domingo, março 31, 2013
Portugalinho
sábado, março 30, 2013
Crítica criativa
Filme? The Crying Game. Crítico? Richard Corliss. Publicação? Nada mais nada menos que a conceituada Time magazine. Toque de génio? A primeira letra de cada parágrafo da sua crítica revelava o grande twist da obra de consagração de Neil Jordan. Pormenor de classe? Ainda dar a dica durante a análise que "initially, the secret is not obvious". Muito à frente.
sexta-feira, março 29, 2013
Dredd (2012)
Em "Dredd", o presente é um futuro distante onde o nosso planeta é, para variar, um local podre, corrupto, imundo e apocalíptico. A população concentra-se numa metrópole entre Boston e Washington, protegida por gigantes muralhas e regulada por "juízes", figuras de autoridade com todos os poderes para executar e defender a lei. Eles são a última esperança para combater o crime e a injustiça numa sociedade à beira do colapso, ainda para mais agora que está a ser inundada por uma nova e perigosa droga que muda a percepção do tempo. Acompanhado por uma estagiária mutante com poderes raros de telepatia, o juiz Dredd vai ser encurralado num edifício de duzentos andares e setenta e cinco mil pessoas de lotação, com a cabeça a prémio e sem contacto com o exterior.
Personagem histórica da BD readaptada a uma nova narrativa cinematográfica pelo britânico Alex Garland ("The Beach" e "28 Days Later") e realizada pelo não mais do que competente Pete Travis ("Vantage Point"), "Dredd" reinventa-se num série B tão moderno quanto arcaico, tão ágil e veloz na acção crua que apresenta quanto pouco versátil e polivalente na criatividade e na surpresa entre acontecimentos. Isto porque na sua coluna vertebral apenas corre aquele desejo simples e sanguinário por violência e combate sci-fi à moda antiga, sem mensagens nem moralismos associados, sem qualquer selo social ou psicológico hipócrita estampado na luta de Dredd pela sobrevivência e pelo que acredita. Com uma cinematografia carregada de cores intensas e escuras, uma sonoplastia interessante e um ritmo impecável, faltou no entanto a "Dredd" alguma profundidade no desenvolvimento da sua personagem-chave, que criasse com o espectador não só uma ligação forte com o seu estilo implacável, mas também com as suas motivações. Noventa minutos de tiroteios, cabeças partidas e peles arrancadas, sem necessitar de ligar o cérebro e longe de cativar tanto o espectador como McClane conseguiu quando também ele esteve encurralado num arranha-céus. E, ou muito me engano, ou daqui a cinquenta anos continuará a ser Stallone quem será recordado sempre que o nome de Dredd surgir numa conversa de café.
Personagem histórica da BD readaptada a uma nova narrativa cinematográfica pelo britânico Alex Garland ("The Beach" e "28 Days Later") e realizada pelo não mais do que competente Pete Travis ("Vantage Point"), "Dredd" reinventa-se num série B tão moderno quanto arcaico, tão ágil e veloz na acção crua que apresenta quanto pouco versátil e polivalente na criatividade e na surpresa entre acontecimentos. Isto porque na sua coluna vertebral apenas corre aquele desejo simples e sanguinário por violência e combate sci-fi à moda antiga, sem mensagens nem moralismos associados, sem qualquer selo social ou psicológico hipócrita estampado na luta de Dredd pela sobrevivência e pelo que acredita. Com uma cinematografia carregada de cores intensas e escuras, uma sonoplastia interessante e um ritmo impecável, faltou no entanto a "Dredd" alguma profundidade no desenvolvimento da sua personagem-chave, que criasse com o espectador não só uma ligação forte com o seu estilo implacável, mas também com as suas motivações. Noventa minutos de tiroteios, cabeças partidas e peles arrancadas, sem necessitar de ligar o cérebro e longe de cativar tanto o espectador como McClane conseguiu quando também ele esteve encurralado num arranha-céus. E, ou muito me engano, ou daqui a cinquenta anos continuará a ser Stallone quem será recordado sempre que o nome de Dredd surgir numa conversa de café.
quinta-feira, março 28, 2013
Roger Ebert dixit
"What sets men apart from the beasts is our interest in things that took place before we were born, or will take place after we die."
quarta-feira, março 27, 2013
Argo (2012)
Final dos anos setenta, Teerão. Centenas de iranianos enfurecidos invadem a embaixada norte-americana no país, como forma de retaliação à extradição e protecção dos Estados Unidos ao recém deposto Xá. Cinquenta e dois americanos são feitos reféns e negociados como moeda de troca pelo Irão, que pretende o regresso do ex-ditador para um julgamento público - também conhecido como corda no pescoço. No entanto, no meio da confusão, seis diplomatas conseguem escapar e refugiar-se na casa do embaixador canadiano. Esta é a história de como a CIA conseguiu resgatar este pequeno grupo, simulando a produção de um filme de ficção científica no Médio Oriente. O nome do falso "blockbuster"? Argo.
Vencedor do Óscar para melhor filme no passado mês de Fevereiro, "Argo" revela-se um produto cinematográfico tão interessante - pela veracidade quase absurda da história - quanto demasiado simplificado num fórmula narrativa metódica, linear e pouco arriscada. Fiel ao que relata - e, por isso, com pouca margem de manobra para rasgos criativos - e filmado de forma irrepreensível, Ben Affleck sustenta "Argo" na sua sinceridade e responsabilidade de dar a conhecer ao mundo algo que foi segredo durante décadas e que, inclusive, levou a uma perda de popularidade politicamente fatal ao então presidente democrata Carter - que, já agora, com um simples e curto de voz-off durante o rolar dos créditos finais dá outra profundidade ao filme.
Poucas artimanhas narrativas não frustraram ainda assim o impacto da história, sem muito suspense mas com muita substância. Destaque ainda para os poucos mas cativantes minutos da dupla Arkin/Goodman, suficientes para aligeirar este "docudrama" para uma esfera muito mais hollywoodesca - e, logo, mais rentável na bilheteira. O truque foi mesmo espetar quase todas as suas cenas nos trailers oficiais e esperar que a promessa de uma fita tão divertida quanto séria conquistasse o público. Resultou. Depois é tudo uma questão de gestão das expectativas.
Vencedor do Óscar para melhor filme no passado mês de Fevereiro, "Argo" revela-se um produto cinematográfico tão interessante - pela veracidade quase absurda da história - quanto demasiado simplificado num fórmula narrativa metódica, linear e pouco arriscada. Fiel ao que relata - e, por isso, com pouca margem de manobra para rasgos criativos - e filmado de forma irrepreensível, Ben Affleck sustenta "Argo" na sua sinceridade e responsabilidade de dar a conhecer ao mundo algo que foi segredo durante décadas e que, inclusive, levou a uma perda de popularidade politicamente fatal ao então presidente democrata Carter - que, já agora, com um simples e curto de voz-off durante o rolar dos créditos finais dá outra profundidade ao filme.
Poucas artimanhas narrativas não frustraram ainda assim o impacto da história, sem muito suspense mas com muita substância. Destaque ainda para os poucos mas cativantes minutos da dupla Arkin/Goodman, suficientes para aligeirar este "docudrama" para uma esfera muito mais hollywoodesca - e, logo, mais rentável na bilheteira. O truque foi mesmo espetar quase todas as suas cenas nos trailers oficiais e esperar que a promessa de uma fita tão divertida quanto séria conquistasse o público. Resultou. Depois é tudo uma questão de gestão das expectativas.
terça-feira, março 26, 2013
Um Super-Homem não se mede aos palmos
Christopher Reeve, 193cm. Brandon Routh, 191cm. George Reeves e Henri Cavill, 185cm. Dean Cain, 183cm. É tudo uma questão de posicionamento da câmara.
segunda-feira, março 25, 2013
Pérolas a porcos
2007, Joshua Bell - considerado por muitos o melhor músico clássico da sua geração -, um violino de três milhões e meio de dólares, uma estação de metro da capital norte-americana, quarenta e cinco minutos de alguns dos temas mais conceituados de Bach e mais de um milhar de pessoas a passar à sua frente. À excepção de algumas crianças e de uma fã no final, ninguém parou para o ouvir. Apenas umas vinte pessoas atiram-lhe algumas moedas, mas sem parar. Sem aplausos, sem reconhecimento pelo seu talento. Uns dias antes, esgotara teatros e salas de concertos um pouco por todo o país, com bilhetes a preços médios de cem dólares. Uma iniciativa deliciosa do Washington Post para chegar a uma simples conclusão: se não conseguimos reconhecer e aproveitar, num contexto inesperado, um dos melhores músicos do mundo a tocar algumas das músicas mais bem escritas de sempre, quantas outras maravilhas deste planeta não damos conta no nosso dia-a-dia?
domingo, março 24, 2013
sábado, março 23, 2013
Maltin à portuguesa!
Revista Notícias TV, suplemento semanal do DN e do JN, local, entre outros, onde Joel Neto gosta de mandar umas postas de pescada televisivas de quando em vez. Crítico de cinema residente? Nada mais nada menos que o conceituado Leonard Maltin. Ok, supostas traduções do que escreve lá por fora. Porquê supostas? Filme da semana na televisão portuguesa para a revista? "Battleship", de Peter Berg. O que diz sobre o mesmo? "Alucinante filme de acção", "muita atenção aos pormenores", "grande filme" e "grande banda sonora" são algumas das expressões presentes na versão portuguesa. Absolutamente nada a ver, portanto, com o que realmente escreveu sobre o filme. Pura manipulação? Será que Maltin sabe que o seu nome está a ser usado para publicidade mascarada e promoção televisiva? Até dá vontade de lhe enviar um e-mail.
sexta-feira, março 22, 2013
TCN Blog Awards 2013 - Categorias
As quinze categorias premiadas nos TCN Blog Awards 2013 serão:
Blogger do Ano
Blogue Individual de Cinema
Blogue Colectivo de Cinema
Blogue de Televisão
Novo Blogue de Cinema/TV
Artigo de Televisão
Artigo de Cinema
Crítica de Televisão
Crítica de Cinema
Entrevista
Reportagem/Cobertura
Iniciativa
Rubrica
Site/Portal
Prémio Memória
A reter, a tão pedida divisão entre cinema e televisão, bem como entre iniciativa e rubrica. Para Blogue Individual de Cinema serão consideradas válidas todas as candidaturas cujos blogues contenham 90% ou mais de entradas assinadas em nome de um só elemento. O Prémio Memória tem como objectivo homenagear blogues de cinema/tv hoje inactivos. O homenageado será decidido anualmente pela organização e será revelado apenas na cerimónia de entrega dos troféus/diplomas. Dado o aumento de número de categorias, a organização tentará arranjar algum esquema de financiamento dentro da blogosfera para assegurar todos os troféus (15x28€=420€). Caso tal não seja possível, alguns dos vencedores levarão diplomas para casa.
quinta-feira, março 21, 2013
quarta-feira, março 20, 2013
A Good Day to Die Hard (2013)
John McClane está de volta; mais velho, mais resmungão e mais impaciente, mas com o mesmo estilo e coragem que ajudaram a salvar centenas de vidas um pouco por todo o lado, fosse a crise num arranha-céus de luxo ou num dos mais movimentados aeroportos norte-americanos. Agora de visita a Moscovo para tentar perceber o que levou o filho, Jack, a uma vida manchada pelo crime e passada em prisões soviéticas. O que ele não sabe é que Jack é, afinal de contas, um experiente agente da CIA em missão secreta para resgatar um cientista russo com informações confidenciais que podem derrubar um regime. E, do nada, McClane, o pai, vai estragar uma operação de anos e provocar o caos na cidade moscovita.
Realizado pelo irlandês John Moore, "Die Hard - Nunca é Bom Dia para Morrer" destaca-se claramente, pela negativa, como o pior capítulo na saga de um dos principais ícones do cinema de acção do final do século passado. Depois de ter sido reanimado em 2007 de forma divertida e competente por Len Wiseman, Moore destrói todo o élan de uma personagem com uma narrativa preguiçosa - chega ao ponto de repetir a mesma piada ("I'm on vacation!") uma mão cheia de vezes, efeitos especiais demasiado modernos para tão tradicional herói - slow motion à le Max Payne, também realizado por Moore, não rima com McClane - e um trabalho de edição e montagem desleixado, que arruina por completo a noção de continuidade entre várias cenas. Como se não bastasse, Willis parece estar preso a um longo casamento com a sua personagem, dando vários sinais de uma excessiva acomodação à pele de McClane, quando era pedido e necessário um pouco mais de esforço e credibilidade em vários momentos de maior intensidade física e dramática.
Pouco nostálgico, falta a este "A Good Day to Die Hard" a inteligência estrutural do passado, bem como um par de cenas memoráveis que deixassem marca no espectador. Assim, um bom twist na história, um vilão credível e uma boa surpresa no que concerne à introdução e interpretação de Jai Courtney no papel do filho do lendário herói não são suficientes para adornar a desilusão que fica em nós quando nos apercebemos que acabámos de assistir à queda de mais um mito cinematográfico até aqui intocável. Que saudades de John McTiernan.
Realizado pelo irlandês John Moore, "Die Hard - Nunca é Bom Dia para Morrer" destaca-se claramente, pela negativa, como o pior capítulo na saga de um dos principais ícones do cinema de acção do final do século passado. Depois de ter sido reanimado em 2007 de forma divertida e competente por Len Wiseman, Moore destrói todo o élan de uma personagem com uma narrativa preguiçosa - chega ao ponto de repetir a mesma piada ("I'm on vacation!") uma mão cheia de vezes, efeitos especiais demasiado modernos para tão tradicional herói - slow motion à le Max Payne, também realizado por Moore, não rima com McClane - e um trabalho de edição e montagem desleixado, que arruina por completo a noção de continuidade entre várias cenas. Como se não bastasse, Willis parece estar preso a um longo casamento com a sua personagem, dando vários sinais de uma excessiva acomodação à pele de McClane, quando era pedido e necessário um pouco mais de esforço e credibilidade em vários momentos de maior intensidade física e dramática.
Pouco nostálgico, falta a este "A Good Day to Die Hard" a inteligência estrutural do passado, bem como um par de cenas memoráveis que deixassem marca no espectador. Assim, um bom twist na história, um vilão credível e uma boa surpresa no que concerne à introdução e interpretação de Jai Courtney no papel do filho do lendário herói não são suficientes para adornar a desilusão que fica em nós quando nos apercebemos que acabámos de assistir à queda de mais um mito cinematográfico até aqui intocável. Que saudades de John McTiernan.
terça-feira, março 19, 2013
CCOP - Top de Fevereiro de 2013
Apesar dos 26 filmes estreados comercialmente em sala durante o mês de Fevereiro, este foi um mês em que apenas 10 se tornaram elegíveis para o top, com os membros do CCOP a assistirem em média a menos filmes. Duas das estreias são reposições e daí inelegíveis: Psico, de Alfred Hitchcock (reposto em sala pela Midas Filmes) recebeu média de 9,25; enquanto que As Bailarinas, de Bertrand Blier (reposto pela Leopardo Filmes) recebeu média de 8,00 mas com uma amostragem largamente inferior. Dentre todos os filmes já votados pelo CCOP, Psico ocupa o quarto lugar entre os melhores classificados, agora acima de Vertigo do mesmo realizador e que recebeu a média de 9,13. Em relação aos elegíveis, The Master - O Mentor, de Paul Thomas Anderson, não reuniu propriamente grande consenso, mas conseguiu liderar o top de Fevereiro, com uma nota média de 8,00 (e lidera agora o top anual, ex-aequo com Django Libertado). Bestas do Sul Selvagem surge no segundo lugar, com 7,11 e o canadiano Laurence Para Sempre finaliza o pódio, com uma nota média de 7,00.
1. The Master - O Mentor, de Paul Thomas Anderson | 8,00
2. Bestas do Sul Selvagem, de Benh Zeitlin | 7,11
3. Laurence Para Sempre, de Xavier Dolan | 7,00
4. Notas de Amor, de Sarah Polley | 6,60
5. Zarafa, de Rémi Bezançon e Jean-Christophe Lie | 6,33
6. Hitchcock, de Sacha Gervasi, de Ruben Fleischer | 5,75
6. Criaturas Maravilhosas, de Richard LaGravenese | 5,75
8. Aguenta-te aos 40!, de Judd Apatow | 5,17
9. A Descida - Parte 2, de Jon Harris | 4,60
10. Die Hard - Nunca É Bom Dia Para Morrer, de John Moore | 3,67
segunda-feira, março 18, 2013
De pazes feitas com a RTP2
domingo, março 17, 2013
sábado, março 16, 2013
sexta-feira, março 15, 2013
CBA 2013
A primeira edição dos Cinema Bloggers Awards teve lugar no passado dia 13 de Março em Lisboa. De 0 a 10, eis um resumo da noite, aproveitando para deixar alguns apontamentos sobre a iniciativa. Começando pelo mais negativo, nota 0 para a afluência de bloggers jurados - são cerca de quarenta e um segundo o blogue da organização - na plateia, apenas dois pelo que me apercebi no local. A escolha de uma quarta-feira para a realização do evento pode explicar muitas ausências, mas não todas; 1 para a primeira curta-metragem da noite, curiosamente até uma das nomeadas para Melhor Curta-Metragem nos prémios, "Posfácio nas Confecções Canhão". Excessivamente longa e demasiado imbecil para o meu gosto; continuando nesta esfera, 2 para a curta "Aqui Jaz a Minha Casa", cuja interessante mensagem que tenta passar - a desertificação do interior - é explanada num produto muito melhor filmado e interpretado do que narrativamente atractivo; abordando a natureza dos CBA de forma crítica, nota 3 para o conceito dos prémios ser completamente desadequado a um evento físico de entrega dos mesmos, algo que motivou a minha recusa aquando do convite para ser um dos jurados, bem como pode explicar o aparente desinteresse de uma comunidade activa no processo de votação, mas que negligenciou por completo a presença na Biblioteca de Telheiras; 4 para a curta "Noite", de Flávio Pires, cativante e interessante desde o primeiro minuto, mas que acaba de forma súbita, como se algo ficasse por contar ou acontecer; voltando um pouco ao início, nota 5 para a constituição geral da audiência, na sua grande maioria amigos e colegas de curso da organização, bem como para algumas opções criativas que em pouco ajudam a credibilizar os prémios - a mais gritante talvez o facto do André ter colocado a namorada em palco a apresentar um dos prémios, por muito romântico e simpático que tal seja; 6 para "Black Mask", do blogger Filipe Coutinho, cuja filmagem segura - belo close-up de homenagem a certa altura -, cinematografia interessante nos jogos de sombras a preto e branco e narrativa e narração competentes acabam por compensar a desastrosa sonoplastia do projecto, que não consegue disfarçar as mudanças de microfones, bem como o som gravado em estúdio do som gravado em cena; nota positiva 7 para a apresentação do Bruno Duarte, que mesmo com a tarefa ingrata de anunciar nomeados e vencedores de categorias pelas quais ninguém estava muito interessado em saber os resultados, conseguiu ainda assim agarrar o público de forma humilde e modesta, com especial destaque para a entrada à Michael Jackson e para a piada que meteu Vítor Gaspar ao barulho; 8 para as condições técnicas do auditório, bem como para a sua excelente localização, de fácil acesso e sem muita confusão à entrada; nota 9 para o André Marques e a criação do zero desta iniciativa, ajudando assim a promover e fortalecer a blogosfera de cinema em Portugal, "certificando-a" como competente e merecedora de atribuir, ela própria, os seus prémios anuais cinematográficos. A manter a cerimónia em edições futuras, no entanto, algo diferente terá que ser orquestrado para justificar algum interesse na mesma, seja uma maior interacção com o público ou um foco maior nos blogues e não nos filmes e nas estrelas de Hollywood, que em nada precisam ou sequer reconhecem esta distinção; por fim, classificação máxima (10) para a vitória inesperada de "The Artist" na categoria principal dos CBA. Para o André e para a iniciativa, fica o desejo de muitos mais anos de CBA, sempre a melhorar. A blogosfera merece.
quinta-feira, março 14, 2013
quarta-feira, março 13, 2013
Google Reader vai à vida. E agora?
terça-feira, março 12, 2013
Hitchcock (2012)
Finais dos anos cinquenta: o "mestre do suspense" cinematográfico está numa crise criativa e procura a todo o custo um guião que consiga transformar em mais um estrondo entre o público e a crítica, calando assim aqueles que afirmam que o realizador, agora no topo da sua carreira, já deu o que tinha a dar e iria entrar numa fase artística descendente devido à sua idade. E é aí que decide, contra tudo e contra todos, adaptar à grande tela um livro de terror recentemente lançado e ainda pouco conhecido, intitulado "Psycho". Sem conseguir apoios nem financiamento de nenhum estúdio para tal "loucura" - o que os grandes produtores queriam era mais um filme de espionagem ao bom estilo de "North by Northwest", Hitchcock decide então financiar ele próprio o filme, correndo assim grandes riscos de acabar na miséria, sem casa nem piscina, caso o filme não se revele um sucesso aquando da sua premiere.
Estreia na realização do britânico Sacha Gervasi, "Hitchcock" está mais perto de ser um making-of ficcionado da rodagem de "Psycho", com toques cor-de-rosa de um relacionamento conturbado com a sua companheira de sempre, Alma, do que propriamente um relato biográfico da vida e da carreira do mestre Alfred Hitchcock, como provavelmente muitos cinéfilos desejariam e esperavam. Raspando apenas a superfície de uma personalidade tão complexa quanto complicada, a fita inspirada no livro "Alfred Hitchcock and the Making of Psycho" acaba ainda assim por proporcionar alguma diversão cinéfila apesar de todas as suas falhas, muito por culpa de um muito competente elenco liderado pelo caprichoso Anthony Hopkins - que apanha os jeitos e os tiques mais famosos de Hitch apesar do trabalho de moldagem física, principalmente a nível facial, deixar muito a desejar - e pela magnetizante Helen Mirren. Pouco ambicioso na sua essência, "Hitchcock" contenta-se com a sua simplicidade, algo que a reprodução da produção de um filme que mudou o conceito de terror em Hollywood não merecia; ou seja, falta-lhe o suspense de qualquer bom filme do mestre, bem como a irreverência narrativa de alguns outros livros sobre Hitchcock.
Estreia na realização do britânico Sacha Gervasi, "Hitchcock" está mais perto de ser um making-of ficcionado da rodagem de "Psycho", com toques cor-de-rosa de um relacionamento conturbado com a sua companheira de sempre, Alma, do que propriamente um relato biográfico da vida e da carreira do mestre Alfred Hitchcock, como provavelmente muitos cinéfilos desejariam e esperavam. Raspando apenas a superfície de uma personalidade tão complexa quanto complicada, a fita inspirada no livro "Alfred Hitchcock and the Making of Psycho" acaba ainda assim por proporcionar alguma diversão cinéfila apesar de todas as suas falhas, muito por culpa de um muito competente elenco liderado pelo caprichoso Anthony Hopkins - que apanha os jeitos e os tiques mais famosos de Hitch apesar do trabalho de moldagem física, principalmente a nível facial, deixar muito a desejar - e pela magnetizante Helen Mirren. Pouco ambicioso na sua essência, "Hitchcock" contenta-se com a sua simplicidade, algo que a reprodução da produção de um filme que mudou o conceito de terror em Hollywood não merecia; ou seja, falta-lhe o suspense de qualquer bom filme do mestre, bem como a irreverência narrativa de alguns outros livros sobre Hitchcock.
segunda-feira, março 11, 2013
Curso de História do Cinema
No El Corte Inglés de Lisboa, em onze sessões de hora e meia, sob a direcção do realizador e produtor António-Pedro Vasconcelos. Gratuito - mas com vagas limitadas -, eis uma boa dica para depois do trabalho para todos aqueles que querem aprofundar o seu conhecimento cinéfilo.
domingo, março 10, 2013
Melhor. Notícia. Década. Ponto.
"Veronica Mars", um dos produtos televisivos de estimação deste que vos escreve, voltará em filme já no próximo verão. E eu posso orgulhosamente afirmar que contribui com dez dólares - só não foi mais porque as valorosas recompensas apenas estavam disponíveis para residentes nos Estados Unidos e Canadá - para este regresso, apenas possível graças à ideia do criador da série, Rob Thomas, em pedir financiamento para o filme aos fãs através da plataforma Kickstarter. O objectivo era reunir dois milhões de dólares em trinta dias, assegurando posteriomente a Warner Brothers a distribuição do filme caso tal acontecesse. Ora bem, em apenas três dias, a iniciativa já recebeu cerca de três milhões e quinhentos mil dólares (!) de doações, muito além do esperado - e sabe-se lá em que valor vai parar. E toda esta história de sucesso inesperado irá certamente provocar uma revolução a nível de produção em Hollywood. A questão agora é saber qual será a próxima série a reanimar às nossas custas.
sábado, março 09, 2013
sexta-feira, março 08, 2013
Shark Tank
Actualmente em exibição na SIC Radical, a primeira temporada de "Lago dos Tubarões" agarra o espectador a cada "caso", muito por culpa da interessante interacção que normalmente se desenvolve entre os empreendedores e os "dragões" - participaram também na versão canadiana intitulada "Dragon's Den" - Kevin O'Leary e Robert Herjavel, qual polícia mau e polícia bom a engodar o cardume apenas para mais tarde o devorar. Neste momento na sua quarta temporada nos Estados Unidos, o reality show da ABC tem conquistado cerca de um milhão de espectadores por ano, situando-se agora com uma audiência média de sete milhões, o que o torna no programa mais visto da televisão americana nas noites de sexta-feira. Contas feitas, até ao final do ano passado os tubarões já investiram cerca de 12,4 milhões de dólares em projectos apresentados no programa, confirmando assim o valor social e económico de "Shark Tank". Impressionante, ainda mais se tivermos em conta que, só em 2012, candidataram-se cerca de trinta e seis mil pessoas a uma oportunidade no tanque.
quinta-feira, março 07, 2013
quarta-feira, março 06, 2013
Uma newsletter que vale a pena!
terça-feira, março 05, 2013
1001 filmes para NÃO ver antes de morrer #12
"Is a film about a midget James Bond — he’s called 00, and he means biz just as much as any Moore or Connery — any more ‘exploitative’ than a dumb audience pandering rom-com? If so, who does it exploit? Everyone, probably. Certainly there is an overarching sense of wrongness that hovers like dark celluloid matter over the film’s amusingly stodgy action scenes, in which our vertically challenged hero defeats villain after villain mostly by kicking them in the nads or jumping on them from high places. [F]"
segunda-feira, março 04, 2013
domingo, março 03, 2013
Life of Pi (2012)
Piscine é um indiano com uma história de vida inacreditável. Depois de uma infância passada num jardim zoológico administrado pelo pai e numa escola onde era gozado pelo seu nome invulgar, Pi - como a certa altura prefere ser chamado para evitar constrangimentos - parte com a família e com todos os animais do zoo numa viagem de barco rumo ao Canadá, onde por motivos financeiros o seu pai vai continuar com o negócio de sempre. Praticante curioso de várias religiões, do budismo ao cristianismo, sem esquecer o hinduísmo, todas as suas convicções vão ser postas à prova quando fica, consequência de uma tempestade severa, à deriva num bote no meio do Oceano Pacífico, acompanhado por um tigre-de-bengala, uma hiena, uma zebra ferida e um orangotango. Aí enfrentará os duzentos e vinte e sete dias mais longos da sua vida, com muitas peripécias e histórias para contar pelo caminho.
Realizado pelo conceituado Ang Lee - galardoado com o Óscar de melhor realizador com este filme -, "A Vida de Pi" é uma belíssima fábula sobre a essência do ser humano no seu processo contínuo de amadurecimento, onde valores, fé, crenças e hábitos são colocados constantemente em jogo nas mais diversas situações e obstáculos da vida, de forma a moldar a nossa personalidade e a nossa percepção existencialista neste universo. Visualmente arrebatador - foi mesmo o vencedor da noite para a Academia nas categorias técnicas -, é espantoso o nível de autenticidade que os animais apresentam - especialmente o tigre-de-bengala digital, que engana na perfeição o mais picuinhas dos espectadores. Numa história difícil de narrar - e filmar, já agora -, mérito para como Ang Lee consegue coordenar de forma equilibrada as várias vertentes da produção, arquitectando uma obra tão sólida e credível tecnicamente como cativante e acolhedora a nível narrativo. E, prova disso, é aquela provocação final que deixa a dúvida sobre a veracidade de tudo o que acabamos de assistir.
Realizado pelo conceituado Ang Lee - galardoado com o Óscar de melhor realizador com este filme -, "A Vida de Pi" é uma belíssima fábula sobre a essência do ser humano no seu processo contínuo de amadurecimento, onde valores, fé, crenças e hábitos são colocados constantemente em jogo nas mais diversas situações e obstáculos da vida, de forma a moldar a nossa personalidade e a nossa percepção existencialista neste universo. Visualmente arrebatador - foi mesmo o vencedor da noite para a Academia nas categorias técnicas -, é espantoso o nível de autenticidade que os animais apresentam - especialmente o tigre-de-bengala digital, que engana na perfeição o mais picuinhas dos espectadores. Numa história difícil de narrar - e filmar, já agora -, mérito para como Ang Lee consegue coordenar de forma equilibrada as várias vertentes da produção, arquitectando uma obra tão sólida e credível tecnicamente como cativante e acolhedora a nível narrativo. E, prova disso, é aquela provocação final que deixa a dúvida sobre a veracidade de tudo o que acabamos de assistir.
sábado, março 02, 2013
sexta-feira, março 01, 2013
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