade de a história continuar com o mínimo de lógica no próximo ano. Mas estará o público convencido a regressar para a segunda temporada?"
"Dentro das limitações que fazer uma série sobre um povo conhecido por pilhagens, violações e assassínios implica para um canal de cabo básico (sem ser pago) e cujo objectivo principal é ser educativo, "Vikings" revela-se um produto bem mais sumarento do que inicialmente preveria, isto no sentido de que esperava algo com um propósito mais instrutivo, mais vocacionado para a habitual grelha do canal, e não tanto ficcionado."
TCN 2013: Nomeados Entrevista
"Tenho um amigo artista que é realmente um homem criativo e que uma vez me disse: “os críticos de cinema só começam realmente a compreender o cinema quando já experimentaram fazer um corte na montagem”. E ele queria dizer isto a todos os níveis: ao nível de construir uma ideia através da junção de duas imagens, ao nível da emoção estética, ao nível do elemento plástico, do ritmo. Todas estas decisões são as que levam a compreender a montagem. Por isso, acho que os críticos deviam sair da sua “zona de conforto”, de trabalhar apenas com palavras, mesmo que o façam muito bem. E esse momento em que te envolves com os materiais é uma experiência de humildade, pois percebes que é algo difícil. É difícil montar ou filmar uma cena. O que é realmente a mise en scène se nunca dirigimos nada na verdade? Há um lado prático que ajuda a compreender algumas questões. No final de contas estes ensaios servem ao crítico para estender a sua capacidade de análise."
"A ideia de gosto é evidentemente indissociável do exercício da crítica. O que eu acho é que quando se pratica crítica de cinema num órgão de grande divulgação, como é um jornal – e praticamente tanto eu como o Leitão Ramos escrevemos em jornais, sejam diários ou semanais, ou em revistas de cariz cultural grande divulgação -, devemos fazer a distinção entre aquilo que é o nosso gosto cultural e aquilo que nós, enquanto agentes culturais, temos consciência de ser a importância de determinados filmes. Aconteceu muitas vezes eu fazer críticas de apoio a filmes que eu considerava culturalmente importantes, embora não gostasse deles. É nesse sentido que faço essa afirmação, ou seja, dissociar um bocadinho o que é o gosto pessoal daquilo que são objectivamente os filmes que, na conjuntura da exibição, devem ser valorizados em detrimento de outros, embora os filmes pessoalmente não me entusiasmassem por aí além. Dito isto, a questão do gosto é fundamental."
"Desde muito pequeno que o cinema fantástico, os mundos fantásticos, os extraterrestres, tudo isso, sempre me fascinaram. Suponho que tenha a ver com desde pequeno sempre me ter sentido desajustado, tinha um físico muito peculiar e estava atraído por outras formas físicas. Sempre me interessei pelo desenho, fiz belas artes, desenhei comics, dediquei muito tempo a isso. E desde pequeno que vejo Star Wars, pois, essa quantidade de criaturas e de desenhos chamou-me tanto a atenção que passei toda a minha vida a desenhar monstros. A modelação, o desenho, a cor, a forma, é algo que me interessa e diverte."
"Em primeiro lugar a experiência da fome. Não podia filmar as pessoas durante muito tempo porque as pessoas não se aguentam em pé. Tinham de se sentar. Como a fome é algo que está absolutamente instalado não se cria massa muscular suficiente. A mesma coisa para suportar pesos, grandes ou pequenos. A resistência ao sol também é menor com a falta de comida. Em segundo lugar a distância de tudo. Da boa água, do material técnico que não se podia substituir, dos hospitais. E isto no final com a equipa técnica doente, uma parte com malária outra, com febre tifóide. Em terceiro lugar, a precariedade dos meios: Uma simples viagem para as ilhas Bijagós transformou-se numa tragédia, com 109 pessoas da equipa a naufragarem e toda a luz perdida. Mas a experiência tem um lado bom que vale a pena. As pessoas de Tabatô, a luz natural, o tempo africano e sobretudo o som."
"Se somos protagonistas o trabalho é, portanto, mais interessante, porque temos mais pressão e mais responsabilidades. Temos a obrigação de fazer o projeto resultar e ajudar o realizador a contar a história que ele quer contar. É uma responsabilidade enorme. Já nos papéis secundários há menos pressão e, muitas vezes, muitas pessoas perguntam-se porque é que a personagem secundária está ali. Eu adoro as personagens e não a sua relevância para a trama. A melhor história que posso contar para ilustrar isto aconteceu-me recentemente quando filmava o "A Single Shot", do David M. Rosenthal. Eu interpretei uma personagem muito secundária, cuja participação foi cortada do filme. O realizador até me mandou uma carta muito querida a explicar tudo e a pedir-me muitas desculpas. Não é difícil ser cortada quando o realizador é simpático e nos explica o porquê da decisão, e também torna-se fácil de aceitar quando vemos que, ao ser cortada, permiti ao Sam Rockwell brilhar mais. Eu adoro fazer filmes grandes e pequenos, com papéis grandes e pequenos. É um prazer fazer filmes e, por vezes, faço filmes que nunca ninguém verá, mas que são uma boa experiência, como este "A Single Shot"."
""Pecos" was surprisingly successful everywhere, Pedro, and fans everywhere loved it. But I starred in many films and it was my goal when I began acting, to play each role at least a little differently than the last, so I was never excited to be type-cast, or do the same character over and over again. Sequels were something I always thought of to do when there were no other options... "Pecos" was an exception…and I did the sequel because the second script had little to nothing to do with the first. I turned down the second ‘McGregors’ because it was similar to the first and at the time I had more than my share of work... it has always been my belief and hope that my fans identify me with every character I played... it’s a lot more fun that way."
"Relativamente ao impacto em Portugal, espero que seja uma ajuda para mudar a mentalidade dos portugueses sobre os seus emigrantes. Muitas vezes existem estereótipos, mas eu percebo os dois lados. O português emigrante visita Portugal e, de certa forma, é too much na maneira de mostrar, com os carros bons, a casa maior da aldeia… mas os emigrantes são pessoas que fugiram de um país na ditadura e trabalharam muito para terem o que têm e, quando vêm, têm orgulho de mostrar aquilo que alcançaram com o seu esforço. Se calhar é um bocadinho too much, mas temos de valorizar o empenho e a vontade de mostrar que conseguiram com a força do seu trabalho. O português devia dar mais valor a isso."
"Adoro filmes desde pequena. Acho que começou com filmes como The Wizard of Oz (O Feiticeiro de Oz, 1939), Edward Scissorhands (Eduardo Mãos de Tesoura, 1990) ou Willy Wonka & the Chocolate Factory (Willy Wonka e a Fábrica de Chocolate, 1971). Filmes bizarros, cheios de cores e de personagens estranhas. E recordo-me de ir com a minha mãe ao clube de vídeo alugar os VHS, e eu queria sempre os mesmos. Não se comprava filmes em minha casa. Ela responderia - “Não. Quando se vê um filme, não é preciso voltar a vê-lo”. E eu sempre senti exactamente o oposto. A primeira vez em que me apercebi do poder do cinema, e não apenas do seu potencial de entretenimento e de escape, foi quando tinha uns doze anos e vi o Fahrenheit 451 (Grau de Destruição, 1966) pela primeira vez. Deixou-me em êxtase. Nunca tinha visto um filme assim. Ou talvez tivesse e não era suficientemente madura para o perceber. Mas, por qualquer motivo, foi este que mudou a minha perspectiva e me deu um mais largo entendimento do poder do cinema."
quarta-feira, outubro 23, 2013
TCN 2013: Aviso à Navegação
Devido ao elevadíssimo número de candidaturas a esta quarta edição dos TCN Blog Awards, serão muitos mais os não-nomeados que os nomeados. Não espero outra atitude que não o fair-play daqueles que não tiverem a oportunidade de lutar por uma claquete na próxima cerimónia e, como o objectivo primordial desta iniciativa é, além de premiar o trabalho daqueles que fazem desta nossa blogosfera cinematográfica e televisiva uma das mais ricas da rede nacional, incentivando-os a continuar o bom trabalho, a divulgação do melhores textos e dos espaços de todos aqueles que fazem parte dela, ao longo dos próximos dois meses também esses que ficaram de fora, alguns por uma unha negra, terão destaque em variadissímas entradas no Cinema Notebook. Porque, a organização não se esquece, o lema destes galardões é: por uma blogosfera mais forte.
terça-feira, outubro 22, 2013
The Bat-Pod: trouxeram as cotoveleiras?
Uma das preocupações que assolava Christopher Nolan para a sequela do muito bem conseguido "Batman Begins" era como conseguir superar as expectativas tecnológicas dos fãs do alter-ego de Bruce Wayne depois de ter criado o Tumbler, o portentoso SUV com que Batman defendeu a cidade de Gotham no seu renascimento cinematográfico. Ora bem, a sua solução foi o Bat-Pod, uma mota armada com metralhadoras e mísseis que se separava do Tumbler sempre que necessário. Desenhada do zero por Nathan Crowley, designer de produção de "The Dark Knight", o Bat-Pod era conduzido deitado e manobrado com os cotovelos - e não com as mãos -, o que se revelou um verdadeiro desafio até para os duplos profissionais contratados para o efeito. Partindo do pressuposto que alguns acidentes iam ocorrer, foram construídos logo à partida seis Bat-Pods para as filmagens. Felizmente, apenas um deles não resistiu - tendo ainda assim apenas sucumbindo nas gravações do terceiro e último capítulo da saga de Nolan.
segunda-feira, outubro 21, 2013
TCN 2013: Horários de Anúncios
Dia 24 de Outubro
01:00 - Entrevista
08:00 - Site/Portal
12:00 - Crítica TV
16:00 - Iniciativa
20:00 - Artigo Cinema
21:00 - Novo Blogue
22:00 - Reportagem
Dia 25 de Outubro
01:00 - Blogue TV
08:00 - Crítica Cinema
12:00 - Blogue Colectivo
16:00 - Artigo TV
20:00 - Rubrica
21:00 - Blogue Individual
22:00 - Blogger do Ano
domingo, outubro 20, 2013
CCOP - Top de Setembro de 2013
1. Blue Jasmine, de Woody Allen | 7,92
2. Por Detrás do Candelabro, de Steven Soderbergh | 7,64
3. Insensíveis, de Juan Carlos Medina | 7,60
4. Como Um Trovão, de Derek Cianfrance | 7,50
5. Like Someone in Love, de Abbas Kiarostami | 7,43
6. The Conjuring - A Evocação, de James Wan | 7,18
7. Kon-Tiki - A Viagem Impossível, de Joachim Rønning e Espen Sandberg | 6,75
8. O Mordomo, de Lee Daniels | 6,44
9. Dark Horse - Diários de um Falhado, de Todd Solondz | 6,00
10. Armadas e Perigosas, de Paul Feig | 5,86
11. Diana, de Olivier Hirschbiegel | 3,60
sábado, outubro 19, 2013
TCN 2013: Candidaturas encerradas
sexta-feira, outubro 18, 2013
quinta-feira, outubro 17, 2013
Boeing 707, o avião cinéfilo
O Boeing 707-300 foi um avião de longo alcance com quatro motores, fabricado entre 1958 e 1979, com capacidade para transportar entre 140 a 189 passageiros. Considerado o primeiro avião a jacto da Boeing, foi a primeira aeronave a revelar-se um autêntico sucesso comercial a nível de vendas para todo o mundo.
Não admira pois que tenha tido extrema visibilidade em inúmeras produções cinematográficas e televisivas dos anos sessenta e setenta, já que era o modelo mais usado no planeta. Recentemente a série "Pan Am" recriou o interior e o exterior do 707-300 para a sua curta existência - a série foi cancelada logo na primeira temporada -, facto normal se tivermos em conta que este foi o avião bandeira da companhia nos seus anos áureos. Mas mais do que ser hoje o avião privado de personalidades como John Travolta, o B707 foi o palco da comédia mais divertida da história do cinema - quem o disse foram os leitores da britânica Empire, numa sondagem realizada em 2012: "Airplane!".
Sátira de 1980 da Paramount Pictures, "Airplane!" foi escrito e realizado pela tripla David Zucker, Jerry Zucker e Jim Abrahams. Com Robert Hays, Julie Hagerty, Peter Graves e Leslie Nielsen nos principais papéis, o filme parodiou vários filmes catástrofe do passado, com especial atenção para "Zero Hour!", de 1957 e "Airport", de 1975, nos quais baseou a sua premissa e personagens chave. Relembrado hoje pelo mistura praticamente perfeita entre comédia de ocasião e o mais puro absurdo, visual ou verbal, "Airplane!" foi um sucesso comercial nos Estados Unidos da América, custando apenas três milhões e meio de dólares e arrecadando, apenas na bilheteira, cerca de 83 milhões de dólares.
quarta-feira, outubro 16, 2013
terça-feira, outubro 15, 2013
segunda-feira, outubro 14, 2013
Molly Aida ou a maldição de Fitzcarraldo
Brian Sweeney Fitzgerald, conhecido como Fitzcarraldo, quer construir uma "opera house" na remota terreola de Iquitos, no Peru. Para angariar o dinheiro que precisa, e depois de várias tentativas de negócio falhadas - foi intitulado pelo povo de "Conquistador Inútil" - decide tornar-se num magnata da borracha. Decidido a triunfar, custe o que custar, vai entrar uma odisseia aparentemente impossível para transportar a borracha através de uma monstruosa embarcação - de seu nome Molly Aida - numa nova rota fluvial. O problema é que, para tal, vai ter que mudar o barco de rio. Por terra, selva e montanhas. Tudo à custa de muito sofrimento e de inúmeras vidas humanas. O mais chocante? É uma história baseada em acontecimentos verídicos.
Realizado pelo polémico Werner Herzog e uma lenda na história da Sétima Arte devido à sua complicadíssima produção - as filmagens demoraram cerca de quatro anos e Herzog insistiu em arrastar na vida real um barco de 320 toneladas (mais 290! que o verdadeiro Molly Aida) em terrenos com quarenta graus de inclinação, usando métodos ainda mais complicados que o verdadeiro Fitzcarraldo, rejeitando todas as tentativas do estúdio em usar efeitos especiais - e ao suposto endoidecimento do principal Klaus Kinski devido ao isolamento prolongado e às dificuldades técnicas, o Molly Aida tornou-se uma estrela por mérito próprio, sendo a sua jornada em terra motivo para um dos documentários cinematográficos mais interessantes de sempre: "Burden of Dreams".
domingo, outubro 13, 2013
O problema não é (só) a Casa dos Segredos
São quinze (15!) as telenovelas exibidas diariamente nos três canais generalistas portugueses: 6 na SIC, 6 na TVI e 3 na RTP. Filmes e documentários contam-se pelos dedos de um mão, quase sempre a horas impróprias. Quando não são novelas, são programas ao vivo com música pimba em playback aos pontapés ou comentários intelectualmente vazios sobre banalidades do dia-a-dia. Obrigado canais de cabo por manterem a coisa interessante.
sábado, outubro 12, 2013
The Firm - Primeira Temporada
Baseada na conceituada obra de 1991 de John Grisham e na consequente adaptação cinematográfica de 1993 com Tom Cruise no principal papel, "The Firm", a série, avança dez anos na vida de Mitch McDeere e coloca-o em Washington a recomeçar a sua vida profissional, depois de vários anos de isolamento à custódia do serviço de protecção de testemunhas do FBI. Decidido a deixar o passado para trás, cria a sua própria firma de advocacia, onde conta com a ajuda do irmão e da noiva deste. No entanto, não demorará muito a perceber que voltar a colocar o seu nome no radar numa demanda constante pela verdade e pela justiça rapidamente o vai atirar para um turbilhão de problemas com uma nova firma de tubarões e com aqueles que, uma década antes, o tentaram matar.
Com uma primeira metade de temporada de elevada qualidade técnica e narrativa, repleta de energia com um elenco sempre no limite das suas capacidades, oferecendo várias interpretações magistrais entre heróis e vilões, graúdos e miúdos - muita atenção à jovem Natasha Calis, tremendamente eficaz nas cenas mais emotivas -, "A Firma" acabaria no entanto por perder grande parte do seu fulgor inicial a partir do momento em que, prevendo um cancelamento que acabaria por concretizar-se devido aos maus resultados de audiência, começou a misturar possíveis caminhos narrativos previamente guardados para uma segunda ou terceira temporada, despachando de forma gratuita e de algum modo anárquica o que começou por desenvolver de maneira cuidada e inteligente. Pior do que isso, termina sem qualquer tipo de final (aberto ou fechado), deixando um caso a meio e defraudando o espectador com o total vazio que fica em relação ao destino das mais variadas personagens com quem criou laços durante 22 dos 24 episódios inicialmente previstos. A lição que fica é óbvia e não é de agora: séries da NBC cá em casa só depois da sua renovação ter sido confirmada.
Com uma primeira metade de temporada de elevada qualidade técnica e narrativa, repleta de energia com um elenco sempre no limite das suas capacidades, oferecendo várias interpretações magistrais entre heróis e vilões, graúdos e miúdos - muita atenção à jovem Natasha Calis, tremendamente eficaz nas cenas mais emotivas -, "A Firma" acabaria no entanto por perder grande parte do seu fulgor inicial a partir do momento em que, prevendo um cancelamento que acabaria por concretizar-se devido aos maus resultados de audiência, começou a misturar possíveis caminhos narrativos previamente guardados para uma segunda ou terceira temporada, despachando de forma gratuita e de algum modo anárquica o que começou por desenvolver de maneira cuidada e inteligente. Pior do que isso, termina sem qualquer tipo de final (aberto ou fechado), deixando um caso a meio e defraudando o espectador com o total vazio que fica em relação ao destino das mais variadas personagens com quem criou laços durante 22 dos 24 episódios inicialmente previstos. A lição que fica é óbvia e não é de agora: séries da NBC cá em casa só depois da sua renovação ter sido confirmada.
sexta-feira, outubro 11, 2013
quinta-feira, outubro 10, 2013
Update Candidaturas TCN Blog Awards 2013
Até ao momento foram 14 os blogues e 2 os sites que se candidataram aos TCN Blog Awards 2013 nas mais diversas categorias, números ainda muito distantes dos do ano passado e que, neste momento, colocam em causa não só a validação de várias categorias - Blogue de TV, por exemplo, tem zero candidaturas até ao dia de hoje -, como também a existência da quarta edição destes prémios. Tenho fé que são vários os bloggers que ainda se irão candidatar até ao próximo dia 20 de Outubro, data final para recepção de candidaturas, mas importa agora espalhar a mensagem por todos os bloggers cinéfilos e televisivos que conhecerem, a quem possa ter passado despercebido este post. Porque uma competição renhida e quantitativa é sinónimo nesta celebração da blogosfera de uma competição saudável e qualitativa.
quarta-feira, outubro 09, 2013
terça-feira, outubro 08, 2013
Ben Collins - O Homem no Fato Branco (II/II)
Ben: Trabalhar com equipas de efeitos especiais e com alguns dos melhores duplos do mundo é muito divertido. De peritos em artes marciais que nos podiam matar apenas com o olhar a campeões de ginástica feitos de borracha, apanhamos um pouco de tudo. Ser o duplo do James Bond nas cenas de condução nos últimos dois capítulos da saga foi uma grande honra para mim, mas também um grande fardo a nível familiar. Depois de despir o fato de 007, a cabeleira e o carro de alta velocidade, chegamos a casa e o que temos no frigorífico são couves-lombarda para o jantar... é aí que te apercebes que afinal não és lá grande agente secreto como imaginaste todo o dia.
Take: E o futuro? Algum projecto televisivo ou cinematográfico que nos possas contar?
Ben: Acabei há pouco tempo de trabalhar no "The Amazing Spider-Man 2", que foi muitíssimo divertido, e vou agora para a Polónia participar numa série televisiva local chamada "Automaniak", com o papel de fazer uma imensidão de maluquices sobre quatro rodas. A minha outra prioridade é finalizar alguns planos de corridas que tenho para o próximo ano nas 24 Horas de Le Mans. É simplesmente a melhor corrida do mundo.
Take: Ben, o mundo precisa de saber qual o filme "motorizado" favorito do Stig. E, já agora, qual o seu filme favorito, sem restrições de género.
Ben: O meu filme "motorizado" favorito é o "Vanishing Point", porque nos leva para uma era onde a edição e pós-produção das cenas não aldrabavam, como hoje, o que realmente acontece na estrada durante as filmagens. A história é forte e apresenta-nos alguns dos ícones visuais mais famosos dos Estados Unidos da América. E borracha queimada, tanta! Filme favorito? Blade Runner.
Take: Tens uma longa carreira como piloto de corridas, mesmo tendo em conta que só começaste aos 19 anos. Qual foi a tua corrida mais memorável? E porquê?
Ben: As minhas primeiras 24 Horas de Le Mans, em 2001, continuam gravadas na minha memória como as mais intensas. Estava a competir na categoria LMP1, a velocidades superiores a 350 km/h, e choveu durante 17 das 24 horas. Haviam carros a despistarem-se a toda a hora e, durante a noite, chequei a aquaplanar a 290 km/h. Foi assustador e por pouco não fui contra uma parede. Conduzi sempre nos limites durante quatro horas, apenas para mais tarde me aperceber que estive na liderança da corrida durante todo o tempo em que estive na pista, mais rápido do que uma mão cheia de pilotos de F1 e de veteranos de Le Mans que andavam por lá. Foi algo extraordinário para mim.
Take: Quem é, ou foi, o teu piloto favorito na história da F1?
Ben: Ayrton Senna. Ele era um herói sublime e o melhor condutor de todos os tempos. Um verdadeiro perfeccionista.
Take: Que carro conduzes no teu dia-a-dia? E, se pudesses ter qualquer carro do mundo sem pagares por ele, qual escolherias para colocar à frente da tua porta de casa?
Ben: Actualmente tenho um Audi S5 com motor V8... e adoro o barulho que faz. Para uma voltinha de graça, acho que escolhia um Bugatti Veyron espelhado. Espelhado porque assim conseguia ver o sorriso na minha cara sempre que entrasse nele.
Take: Pergunta que fazemos a todos os nossos entrevistados: quem foi a tua primeira paixoneta cinematográfica?
Ben: Essa é difícil. Provavelmente a Wilma de "Buck Rogers". Nunca subestimem o poder de um fato espacial todo-o-terreno feito de licra.
Take: Já alguma vez estiveste em Portugal? No que é que pensas quando ouves o nome do nosso país?
Ben: Foi em Portugal a minha despedida de solteiro. Lembro-me vagamente de alguns passos de dança, de beber whiskey em quantidades exageradas e de ser reconhecido por um fã de corridas britânico... quando andava à procura das minhas roupas.
Respostas rápidas:
Take: Senna ou Prost?
Ben: Senna, mas o Prost era/é também um génio.
Take: Vettel ou Webber?
Ben: Não conheço o Seb (Vettel) mas sou amigo do Mark (Webber) e ele é o máximo.
Take: Hunt ou Lauda?
Ben: Hunt
Take: Hamilton ou Alonso?
Ben: Actualmente, acho que o Alonso é o melhor piloto da F1.
Take: Audi, BMW ou Mercedes?
Ben: Audi. Mas adoro os BMWs série M e todos os AMGs da Mercedes.
Take: Top Gun ou Days of Thunder?
Ben: Top Gun
Take: Shelby Mustang GT 500 (Gone in 60 Seconds) ou Ford Mustang GT (Bullit)?
Ben: Bullit
Take: Clarkson, Hammond ou May?
Ben: O Stig, estúpido!
segunda-feira, outubro 07, 2013
domingo, outubro 06, 2013
sábado, outubro 05, 2013
Ben Collins - O Homem no Fato Branco (I/II)
Provavelmente Ben Collins será um nome que pouco ou nada dirá ao tradicional leitor cinéfilo da nossa revista. Mas se o apresentarmos como o "The Stig" original, aquele que criou em seu redor uma autêntica mitologia televisiva e pop, as coisas já mudam de figura. Quando em 2010 decidiu quebrar uma das cláusulas do seu contrato - manter o herói mascarado anónimo, um verdadeiro enigma para o público e para a imprensa, que chegou a pensar que dentro daquele capacete branco estaria o heptacampeão mundial de F1 Michael Schumacher (o que acabou por ser usado pelo programa num episódio para confundir os fãs) - e publicar a sua autobiografia em livro, anunciando ao mundo que era ele o "Homem no Fato Branco" - título que deu ao livro -, a sua vida virou-se do avesso. Clarkson e a produção correram imediatamente com ele de "Top Gear", mas Collins ganhou popularidade suficiente - o seu livro foi um dos mais vendidos do ano no Reino Unido e recebeu fortes elogios da crítica - para compensar financeiramente e pessoalmente a sua saída. Piloto de corridas com currículo invejável, duplo de James Bond nos últimos dois capítulos 007 e fã de Ayrton Senna, a Take mostra ao mundo o lado mais pessoal do "The Stig", numa entrevista exclusiva realizada no passado mês de Agosto.
Take Cinema Magazine: Ben, antes de mais, muito obrigado por nos concederes esta entrevista. Vamos começar... pelo fim da tua vida enquanto "The Stig": estás em paz com o trio de apresentadores do "Top Gear"? Pelo que saiu nas notícias, a coisa ficou feia entre vocês. Desde que saíste, voltaste a falar com algum deles?
Ben Collins: Depois de eles me terem tratado como um bombista por ter ousado abandonar o programa, acho que as coisas já começaram a acalmar. Já estive recentemente com o James e o Richard e demo-nos bem. Ou seja, falta apenas o outro, aquele mais alto. O Jeremy tem um forte gancho de direita mas eu sou rápido, logo espero encontrar-me com ele no futuro.
Take: Foste o "The Stig" durante oito anos, treze temporadas. Como é que tudo começou? Houve alguma espécie de casting?
Ben: Foi todo um processo muito oficial. Fui convidado pelo produtor da série Andy Wilman para um casting no circuito do Top Gear, um antigo aeródromo militar do tempo da Segunda Guerra Mundial, no meio do nada. Cheguei lá, deram-me as chaves de um carro velho, e contaram o tempo que demorei a fazer duas ou três voltas. Bati o melhor tempo por volta que eles tinham lá em dois segundos. Mas não soube logo no dia, até porque o Andy é uma velha raposa. Deixou-me dois meses na expectativa por uma resposta até finalmente contratar-me para a série.
Take: Os nossos leitores querem saber qual foi o carro que conduziste no programa que mais gostaste. E o pior! E qual a celebridade que mais gozo te deu conhecer.
Ben: Gosto muito de carros desportivos, principalmente os Ferraris. O 459 provavelmente continua a ser o meu favorito mas nunca esquecerei o dia em que conduzi o Porsche Carrera GT, o único modelo da Porsche com o motor no meio do carro. É ainda hoje um dos mais desafiantes e mais recompensadores carros que já conduzi. Desafiante porque o carro derrapou-me várias vezes durante as voltas iniciais, depois recompensador porque quando o aprendemos a conduzir, é simplesmente a melhor máquina do mundo para conduzir em velocidade. E eu adoro velocidade. O pior carro foi o TVR (ndr: carro desportivo inglês), absolutamente horroroso à vista e perigoso à condução, porque confere ao condutor uma falsa sensação de segurança e depois... tenta-te matar. Foi terrivelmente mal construído e até os espelhos estavam sempre a cair. Quanto às celebridades, gostei de conhecer todas elas mas é claro que ensinar alguns truques de condução ao Tom Cruise e à Cameron Diaz não pode ser considerado um dia normal no trabalho. Eles foram espectaculares ao volante e igualmente encantadores com a equipa longe dele. Ficamos todos surpreendidos com a sua simplicidade. O Tom quase que capotou o carro barato, mas depois divertiu-se tanto a dar umas volta a 250 km/h num Bugatti Veyron que o próprio atrasou-se para a antestreia britânica do seu filme. Inesquecível.
Take: Escreveste "The Man in the White Suit", considerado pelo New York Times como o "Garganta Funda do Mundo Automóvel". O livro foi muito bem recebido pelos fãs do "Top Gear" mas acabou por ser a razão pelo qual tiveste que abandonar o programa. Fala-nos um pouco do livro e diz aos portugueses porque é que o devem comprar.
Ben: O meu livro é leitura obrigatória para qualquer pessoa com insónias. Espero que dê uma perspectiva real das sensações que uma pessoa sente quando leva um carro ao seu limite. Quando a necessidade pela velocidade nos atinge e a adrenalina começa a correr nas nossas veias, é uma experiência mágica, uma pela qual sou viciado desde criança. Conduzir carros a 320 km/h e ser duplo de condução nos filmes do James Bond pode ser considerado por alguns como algo extremo, mas o que me deixa feliz é que consigo retirar dessas experiências, bem como da minha condução do dia-a-dia o mesmo prazer, a mesma energia. No livro há ainda, claro, inúmeros segredos sobre o Top Gear, mas nenhuma referência a qualquer "garganta funda", pelo menos que me recorde. Estou agora a trabalhar no meu segundo livro, mais focado em como conduzir bem do que na minha vida pessoal. Saiu recentemente um estudo que defendia que conduzir bem e com estilo ajuda-te a levar as miúdas para a cama, portanto é uma altura boa para lançar esta nova obra.
Continua...
Subscrever:
Mensagens (Atom)